sábado, 31 de março de 2018


QUASE NADA!

 

MEA-CULPA

 

Maçons recém-iniciados, e mesmo os antigos menos conhecedores da Filosofia, dos feitos e da missão da Maçonaria, exaltam-se e julgam impropriamente estar a Sublime Ordem, alheia aos problemas e dificuldades do homem.

 

Numa de nossas sessões, na hora apropriada, um Irmão, preocupado com a imagem da Maçonaria, lançou a indagação:

 

– Por que oito entre dez maçons estão insatisfeitos (decepcionados) com a Maçonaria?

 

A resposta foi dada através de outra pergunta:

 

– Será que a Maçonaria está satisfeita com dois entre dez maçons? Comigo, com o caríssimo Irmão?

 

NADA

 

Conta-se que perguntaram a Pitágoras, após ter sido Iniciado nos mistérios egípcios, o que tinha visto, tendo respondido: Nada. Se ao sair do Templo não tinha visto nada, não se limitou a sair decepcionado, senão buscando a origem deste nada, descobriu em si mesmo que não tinha visto nada mais que desejos e ilusões. Foi então que começou seu caminho para a sabedoria.

 

Muitos Irmãos recém-Iniciados se afastam da Ordem porque em nossas Lojas não encontram nada, porque o nosso simbolismo não lhes significa nada, porque na Maçonaria não se faz nada; outros se queixam que nas Lojas se fala muito de simbolismo e nada mais; que só comparecem aos trabalhos da Loja para perder tempo e nada mais.

 

Propomos perguntar-lhes: o que significa esse nada com respeito à Maçonaria? O Neófito não vai mais à sua Loja porque não encontrou nada… E como é que não encontrou nada? Não encontrou o Templo com seu Altar, as colunas, os móveis e a decoração? Não encontrou os Irmãos reunidos na Loja? E como é que diz que não encontrou nada e que o simbolismo não lhe significa nada? Encontrou pelo menos o simbolismo… O Neófito que entra no Templo encontra algo, porém não encontra o que busca; isto dá margem a várias perguntas:

 

O que busca o profano que solicita ao ser Iniciado?

 

O que a Maçonaria não pode oferecer?

 

O que a Maçonaria pode oferecer?

 

O que encontra o Neófito ao dizer que não tem nada?

 

Respostas:

O que busca o profano que solicita ser Iniciado? Pode solicitar seu ingresso por vários motivos, desde o mais grosseiro materialismo, o desejo de encontrar protetores para seus negócios de qualquer espécie, até o motivo de mais elevado sentimento de humanitarismo.

 

Em geral, é mistura de tudo, acrescido de curiosidade; e frequentemente haverá um sentimento da própria imperfeição acrescido do desejo de melhorar-se e de aperfeiçoar-se.

 

É um dos problemas da Maçonaria que, pelo segredo e discrição que deve guardar seus integrantes, o profano chega geralmente a nossas portas, desconhecendo realmente o que espera vindo em contrapartida cheio de esperanças e ilusões que vão do inadequado até o absurdo.

 

O que a Maçonaria não pode oferecer? A Maçonaria não é feita à medida das ilusões do Neófito. Se esse esperou uma renovação completa de sua personalidade por meio de um remédio amostra grátis e que se oferece a todo aquele que entra na Ordem, equivocou-se. Dão-lhe a luz, as ferramentas para trabalhar, mostrando-lhe a Pedra Bruta e o modo de trabalhar nela. O resto é assunto do Neófito.

 

Se buscava um meio cômodo para tornar a sua vida mais fácil e agradável, para sentir-se importante sem esforço algum, para viver em paz consigo mesmo. E como não achou o que buscava, diz simplesmente: Não encontrei nada. Aquilo que não encontra era o que ele queria e nada mais. Dizer que a Maçonaria não faz nada é outra maneira de revelar que querem conseguir satisfações de amor próprio a baixo custo.

 

O que a Maçonaria pode oferecer? Do ponto de vista das pessoas mencionadas, nada, pois para elas o trabalho, o estudo não é nada. Quanto mais irreais, fantásticas forem suas esperanças, mais necessitarão para encontrar o que oferece a Maçonaria, e que é: trabalho, ferramentas para executá-lo, o salário que somente se obtém trabalhando.

 

O que encontra o Neófito ao dizer que não tem nada? Bate à porta do Templo, se abre para ele e não encontra nada. O que é este nada? Algo ele encontra e se o pressionarmos um pouco, ele nos dirá: “Não há nada, somente palavras, somente Ritualística, somente Símbolos, somente ideias antiquadas”.Algo, portanto encontra, porém “não o que buscava”.

 

O Irmão que se afasta da Loja queixando-se de “não haver encontrado nada”, afasta-se desgostoso, decepcionado. O encontro com o nada o afetou no mais profundo do seu ser, reconhecerá que onde não encontrou nada, foi em si mesmo. Este é o ponto onde começa a germinar a ideia maçônica. Se o Irmão chegar a este ponto, começará ser maçom.

 

Temos tido acesso a manifestos de destacadas autoridades, patriotas, que embora não pertençam à Maçonaria, repelem o descalabro, as ignomínias das corrupções e da falta total de caráter, de pudor e de vergonha que assolam a Nação.

 

Conclamam a Ordem Maçônica à adoção de uma posição proativa, pela indignação, pela perseverança, pelo esclarecimento, pela pressão, pelo alerta constante, esperando que seu clamor seja ouvido, por aqueles que não podem deixar de ouvir.

 

Convoca-nos continuarmos a luta contra o errado, o ilícito, a mentira e a trapaça que não podem ser aceitas, mesmo que praticadas, apregoadas e admitidas como naturais.

 

Mas o que fizemos até aqui para mudar?

 

Parece haver uma mudança de um estado de apatia crônica dos maçons (que não deixa de ser uma forma de protesto, uma espécie de resistência passiva) para uma agitação ainda sem foco muito definido (talvez uma insatisfação geral), uma forma de reação mais ativa, que cresce na medida em que os outros também se movimentam.

 

Não dá para ficar de braços cruzados, “vendo a banda passar”,nesse momento histórico, quando todos estão cansados de tudo. Mudar esta triste realidade é tarefa de todos nós.

 

A Loja esta chata, o emprego é monótono, o salário é baixo, o atendimento médico é precário, o trânsito é caótico, nunca temos dinheiro para comprar o que queremos, a violência cresce perto de casa, as perspectivas de futuro não são lá muito animadoras, estamos indignados com o que vemos e ouvimos sobre os políticos, corrupção e impunidade.

 

Ônibus, carros, lojas comerciais pilhadas e prédios públicos depredados e incendiados, jornalistas intimidados porque trabalham para grandes empresas de comunicação, agressões e mortes desnecessárias a policiais e a outros manifestantes. Como evitar esses excessos no calor do momento?

 

Mas o que fizemos até aqui para mudar? Quase nada! No momento em que tudo isso vem à tona e percebemos que outros sentem e passam por situações semelhantes levemos desejos e frustrações para o meio da rua e os protestos se tornam uma forma efetiva de manifestar insatisfação, de tentar dizer um “basta”.

 

Os governos federal e dos Estados procuram organizar-se para enfrentar o problema de superpopulação e assassinatos nos presídios, motivo de aflições e agruras em nosso país. A ideia que vem prevalecendo é construir mais cadeias públicas, porque assim seria possível acomodar melhor os detentos e dificultar os assassinatos.

 

A edificação de novas penitenciárias, desacompanhada de um ataque direto e objetivo às principais causas da criminalidade, talvez signifique quase o mesmo que rasgar dinheiro e até mesmo uma visão inadequada do problema.

 

Conclusão

 

A Maçonaria, em todos os tempos, tem se dedicado a iluminar a humanidade, disseminando, por toda a parte, os postulados da Luz e da Verdade. Mas os homens de hoje têm seus ouvidos e olhos fechados ao espiritual. Os maçons, em grande número, não têm saído do estado de Aprendiz. Neles ainda prevalece à matéria sobre o espírito.

 

Grandes movimentos maçônicos acompanharam mudanças históricas importantes no Brasil e no mundo. Mas sem foco definido, sem lideranças estabelecidas, com tantos motivos para protestar, sem particularizar objetivos, sem formular caminhos, como mudar o que não funciona?

 

Como brasileiro exijo que não se dê “palanque” a nenhum bandido, corrupto, ladrão, traidor da Pátria, independente de partido, ideologia, religião, seja magnata, juiz, ministro, governador ou presidente. Que se faça justiça, no sentido exato da palavra, para termos paz e futuro.

 

Como Obreiros de Deus, vivemos no presente, caminhando e construindo para o futuro, mas nada irá empanar as verdades eternas que nos vieram do passado.

 

Quem diz sempre a última palavra é a morte; mas temos a esperança, e é por isso que vivemos e que cremos na vida. Aqui estamos para fazer uma Nação justa!

 

Autor: Valdemar Sansão

Fonte: JB News, nº 2332

quarta-feira, 28 de março de 2018


PARA VENCER TEMPESTADES DA VIDA

 

Emmanuel

 

Se procuras ensejo para realizar-te, em matéria de paz e felicidade, age e serve sempre.

No trabalho não somente surpreenderás o caminho do aprimoramento próprio, mas igualmente a ginástica do espírito conferindo-te sustentação e segurança.

*

Lembra as águas estagnadas, o arado ocioso sob a ferrugem, a terra de qualidade quando entregue ao mato inculto e os móveis abandonados que a poeira consome.

*

Mantém-te na melhor forma de auxiliar e socorrer, elevar e construir.

*

No mundo, o inesperado vigia sempre.

*

Indispensável afiar os instrumentos da emoção para fazer os imprevistos que apareçam quando as ocorrências sejam de molde a espaçar-te a sensibilidade.

*

O trabalho é a única força capaz de adestrar-nos para vencer nos encargos que a vida nos imponha.

*

Sem atividade que as dignifique, a própria riqueza amoedada assemelha-se à múmia emparedada no cofre, tanto quanto a cultura que não ampara os outros é uma luz escondida sem proveito para ninguém.

*

Não te iludas.  

Por muito serenas se mostrem as águas em que navegamos, a tempestade virá, um dia, testar-nos a resistência e a coragem, a criatividade e a compreensão.

*

Necessário exercitar as próprias energias, aprender algo mais, aperfeiçoar o que se sabe e caminhar adiante.

*

Seja qual for a estrada em que te encontres não marginalizes.

Age e serve.

*

Se dificuldades maiores te alvejam o espírito, não te detenhas porque as circunstancias te hajam colocado num labirinto de problemas dos quais ainda não conheces a estrutura.

*

Prossegue trabalhando e a mais difícil de todas as soluções te surgirá.

segunda-feira, 26 de março de 2018


A ENCRUZILHADA DA MAÇONARIA

                                                                                                                              José Maurício Guimarães

Para reencontrarmos nosso caminho é necessário o convencimento de que nossa Ordem, a Maçonaria, é forte por si mesma: livre, independente e autônoma.

Se deixamos de fazer uso dessas características é porque outros "valores" se intrometeram em nossa dinâmica pelas mãos dos eternos caciques que tentam controlar tudo, e daqueles que, sob o disfarce de servirem a Maçonaria, vão construindo suas "candidaturas" (a palavra vem de "cândido, isto é, puro) ou garantindo um lugar ao sol dentro das Potências.

O único lugar ao sol existente na Maçonaria fica nos assentos entre as colunas, no Oriente ou nos altares, para aqueles capazes de contemplar a luz maior do Conhecimento simbolizada pelo Astro Rei, o bom e velho Sol. Os demais pertencem à classe dos satélites aventureiros.

Fazer Maçonaria não é falar grosso. É amar a sabedoria e buscar conhece-se a si mesmo. Maçonaria é caminho e maneira de vida e ensina melhor quem coloca o exemplo de vida acima do palavrório.

Pertencer à Maçonaria consiste num permanente vontade de saber e não na constante vontade de poder. A postura do maçom é a de respeito intelectual pela verdade e não na reverência cega diante dos políticos profissionais – as raposas – estejam elas entre nós ou no mundo profano.

Aprendizes e Companheiros: despertem para este fato, pois cada um de nós pode contemplar a realidade tal qual ela é, mesmo dentro das atuais limitações de conhecimento. O subjetivismo dos que tentam nos enganar acaba por deformar a instituição para atender aos interesses pessoais. Se não reagirmos, em breve teremos que reformar toda a Ordem para que o espírito da Maçonaria seja preservado puro e imaculado. É isso que desejamos?

Felizmente essa reação já se esboça entre as novas gerações de maçons que identificam tais manobras e resistem contra elas, seja apoiando as direções das Lojas e das Potências quando alinhadas com os objetivos da verdadeira Maçonaria.

Alguém poderá perguntar: MAS QUAIS SÃO OS VERDADEIROS OBJETIVOS DA MAÇONARIA? E eu só poderia responder: "Se você pergunta quais são, é porque ainda não aprendeu o suficiente sobre Maçonaria (ou talvez nem devesse ter se afiliado...)." – desculpem minha franqueza.

Eu é que não entendo essa necessidade urgente que alguns apontam para que a Maçonaria se curve diante dos (maus) representantes do povo ou busque se justificar perante a sociedade bajulando essa ou aquela religião.

As religiões têm força em si mesmas e não precisam do aval da Maçonaria; nem a Maçonaria carece da aprovação delas. Deve prevalecer o respeito mútuo. Nossa Ordem não é uma religião, e como tal respeita todas e reconhece o bom trabalho que estão realizando; mas somos reciprocamente livres, independentes e autônomos.

O mesmo se dá com a política: devemos votar conscientemente e eleger representantes dignos do mandato popular. Mas a Maçonaria não deve interferir na administração pública, assim como a política partidária não pode interferir na vida das Lojas e das Potências. Nossa aliança preferencial deve ser com o povo, com os cientistas sociais, as universidades e as instituições que apresentem um projeto ético e válido para "o bem estar da Pátria e da humanidade". Esta sim, é a boa política maçônica e profana para o século XXI.

Estou falando de uma nação e de uma instituição milenar, não de uma coisa transitória como um partido político e suas frágeis alianças. Nesse aspecto, nossa vista tem que se voltar vigilante para os ambiciosos caçadores de assentos na administração pública e – pior ainda – na administração da Maçonaria, vestindo a pele de cordeiro com a qual disfarçam sua fome voraz de lobos de avental. Prefiro os bodes.

O ano de 2016 coloca nossa Ordem à prova. Não só no país como no âmbito da Maçonaria muitos acontecimentos haverão de demonstrar de que lado estão os protagonistas que pretendem ser lembrados no futuro – e o futuro é agora.

O objetivo das democracias é que vivamos juntos, ajudando-nos mutuamente e sempre dizendo NÃO aos preconceitos e aos fatores que distanciam o povo maçônico de suas autênticas lideranças.

Não precisamos de cargos nem de posições elevadas para sermos dignos e respeitados.

Olhemos primeiro, para a vida profissional, social e familiar dos que pretendem falar "em nome da Ordem".

Esta é a lição do NÍVEL que devemos exercitar em 2016, pois a Maçonaria não será mais a mesma após decorrer este ano. 

Quem tem ouvidos ouça; quem tiver olhos, veja.

domingo, 25 de março de 2018


DEUS POR TI

 

Emmanuel

 

Nunca digas: - “não posso”.

Não fales: - “impossível”.

Não perguntes: “quem sou”?

Não afirmes: “não tenho”.

Não te queixes: “sou fraco”.

Não clames: “nada valho”.

Não te digas inútil,

Nem te creias sem forças.

Age, servindo aos outros,

Não deixes de ajudar.

Trabalha e Deus por ti

Criará maravilhas.

sábado, 24 de março de 2018


Não Desfalecer

 

... “Orar sempre e nunca desfalecer.” – Lucas, 18:1.

 

Não permitas que o serviço do próprio corpo te inabilite para a solução dos problemas externos, inclusive os da tua própria iluminação espiritual.

Enquanto te encontras no plano de exercício, qual a Crosta da Terra, sempre serás defrontado pela dificuldade e pela dor.

A lição dada é caminho para novas lições.

Atrás do enigma resolvido, outros enigmas aparecem.

Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçoar.

Enche-te, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações.

Foste colocado entre obstáculos mil de natureza estranha para que, vencendo inibições fora de ti, aprendas a superar as próprias limitações.

Enquanto a comunidade terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás cercado de lágrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros.

Dispõe-te a desculpar e auxiliar sempre, a fim de que não percas a gloriosa oportunidade de crescimento espiritual.

Lembra-te de todas as aflições que rodearam o espírito cristão, no mundo, desde a vinda do Senhor.

Onde está o Sinédrio que condenou o Amigo Celeste à morte?

Onde os romanos vaidosos e dominadores?

Onde os verdugos da Boa Nova nascente?

Onde os guerreiros que desabotoaram, em torno do Evangelho, rios escuros de sangue e suor?

Onde os príncipes astutos que combateram e negociaram em nome do Renovador Crucificado?

Onde as trevas da Idade Média?

Onde os políticos e inquisidores de todos os matizes que feriram, em nome do Excelso Benfeitor?

Arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza, fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que a figura do Cristo resplandece, cada vez mais gloriosa, no governo dos séculos.

Centraliza-te no esforço de auxiliar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao encontro da ressurreição divina.

Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando e nunca desfalecer.

 

Ao longo de teus passos, aparece no mundo a sementeira do bem, que te pede renúncia e boa vontade, sacrifício e compreensão.

O mensageiro do Cristo é o braço do Evangelho.

quarta-feira, 21 de março de 2018


Para Fraternidade

Emmanuel

 

A disparidade flagrante entre a evolução do homem físico e do homem espiritual, é a causa de todas as angústias contemporâneas.

O progresso científico e industrial dos tempos modernos não encontra o necessário clima espiritual, dentro das atividades humanas, para afirmar os seus benefícios.

A eletricidade, o avião e a radiotelefonia eliminaram o sentido das distâncias, aproximando a família terrestre.

As facilidades de transporte e de transmissão do pensamento apagaram as fronteiras e como essas reformas singulares não encontraram as legítimas expressões das conquistas morais, contemplamos a arregimentação de todas as forças conservadoras receosas de surpresas inesperadas, no caminho das modificações e experiências perigosas.

As próprias democracias mais avançadas se organizam tornando-se arbitrárias, centralizado as fontes do poder.

O mundo, dia a dia, com as comodidades da civilização, torna-se cada vez menor e os chefes de governo são verdadeiros chefes de família, embora cada nacionalidade se constitua de milhões de almas, atendendo-se à nova ideologia dos Estados.

A realidade porém, é que as leis e os sistemas sociais terão de acompanhar o progresso de todos os povos.

Longe de qualquer regime feudalista, o homem seguirá o curso evolutivo de suas conquistas, na Terra, caminhando para a perfeita solidariedade.

Não é nosso propósito, em falando da fraternidade, fazer a apologia das teorias igualitárias absolutas.

Toda igualdade, como toda verdade tem de se condicionar ao conceito relativo dos valores de cada personalidade, no quadro de suas aquisições próprias, dentro das lutas purificadoras.

Só a obra cristã nos pode interessar, no amplo movimento de educação das almas e o Evangelho de Jesus não preconiza que os ricos do mundo se façam pobres e sim que todos os homens se façam ricos de conhecimento, porque somente nas aquisições de ordem moral descansa a verdadeira fortuna.

As nossas afirmativas vêm salientar a amarga situação do mundo que não se preparou devidamente para tão agigantadas expressões de progresso material.

Todo o planeta se organiza.

Há uma séria tendência de regresso aos processos da força, mas os discípulos do Divido Mestre devem considerar que só a Ele está afeta a direção do mundo.

As expressões evolutivas do mundo atual, reclamam das nações os mais fortes laços fraternos e é para a solidariedade universal que a humanidade de hoje caminha, com todas as suas lutas e com todos os seus sacrifícios.

 

segunda-feira, 19 de março de 2018


O SEGREDO DO MAÇOM


 

Perco minha vida, mas não revelo os segredos!
Hiram Abiff, aos seus algozes.

Existe um grande segredo na Maçonaria!

É com esse segredo que o Maçom vive e o carrega em seu peito a partir da sua Iniciação. É nele que estão as raízes que alimentam a Sublime Instituição com que o Obreiro, ao chegar à plenitude Maçônica, está imbuído da coragem para vivenciar e lutar pelos conceitos que aprendeu na sua caminhada ascendente.

O reino da Maçonaria é como um tesouro incrustado na Humanidade. O Homem, após iniciado, o encontra e o mantém escondido, e, cheio de alegria, compreende que passou a fazer parte dele.

A Maçonaria é, ainda, como a rede lançada ao mar que apanha peixes de todo tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam.

Assim acontece com a Maçonaria, que busca aqueles homens livres e de bons costumes, rejeitando os maus dos que são justos e de boa índole. Em suas reuniões não são permitidas discussões políticas e religiosas, preferindo uma ampla base de entendimento entre os Homens a fim de evitar que sejam divididos por pequenas questões da vida civil e cotidiana.

Às vezes aparecem joios no trigo...

Toda Iniciação, qualquer que seja a entidade, carrega em si mesma elementos de cultura social onde a mística se alia à tradição para orientar o seu círculo de acuidade, no qual o iniciado possa vivenciar a experiência espiritual a que vai se integrar.

Essa experiência transcende a condição de profano (como é designado o não iniciado) e irá alcançar melhor compreensão dos segredos que lhe serão revelados.

Na Maçonaria, espera-se do iniciado, dentre outras coisas, que seja iluminado e generoso e não buscar o seu caminho no simples aprendizado que irá receber, mas, sim, em compartilhar e irradiar seus conhecimentos, colaborando em projetos filantrópicos e melhoria da sociedade.

Desde os tempos imemoriais existem sociedades secretas. Elas estão presentes em todas as culturas, de todas as épocas, junto a todos os povos. Pode-se afirmar que é bastante provável que respondem a uma necessidade inerente à própria natureza do Homem que sempre buscou a sua conveniência com objetivos de encontrar aliados para reforçar ligações e relacionamentos que lhes permitam alcançar suas metas.

Em termos culturais, é própria das sociedades corporativas a manutenção de um ambiente de segredos em relação aos seus elementos de interesse profissional. Inclusive, na própria vivência familiar. É prática, pois construir muros corporativos, normalmente protegidos por uma linguagem própria só perceptível aos próprios iniciados ou componentes das corporações e até em famílias.

Toda organização tem seus segredos, seus assuntos reservados e suas coisas confidenciais, que só interessam aos seus membros e seus associados. Uma empresa industrial tem segredos para proteger suas patentes dos seus concorrentes. A Igreja Católica tem seus segredos, que os bispos juram respeitar no dia de sua sagração e, também, elege o Papa em segredo.

O Colégio Apostólico, que era presidido pelo próprio Jesus Cristo, teve momentos reservados só para os discípulos e em outras oportunidades Jesus recomendou-lhes, textualmente, que não contassem a ninguém aquele “Grande Segredo” e as coisas vistas por eles. (Veja na Bíblia Mateus 12:15 e 16; Mateus 16:20; Mateus 17:9) Existem outros mais segredos citados na Bíblia. Exemplos: Daniel 2: de 16 a 30, Marcos-4: 9-10 e 11.

O “Segredo Maçônico”, que o adepto da Ordem deve preservar e guardar, é complexo, difícil de ser definido e localizado. Debaixo dessa expressão colocam-se coisas bem conhecidas dos que delas quiserem informar-se, tais como ritos, senhas, juramentos diversos e variáveis.

O segredo da Maçonaria não se refere tão somente às confidências como muitos imaginam; ele vai muito, além disso, e é mais profundo do que se pode imaginar e possui raízes históricas muito importantes, que invocam a tradição multimilenar. Surgiu com a Construção do Templo de Salomão.

É fundamental o segredo, pois faz parte de juramento prestado quando da Iniciação. Entretanto, o verdadeiro segredo Maçônico, de fato, evidencia-se da relação íntima que todo Maçom tece no decorrer dos anos consigo mesmo, com os membros de sua Loja e com os próprios valores da Sublime Ordem. A tradição Maçônica abunda em exemplos dos fortes laços que unem os Maçons uns aos outros.

Na verdade, os Maçons têm meios que lhes são próprios de mútuo reconhecimento e realizam cerimônias privadas, que por óbvias razões não são acessíveis aos não Maçons. O sigilo acerca de quanto se aprende e ocorre nos Templos e Lojas Maçônicas ou entre os Irmãos, é o primeiro dever do Maçom, conforme o neófito ouve do Orador, no dia da sua Iniciação.

E, por solene compromisso, ratificado no final de todas as sessões, os Obreiros prometem observar essa rigorosa e irrevogável regra e o conceito de honra pessoal os obriga continuarem a segui-la, mesmo quando saem da Ordem.

Na Maçonaria Operativa os segredos consistiam em processos, métodos e usos profissionais que deviam continuar ignorados pelos não iniciados, sob pena de privar os operários culpados de indiscrição do benefício de um longo aprendizado. O posicionamento, com essas proibições, era rigorosamente observado, e os profanos expulsos das obras em construção, quando postas em prática.

No século XVIII surge a Maçonaria Especulativa em substituição a Operativa, e, ela conserva, desde suas origens, as mesmas proibições com relação aos profanos.

Com base nesses conceitos, tanto da Operativa como da Especulativa, há os que definem o segredo Maçônico como indefinível, porque nenhum Maçom, seja de qual obediência ou potência, consegue dar uma definição única e simples desse segredo. Por ser iniciático, o segredo é um processo intuitivo, impossível de encerrar dentro de uma formulação qualquer.

Apesar de o segredo Maçônico ser coletivo, seguindo a lei absoluta de todos os segredos compartilhados, é tratado individual e misticamente, de maneira que nunca pode ser violado ou traído.

O Maçom genuíno o usa, construtivamente, com sinceridade e fervor, com denodo e pujança, com firmeza e absoluta lealdade, em busca dos objetivos ministrados pela Arte Real. A Maçonaria só se revela a seus verdadeiros adeptos.

É de natureza única. Todavia, quem passa pela Instituição como se fosse um agrupamento qualquer, um clube social, uma agremiação de simples amigos, não pode conhecê-la somente permanecendo nela. (O joio!...)

Os não iniciados (profanos) nos vêem, com relação ao segredo Maçônico, de forma equivocada: acham que a Maçonaria, zelosamente, esconde seus segredos, e, isso os leva a interpretações presunçosas ao erro. Aos olhos dos insensatos, a Ordem convive com teorias conspiratórias que têm sido descritas desde o final dos anos 1700, e, que são classificadas em três categorias distintas: Políticas, normalmente envolvendo alegações de controle de governos.

Religiosas, em geral abrangendo acusações de anticristianismo ou crenças e práticas satânicas. Culturais, mescladas ao entretenimento popular, onde entrelaçam vários símbolos e numerologia na cultura moderna, tais como em logotipos corporativos.

Muitos escritores de teorias conspiratórias têm ligado os Maçons (e os Cavaleiros Templários) com a adoração ao diabo, cujas ideias foram baseadas em interpretações errôneas das doutrinas das referidas organizações. A Maçonaria é rodeada de muitas lendas, mitos e enormes invencionices.

Se a realidade da Maçonaria é o segredo do Maçom, isso não significa que tenha de ficar escondido aos olhos do mundo. Ao contrário, uma das primeiras coisas que lhe é ensinado é que a Maçonaria é uma Instituição que tem por objetivo tornar feliz a Humanidade, através do amor, aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade dos povos, pelo respeito às autoridades e à crença de cada um.

Fica ciente de que está integrado a um grupo para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros. Ainda, glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade. Saberá que tem de estar pronto para promover o bem-estar da Pátria e dos Homens, levantando templos à virtude e cavando masmorras ao vício.

Para tanto, a Sublime Ordem é Universal e suas Oficinas se espalham por todos os recantos da Terra, sem preocupação, de fronteiras, de políticas, de religiões e de raças. Para a Maçonaria não interessa se o adepto tem religião ou, mesmo, se tem ou não uma.

O que, realmente, importa para a Sublime Ordem é a conduta perante o seu semelhante, à família, ao seu trabalho, à sua comunidade perante o mundo.

As características de um genuíno Maçom são Virtude, Honra e Bondade que, embora banidas de outras sociedades, estão sempre presentes no seu coração, calcadas na sua coragem sem abandonar a discrição. Não é sem razão e significado que, o brasão da Grande Loja do Estado de São Paulo, e de outras Potências e Obediências regulares, ostentam a citação latina AUDI, VIDE, TACE (Ouça, Veja, Cale), extraída do brocado latino Audi, vide, tace, si vis vivere in pace (Ouça, veja e cale, se queres viver em paz). Tal citação está transcrita na magnífica flâmula da Grande Loja Unida da Inglaterra, estabelecida a partir de 1813.

Assim é entendido o segredo entre os Maçons ! Que o Maçom é distinto ! No meio da multidão é diferenciado ! Não é igual aos demais ! É o segredo que ele não apregoa. Guarda para si. Não canta suas proezas de forma espalhafatosa nem de trombeta em praça pública.

Está imbuído, nele, a máxima “Que a mão esquerda não saiba o que a direita faz !” A descoberta do verdadeiro segredo Maçônico, na realidade, acontece no silêncio do coração de cada Maçom, conciliado com sua própria evolução mental e espiritual, e, com desdobramentos que influenciam sua vida e as vidas das pessoas que o cercam e que vem a ser o grande mistério da Maçonaria.

Eis o grande segredo do Maçom!

Bibliografia:

Bayard, Jean-Pierre – A Franco-Maçonaria Figueiredo, E. – Segredos Maçônicos (Trabalho) Moreira, Apolinário – Chave dos Mestres Tourret, Fernand – Chaves da Franco-Maçonaria Vannoni, Gianni – As Sociedades Secretas Vasconcellos, Jayro Boy – A Fantástica História da Maçonaria Bíblia Sagrada Rituais da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo - GLESP

(AUTOR) E. Figueiredo – é jornalista – Mtb 34 947 e pertence ao CERAT – Clube Epistolar Real Arco do Templo Integra o GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas/ Membro do GEMVI – Grupo de Estudos Maçônicos Verdadeiros Irmãos/ Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos – 669 – (GLESP)
< !--[if !supportLineBreakNewLine]-->
< !--[endif]-->

“Oh ! Quam bonum est et quam jucundum, habitare fratres in unum!”

Não há limite para a cultura Maçônica!

O CONHECIMENTO MAÇÔNICO SÓ TEM VALOR QUANDO COMPARTILHADO ENTRE OS IRMÃOS!