segunda-feira, 30 de outubro de 2017


 
 
Charles Evaldo Boller
 
Sinopse: O método de autoeducação da Maçonaria; identificação de novos maçons para a Ordem; caminhos do humanismo; valorização do pensamento lógico.
 
A Maçonaria "nada" faz! Quem faz é o obreiro. E se ele assim o desejar. A Maçonaria, com sua filosofia, doutrina, estrutura, enfim, com seu sistema, apenas apoia o processo de mudança a que cada um se submete. Ilude-se o cidadão que entra na ordem maçônica aguardando dela a ação de educá-lo; existe apenas autoeducação. Razão de se afirmar que a Maçonaria não é "reformatório". O maçom já vem pronto, cabe a ele utilizar-se do sistema da Maçonaria para melhorar-se, e isto só é possível com árduo trabalho.
 
Na busca por novos, se realmente se desejar que a ordem mude no aspecto de albergar em suas colunas homens de escol, que façam a diferença, deve-se prospectar por aqueles que já são "maçons" quando profanos. Iniciação é formalidade. Tais homens são imberbes no que diz respeito aos ritos e a doutrina maçônica; o objetivo é fazer estes homens ainda melhores que já são. O que atua para mudar tais bons homens para melhor? É a convivência com outros homens de semelhante característica e determinação. É da convivência, do constante roçar de uns nos outros em termos intelectuais e é abordando problemas da sociedade que se propicia a possibilidade de aportarem insights que possam mudar a sociedade pelo desenvolvimento do humanismo. O maçom não vai mudar os outros homens da sociedade, longe disso, é falácia dizer que o maçom deve voltar para a sociedade e mudar criaturas brutas e abestalhadas que lá se encontram em resultado de suas lides materialistas, oportunistas e viciadas. O bom homem que adentra às portas do templo vai melhorar a si mesmo; e só! Quanto mais personalidades adentrarem nesta sublime instituição por amizade e politicagem, em detrimento de qualidades que o revelem "maçom" ainda não iniciado, pior fica o ambiente, corrompem-se relacionamentos, situações surgem onde a tolerância é colocada à prova, até o momento em que a própria tolerância fenece e surge tirania.
 
O insight da afirmação a respeito do "nada" que a Maçonaria oferece tem por base a conhecida resposta de Pitágoras momentos após sua iniciação; ele teria dito: - Simplesmente nada encontrei! - E que depois disso partiu em busca do significado deste "nada". É o que o maçom deve fazer na Maçonaria, buscar respostas deste "nada". Ao maçom cabe reunir-se com outros maçons que igualmente buscam escapar por alguns instantes da semana do mundo dos desejos e das ilusões e desenvolver sabedoria. Isto pode ser um excelente exercício discursivo se remanescer apenas no plano das ideias, retórica que nada constrói de prático sem o concurso de exemplos e a influência do grupo social. O homem, criatura social por excelência, carece da convivência, do elogio, da aprovação, da continua provocação para melhorar-se. O maçom usufrui de convivência, emoção, amizade, para mudar a si mesmo no processo de autoeducação onde atua a doutrina maçônica.
 
Muitos se afastam das lojas porque os maçons lá recebidos nada encontram para dar respostas ao "nada" que trazem em si. Encontram "nada" porque a maioria dos que deveriam ser seus iguais, "nada" portam igualmente e "nada" trocam com ele. Em todo canto encontram-se maçons que com empáfia falam de simbolismo do alto de suas "cátedras" quando sequer entendem o significado do compasso e os sucessivos círculos concêntricos que com ele podem ser produzidos; os infinitos pensamentos. Limitam-se os maçons iniciados a repetir rituais automáticos e muito bem ensaiados sem lhes determinar o sentido, a doutrina maçônica. Sentem que participam de associação de amigos que se reúnem para comer macarrão e churrasco, tomar cerveja e verbalizar causos do cotidiano. Fica pior quando as sessões arrastam-se monótonas e sem gosto, onde fica evidente a perda de tempo. Como uma sessão sem atividade intelectual pode corroborar para o desenvolvimento do maçom? Trabalhos são lidos e mal discutidos. Instruções são lidas e não interpretadas passo a passo. Quando surge expoente entre os aprendizes, sua capacidade de participação é desprezada por aqueles que se assenhoraram da verdade absoluta e se consideram donos destas; ou desestimulam o aprendiz com frases de efeito; quando ignoram questionamentos, fazem troça e dizem que ele vai aprender isto em graus superiores; estes manifestam o "nada" de que são constituídos.
 
O materialista questiona: - Como nada? Não vê os adornos do templo, ferramentas e estrelas no teto? O maçom torto apenas vê o esquadro e não imagina que aquele significa retidão de proceder; talvez o saiba, mas não o coloca em prática em sua vida e logo o esquece. Porque faz assim? Porque não era "maçom" antes de ser iniciado.
 
Um ponto de entrada na doutrina maçônica é a capacidade de abstração para converter o simbolismo em raciocínios práticos e os colocar em uso na vida. Para isto ocorrer com eficiência concorre elevada capacidade espiritual. Não há necessidade de ser acadêmico! O simbolismo é simples, mas é preciso pensar, trabalhar e entender. Observa-se que os melhores maçons são em sua maioria pessoas humildes que debatem com ardor ideias novas sem se ferirem. São aqueles que alimentam seus pensamentos com novas ideias de forma permanente, que afiam suas espadas, suas línguas, em exercícios de retórica refinada para convencer seus pares de suas ideias e do que é objeto da sua mais alta aspiração. Que escrevem com denodo e capricho peças de arquitetura para transmitir com clareza seus pensamentos aos outros. Que permanecem calados quando percebem que o outro demonstra verdades de outra forma e ótica que a sua.
 
Pensar de forma proativa é raro entre os entorpecidos pela preguiça de estudar, pensar e que balbuciam palavras desconexas e repetitivas semelhante ao rito. Rito é repetição, pensamento não! E é divertido brincar com pensamentos! De todas as propostas de iniciação que li em minha loja simbólica, li a maioria das que remanescem nos arquivos, os maçons iniciados buscam na Maçonaria condição de aperfeiçoamento. A intensão pode estar velada por motivos estritamente materialistas, encontrar protetores ou ganhar mais dinheiro, mas no papel registraram em sua maioria que desejam melhorar. Outros, no andar da carroça, enquanto as abóboras vão se acomodando, despertam em si os mais elevados sentimentos humanistas. Depois que a curiosidade está alimentada é necessário ingerir novos alimentos mentais, cada vez mais consistentes, senão desaparece o interesse. Cabeça vazia é oficina do diabo!
 
Outra falácia imposta pela errônea interpretação e uso de antigos maçons é o que deve ser mantido em segredo para o não iniciado. O cidadão bate às portas do templo sem conhecer rudimentos do que o espera - e isto segue adiante nos graus filosóficos. Alguns aguardam da realidade maçônica a consecução de ilusões díspares, inadequadas, absurdas. Maçonaria não é reformatório nem atende às ilusões dos homens nem é remédio para ilusões. É possível criar mais expectativa por revelar detalhes e comportamentos do maçom, o que é Maçonaria e de como ela funciona, sem revelar segredo algum. Na Grande loja do Paraná é usual entregar um livreto ao pretendente, mas ainda é pouco.
 
Já vivenciei cerimonia de iniciação que mais parece trote universitário que reflexão da gravidade e sacralidade do ato de morrer para uma condição anterior. O cidadão é iniciado, mostram-lhe ferramentas e determinam que trabalhe na pedra bruta. Se trabalhar recebe aumento de salário, se não, recebe também. O que se vê com frequencia são peças de arquitetura toscas, meras cópias de rituais e textos obtidos na Internet e livros de origem duvidosa. É feita a leitura, o vigilante pede aumento de salário e pronto! O maçom ascende um grau. Chega à plenitude da Maçonaria simbólica e nada desenvolveu da doutrina contida nos rituais. Não aprendeu a pensar e interpretar a doutrina da Maçonaria. A base é a doutrina o rito a ferramenta. Doutrina exige pensar, rito é repetição mecânica, provocação ao ato de pensar. Os aprendizes não pensam porque seus pares também não o fazem; não debatem, não analisam, não debulham os meandros das ideias desenvolvidas ou copiadas pelo irmão. Copiar não é pecado, o erro está em não pensar e detalhar o que se copiou. E se o oficial resolve endurecer já apontam padrinho e outros irmãos a demovê-lo de seu intento: - Não faça isso, você vai espantar o obreiro. São realidades que confrontam o novo irmão com o mesmo "nada" que o levou a pedir a luz. É lógico que procure motivos urgentes para despedir-se.
 
Qual o motivo dos maçons não oportunizarem o trabalho no campo do pensamento. Preguiça? Ou seria porque trabalho carrega em si conotação de negação do ócio, de castigo? O maçom operativo trabalhava de sol-a-sol em atividade que lhe rendia momentos de êxtase e concretização de belezas, algumas delas constante de arte fútil, mas que rendia prazer. Cada pedreiro preocupava-se com o detalhe que tinha a seu cargo, a pedra que esculpia; dificilmente olhava a obra inteira, mas sabia que trabalhava na construção de uma catedral; o pedreiro especulativo olha apenas a sua pedra, ele mesmo, sem olhar para o resto da sociedade, que é a catedral da qual faz parte. É só olhar para imagens das catedrais erigidas por aqueles vetustos profissionais para deduzir que a maior parte daquele árduo trabalho era desnecessária, mas era arte; igualmente o especulativo deve desenvolver atividade que lhe dê prazer, arte, diversão pelo pensamento.
 
Dizer para um irmão que ele deve produzir trabalho intelectual reflete nele com conotação de escravidão, tarefa a ser realizada para satisfazer necessidades fisiológicas ou atender a exploração do sistema. Muitos não veem a hora de sair do templo, olham o relógio com frequência, para dirigirem-se ao bar para "tomar umas e outras" e "jogar conversa fora". Não poderiam canalizar este "jogar conversa fora" para debates de temas úteis em direção ao humanismo e assim mesmo desfrutar prazer? O homem de hoje procura prazer imediato sem ter de investir. Poucos destilam prazer do trabalho. Os objetivos das sessões devem ser tais que transformem trabalho em momentos de ócio criativo, assim como explicado por Domenico de Masi e Bertrand Russell. O maçom, o homem de hoje não entende como alguém pode desfrutar prazer no trabalho. O trabalho em loja deve se converter em diversão; deve ser encarado como um imenso playground do pensamento para tornar-se agradável e atrair os irmãos reiteradas vezes às atividades intelectuais.
 
Defendo a ideia de transformar as reuniões em encontros prazerosos e ao mesmo tempo edificantes, sem prejudicar o rito. Como descobrir a veia artística de cada maçom em loja e ao mesmo tempo conduzir as atividades para aprimorar o humanismo? Temos necessidade de compreender o que existe escondido nos ritos e transformar isto em atividade prazerosa, algo que resulte em satisfação; atividade criadora assemelhada ao trabalho dos antigos pedreiros da guildas.
 
Que as sessões não sejam apenas um amontoado desconexo de palavras e sim prateleira organizada de pensamentos e ideias. Que o "nada" ceda lugar ao desejo de participar cada vez mais. Que cada sessão fique com aquele gostinho de "quero mais", onde os próprios debatedores e participantes solicitem prolongamento dos trabalhos com vistas a aumentar o prazer desfrutado para convivência prazerosa na obra do grande templo da sociedade. Desenvolver o gérmen de algo inusitado para preencher o "nada" de cada um deve ser a mola mestra das atividades. Como fazê-lo? É simples, nivele a loja e coloque os irmãos a debater temas onde eles próprios são as personagens; onde eles possam solucionar a angústia de preencher o vazio do "nada" que portam e com isto justificar o dom do livre-arbítrio atribuído pelo Grande Arquiteto do Universo as suas criaturas e com isto dar glória para obra criativa.
 
Bibliografia:
 
1. BEHRENS, Marilda Aparecida, Paradigma da Complexidade, Metodologia de Projetos, Contratos Didáticos e Portfólios, ISBN 85-326-3247-5, primeira edição, Editora Vozes Ltda., 136 páginas, Petrópolis, 2006;
 
2. BRASIL, Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para a República Federativa do, Ritual do Grau 15 do Rito Escocês Antigo e Aceito, Cavaleiros do Oriente, da Espada e da Água, Segunda Série de Graus Históricos e Capitulares, primeira edição, Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para a República Federativa do Brasil, 64 páginas, Rio de Janeiro, 1925;
 
3. CAPOZZI, Carmo, A Luva e a Alma, primeira edição, Agnes Gráfica e Editora, 96 páginas, São Paulo, 2008;
 
4. CAPRA, Fritjof, A Teia da Vida, Uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos, título original: The Web of Life, a New Scientific Understandding Ofliving Systems, tradução: Newton Roberval Eichemberg, ISBN 85-316-0556-3, primeira edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 256 páginas, São Paulo, 1996;
 
5. CHALITA, Gabriel, Os Dez Mandamentos da Ética, ISBN 85-209-1584-1, primeira edição, Editora Nova Fronteira S/A, 224 páginas, Rio de Janeiro, 2003;
 
6. SEMLER, Ricardo, Virando a Própria Mesa, Uma História de Sucesso Empresarial Made in Brasil, ISBN 85-325-1348-4, primeira edição, Editora Rocco Ltda., 232 páginas, Rio de Janeiro, 2002.
 
Biografia:
 
1. Fritjof Capra, autor, físico e teórico de sistemas. Nasceu em 1 de fevereiro de 1939. Com 71 anos de idade;
 
2. Pitágoras ou Pitágoras de Samos, filósofo e matemático de nacionalidade grega. Nasceu em Ásia Menor em 26 de novembro de 582 a. C. Faleceu em 500 a. C. Fundador da Escola de Crotona, responsável pela criação dos números irracionais e do Teorema de Pitágoras;
 
3. Ricardo Semler, autor e empresário de nacionalidade brasileira. Nasceu em São Paulo, São Paulo em 1959. Com 51 anos de idade. Presidente da SEMCO S/A.
 
Data do texto: 09/01/2011
 
Sinopse do autor: Charles Evaldo Boller, engenheiro eletricista e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 4 de dezembro de 1949 em Corupá, Santa Catarina. Com 61 anos de idade.
 
Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande loja do Paraná
 
Local: Curitiba
 
Grau do Texto: Aprendiz Maçom
 
Área de Estudo: Filosofia, Maçonaria, Ritualística, Tolerância

domingo, 29 de outubro de 2017


Nosso Mundo
Emmanuel
 
A Terra não é exílio,
Nem é mundo inferior.
Pensa na perfeição
Da vida que nos cerca;
O sereno esplendor
De cada amanhecer;
O ouro da luz solar
E a prata das estrelas;
As plantas generosas
E as fontes de água pura;
Se algum erro aparece,
Devemos isso a nós.





Responsabilidade

Emmanuel

 

Deus emprestou-te filhos

Para que os eduques.

Deus confiou-te terras

Para que as cultives.

Deus mandou-te o dinheiro

Para servir ao Bem.

Deus te envia a saúde,

A fim de que trabalhes.

Deus o fez livre, forte,

E também responsável.

A vida é luz em todos,

Mas o mundo é de Deus.

 
 

sexta-feira, 27 de outubro de 2017


Oração do construtor

 

Senhor!...

Construir é a profissão que me deste.

Rendo graças ao teu Infinito Amor pela concessão que me fazes, entretanto, peço vênia para agradecer-te, quanto aos ensinamentos a que me levas.

Ao levantar um prédio, devo providenciar plano adequado, conforme o gabarito e as condições que as posturas legais me confiram.

Assim também para atingir as realizações a que aspiro, cabe-me formular projeto justo, segundo as possibilidades de que disponho.

Para construir no plano material, preciso comumente de solo, água, pedra, cimento, areia e outros elementos de que não prescindo. E, na área dos recursos humanos, prendo-me à colaboração de técnicos, pedreiros, carpinteiros, estucadores, decoradores, eletricistas e de outros muitos representantes do trabalho específico.

Em qualquer edificação, tanto necessito do mais culto dos engenheiros para que me corrija, quanto do mais humilde dos operários, a fim de que me obedeça.

Faze-me observar que na concretização de minha própria felicidade, preciso de todos os ingredientes respeitáveis da vida e de todos os companheiros de Humanidade que se aproximem de mim, competindo-me a obrigação de conjugá-los para o bem.

Senhor!...
Ajuda-me, desse modo, a prestigiar a todos aqueles que me cruzam os passos, não me deixes viver à distância dos outros e auxilia-me a reconhecer o valor de todos os teus filhos, meus irmãos de experiência e caminho, para que jamais, de minha parte, venha a ofender seja quem seja,a fim de que eu possa construir algo útil em tua Obra Divina, hoje e sempre.

Meimei

terça-feira, 24 de outubro de 2017


HÁ JANELAS DE GELÓSIAS FIXAS EM SUA LOJA?

A presença de três janelas nas alegorias dos Templos Maçônicos é oriunda da informação constante no 1º Livro de Reis, capítulo 6 versículo 1:

“E sucedeu que no ano de quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito, no ano quarto do reinado de Salomão sobre Israel, no mês de Zive (este é o mês segundo), começou a edificar a casa do SENHOR.

2 E a casa que o rei Salomão edificou ao Senhor era de sessenta côvados de comprimento, e de vinte côvados de largura, e de trinta côvados de altura.

3 E o pórtico diante do templo da casa era de vinte côvados de comprimento, segundo a largura da casa, e de dez côvados de largura diante da casa.

4 E fez para a casa janelas de gelósias fixas” A simbologia de serem três janelas é amplamente discutida e encontra diversas explicações e instruções variando do ritualista.

Por sua vez, a localização, indiferente dos estudiosos e intérpretes, coincide como sendo uma no Oriente, uma ao “Meio Dia” e a outra no Ocidente. Para compreendermos o porquê, devemos relembrar que os Templos devem ser construídos no sendo Leste-Oeste, assim acompanhando a “marcha” do Sol, que inicia sua jornada pelo Oriente (leste), tem seu Zênite ao Meio-Dia e termina no Ocidente.

Encontramos as referidas janelas pintadas nas paredes ou até em painéis. Mas é comum esquecermos que não são simples janelas; são “janelas de gelósias fixas”, Informação importantíssima e negligenciada. Gelósias sãos as ripas de madeira das venezianas, mas também são as grades de tiras compridas e estreitas de madeiras colocadas nos vãos de janelas para a proteção da luz direta e do calor.

São, portanto, dois detalhes muito importantes, pois permeiam a luminosidade e, sendo fixas, garantem a privacidade. A beleza simbólica das “gelósias” é que elas permitem a privacidade de quem está dentro do ambiente para olhar para fora, mas, de fora, não se vê o que se passa no interior.

ASSIM, DEVEMOS SER OS TRABALHOS EM LOJA. PRECISAMOS NOS PROTEGER DAS PROFANAÇÕES, MAS NUNCA DEIXAR DE OLHAR PARA O PROFANO. APENAS 10% DOS LABORES MAÇÔNICOS ACONTECEM DENTRO DO TEMPLO. OS DEMAIS 90% DEVEM SER AÇÕES JUNTO À SOCIEDADE.

Este artigo foi inspirado na leitura do livro O PRUMO E O CINZEL do Irmão Walter José Fache Nogueira, que na página 58 assim se manifesta:

“Em 1 Livro de Reis, VI, 4: O Rei fez na casa (Templo)janelas com grades fixas. Para a Maçonaria, representa as três Luzes da Loja: O VM, é a Sabedoria, o PV, a Força, e o SV, a Beleza. Neste décimo primeiro ano de compartilhamento de instruções maçônicas, mantemos a intenção primaz de fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudos das Lojas.

Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônico.

Fraternalmente Ir.·. Sérgio Quirino

– Grande Segundo Vigilante – GLMMG  

segunda-feira, 23 de outubro de 2017


Ciência e Religião

 

Toda controvérsia caprichosa é desarmonia.

 

Todo conflito pessoa é perda de tempo.

 

Toda guerra exige a recapitulação.

 

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A ciência no mundo é um conjunto de afirmações provisórias do cérebro, a caminho da sabedoria.

 

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A religião na Terra é um acervo de revelações parciais do Céu para o coração, a caminho do amor.

 

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Ciência e religião representam meios.

 

O bem geral é o fim.

 

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Não nos vale o dilúvio das palavras, mas um simples gesto de entendimento e de auxílio nos transforma para a elevação substancial.

 

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É justo o exame.

 

É aconselhável a indagação.

 

É sublime o ato de crer.

 

É divino o fervor da fé.

 

Mas, se buscamos o Amor e a Sabedoria, aprendamos a aproveitar as lutas, as aflições, às dificuldades e as sombras da Terra por materiais didáticos da sublimação.

 

**

Um homem perdido na praia pode teorizar brilhantemente, sobre o grão de areia, exaltando a própria inteligência, mas, aqueles que consegue galgar uns poucos degraus do monte pode enxergar a paisagem e orientar os passos vacilantes de seu irmão.

 

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Estendamos nossos braços para a vida e auxiliemos sempre.

 

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O coração nas mãos para iluminar a mente, através do serviço, deve ser a nossa fórmula ideal de ascensão para os cimos da vida.

 

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Não nos esqueçamos de que o Sábio dos sábios, e o Anjo dos anjos, sem analisar o mundo e sem julgá-lo, amou e auxiliou, sofreu e sacrificou-se até a cruz, convertendo-se, então, em Luz Eterna a clarear-nos a senda para o Infinito.

 

Emmanuel

domingo, 22 de outubro de 2017


Segue em paz
 
 
Conquanto as agitações que assinalam o mundo, recorda que podes seguir o próprio caminho, conservando-te em paz
*
Segue com serenidade e coragem, ao encontro dos deveres que te competem.
*
Renteando contigo, é possível escutes os impropérios dos inconformados.
Adiante, talvez registres as reclamações dos que se entregam ao desespero.
E das margens da senda que a vida te compele a trilhar, surgem convites à perturbação, nascidos de muitos companheiros que se acolhem ao pessimismo e à descrença.
*
Resguarda-te em paz e segue demonstrando bondade para com todos.
*
Não existe ninguém sem um recado a transmitir.
*
Pensando ou falando, comunica tranquilidade e segurança aos que te ouçam.
*
Não te sintas superior.
A estrada evolutiva é de todos.
Muitos te acompanham à retaguarda, no entanto, outros muitos te tomam a frente.
*
Permanece no lugar que te é próprio, agindo e servindo.
*
Zela com dedicação pelo bem daqueles que o Senhor te confiou, mas se, um dia, os entes amados se te afastarem do convívio, não te lastimes.
*
Cada um de nós, em certas ocasiões da existência, é chamado a percorrer caminhos diferentes.
*
Não cultives apego demasiado.
Serve amando e ama sem prender-te e sem prender os outros.
*
Auxilia aos semelhantes, tanto quanto puderes, para que não te falte o auxílio alheio, quando isso se te faça necessário.
*
E segue em paz na estrada que a vida te traçou, na certeza de que apesar de todas as inquietações a que nos submete, o mundo é Criação Divina, entregue os serviço humano, e que, por dentro do próprio coração, trabalhando e servindo em paz, qualquer pessoa pode ser feliz.
*
Ergue-te, cada dia, faze o melhor ao teu alcance. Trabalha e serve.
 
Emmanuel

sábado, 21 de outubro de 2017


Os Oito Princípios Fundamentais da Regularidade Maçónica
 
(Definidos Pela Grande Loja Unida de Inglaterra)
 
A 4 de Setembro de 1929, a Grande Loja Unida de Inglaterra definiu as oito "condições" nos termos das quais podia reconhecer a regularidade de uma Grande Loja estrangeira, no que foi seguida por inúmeras Grandes Lojas, estabelecendo assim um padrão universal para a atribuição da qualidade de Regularidade Maçónica.
 1. A regularidade de origem, isto é, que cada Grande Loja tenha sido criada regularmente por uma Grande Loja devidamente reconhecida, ou por três Lojas ou mais regularmente constituídas.
2. A crença no Grande Arquitecto do Universo e na sua vontade revelada como condição essencial para a admissão de membros.
3. Que todos os Juramentos sejam prestados sobre o Livro da Lei Sagrada, como forma de ligar irrevogavelmente a consciência do iniciado à transcendência da Revelação Divina.
4. Que a composição da Grande Loja e das Lojas particulares seja exclusivamente de homens, e que cada Grande Loja não tenha qualquer ligação maçónica, de qualquer natureza, com Lojas mistas ou com organizações que, reclamando–se da Maçonaria, admitam mulheres como membros.
5. Que a Grande Loja exerça uma jurisdição soberana sobre as Lojas submetidas ao seu controlo, quer dizer, que seja um organismo responsável, independente e inteiramente autónomo, possuindo uma autoridade única e incontestada sobre o trabalho e os Graus simbólicos – Aprendiz, Companheiro e Mestre – colocados sob a sua administração. Que não seja de alguma maneira subordinada a um Supremo Conselho ou a outra potência que reivindique um controlo ou vigilância sobre esses Graus, nem partilhe a sua autoridade com outras quaisquer potências.
6. Que as Três Grandes Luzes da Maçonaria – o Livro da Lei Sagrada, o Esquadro e o Compasso – estejam sempre expostos durante o trabalho da Grande Loja ou das Lojas sob o seu controlo, sendo que a principal dessas Luzes é o Livro da Lei Sagrada.
7. Que a discussão de natureza política ou religiosa seja interdita em Loja.
8. Que os princípios dos Antigos Landmarks, Costumes e Usos de Ofício, sejam estritamente observados.
 
FONTE: /home/kurumin/documentos/mac/AM.doc Página 5 GLLP / GLRP R L Mestre Afonso Domingues

sexta-feira, 20 de outubro de 2017


Na Terra

 

Na Terra, Deus nos concede o corpo, através de pais amigos.

Cada um de nós se lhe faz o inquilino temporário, em regime de responsabilidade.

Deus nos proporciona a riqueza das horas pela contabilidade do Tempo.

Cada criatura, em momento oportuno, apresentará o relatório dos próprios dias.

Deus nos oferta os laços afetivos pelos princípios da afinidade.

Podemos valorizá-los ou não, conforme o nosso próprio arbítrio.

Deus nos cede a propriedade, por intermédio das leis organizadas pelos próprios humanos.

Daremos conta do usufruto respectivo.

Deus nos oferece as sementes pelos recursos da Natureza.

Plantio e colheita são sempre de nossa escolha.

Deus nos confia o dinheiro, através do trabalho ou da generosidade alheia.

Somos responsáveis pela aplicação da finança que nos seja creditada.

Deus nos habilita para a eficiência com máquinas diversas, por meio da própria inteligência humana.

Compete a nós outros a programação e a condução delas.

Em suma, toda criação e doação das vantagens de que dispomos procedem de Deus.

Entretanto, é justo reconhecer que todos os êxitos e problemas da utilização pertencem a nós.

 

André Luiz

quarta-feira, 18 de outubro de 2017



Marcha no Bem

 

Por nada te desgarres

Do trabalho no bem.

 

Se algum te injuriou,

Silencia e prossegue.

 

Se a doença te aflige,

Serve quanto possível.

 

Há quem pare na queixa,

Mas, um dia verá.

 

Que os irmãos em serviço,

Prosseguindo com Deus,

 

Muito dificilmente

Hão de ser alcançados.

 

Emmanuel

 

terça-feira, 17 de outubro de 2017


PARA SER UM BOM MAÇOM

Um bom maçom não confunde Liberdade, que é direito sagrado, com abuso que é defeito. Crê em Deus, Ser Supremo, que nos orienta para o bem e nos desvia do mal. É leal. Quem não é leal com os demais, é desleal consigo mesmo e trai os seus sagrados compromissos. Cultiva a Fraternidade, porque ela é a base fundamental da Maçonaria, porque só pelo culto da Fraternidade poderemos conseguir uma humanidade menos sofredora. Recusa agradecimentos porque se satisfaz com o prazer de haver contribuído para amparar um semelhante. Não se abate, jamais se desmanda, não se revolta com as derrotas, porque vencer ou perder são contingências próprias da vida do Homem. É nobre na vitória e sereno se vencido, porque sabe triunfar sobre os seus impulsos, dominando-os. Não se desvia do caminho da Moral, quem dele se afasta, incompatibiliza-se com os objetivos da Maçonaria. Pratica o bem porque sabe que é amparando o próximo, sentindo as suas dores, que nos aperfeiçoamos. Abomina o vício porque este é o contrário da Virtude, que ele deve cultivar. Não se entrega a excessos alcoólicos, porque a embriaguez, além de torna-lo ridículo, impede-o de raciocinar e seguir o bom caminho. É amigo da família, porque ela é a base fundamental da Humanidade. O mau chefe de família não tem qualidades morais para ser maçom. Não humilha os fracos, os inferiores, porque é covardia e a Maçonaria não é abrigo de covardes. Trata fraternalmente os demais Maçons para não trair os seus juramentos de Fraternidade. Não se envaidece, não alardeia suas qualidades, não vê no auxıĺio ao semelhante, um gesto excepcional, porque este é um dever de solidariedade humana, cuja prática constitui um prazer. Não promete senão o que pode cumprir. Uma promessa não cumprida pode provocar inimizade. Se sofre, suporta com coragem; se regozija, deve fazer sem se amesquinhar. O valor da existência de um Maçom é julgado pelos seus atos, pelo exercício do bem. Não odeia: o ódio destrói; só a amizade constrói. O verdadeiro maçom não tem apego aos cargos porque isso é cultivar a vaidade, sentimento mesquinho, incompatível com a elevação dos sentimentos, que o bom maçom deve buscar. Os vaidosos almejam posições em que se destaquem; os verdadeiros maçons buscam trabalho em que façam destacar a Maçonaria. Uns lutam pelo engrandecimento de sua personalidade e devem ser combatidos; outros trabalham pelo engrandecimento da Maçonaria e devem ser aplaudidos.

Fonte: JORNAL DO APRENDIZ - Edição 112 - SoleproCopilação: Grupo Memórias e Reflexões Maçônicas Adm. Ir.´.Rogério - RomaniPub/GOU/Rimmôn

segunda-feira, 16 de outubro de 2017


FÉ E CARIDADE.

Dizem que toda pessoa de fé viva sofre, incessantemente, nas obras da caridade, em nome do Cristo, no entanto, vale explicar porque isso acontece.

Espíritos pessimistas aceitam a derrota de quaisquer iniciativas, antes de começa-las.

Egoístas moram nas próprias conveniências.

Tíbios desrespeitam as horas.

Frívolos vivem agarrados à casca das situações e das coisas.

Oportunistas querem vantagens e lucros imediatos.

Vaidosos desconhecem, propositadamente, a necessidade dos outros.

Impulsivos criam problemas.

Toda pessoa, porém, que confia no Cristo é, consequentemente, alguém que procura servir, assimilando-lhe exemplos e lições, e, por isso mesmo, é indicada por Ele ao trabalho do bem, de vez que chamar preguiçosos e indiferentes não adianta.

ANDRÉ LUIZ