sábado, 30 de setembro de 2017


O Ganso e a Grelha, 24 de junho de 1717, o que realmente aconteceu ali? 

   

Londres, 24 de junho de 1717.
 
Imagine que estamos no solstício de verão, dia de São João Batista, um dia de grande festa.
 
Neste final de dia, as ruas estão cheias de pessoas. Entre a multidão, um homem parece estar com pressa. Tem cerca de 45 anos, usa uma peruca e veste um gibão de couro marrom, adornado com grandes botões dourados. Um terno sóbrio, sem muita elegância e desgastado, mas algo que o distingue do comum, como um cavalheiro.
 
Ela caminha ao longo da rua Ludgate e, finalmente, chega a Catedral de St. Paul (São Paulo). Esta nova catedral Londrina é realmente impressionante.
 
Construído pelo arquiteto “estrela” do momento, Sir Christopher Wren, que foi inspirado, tanto na basílica de São Pedro, em Roma, quanto na Igreja Val-de-Grâce, em Paris. Ela acaba de ser concluída a apenas alguns meses atrás, e temos de reconhecer que é uma das mais belas realizações das grandes obras de 1666, o ano do Grande Incêndio de Londres.
 
Um grande incêndio que durou 4 dias, engoliu mais de 13.000 casas e 87 igrejas. Um desastre inimaginável que transformou Londres em um grande canteiro de obras, por 40 anos. E uma vez que as construções de madeira foram, neste momento, proibidas, deve ser dito que os pedreiros (maçons) se beneficiaram muito.
Área atingida pelo grande incêndio de Londres no ano de 1666
Sir Christopher Wren teve um lugar de destaque nesta reconstrução. Ele estava em toda parte. Imagine que ele foi responsável pela reconstrução de mais de 50 igrejas.
 
Nosso homem de gibão marrom tem um compromisso junto à catedral. Ali estava a taverna “The goose and gridiron” (O ganso e a grelha).
 
Rapidamente, ele entrou na sala comum da taverna, no piso térreo. Como sempre, estava lotado. O taverneiro reconhece o homem e o saúda, indicando que seus amigos já tinham subido. Ele sobe as escadas, para o piso superior e bate na porta …
Este homem se chama Anthony Sayer. Em menos de uma hora, ele será eleito pelos seus pares, Primeiro Grão-Mestre da Grande Loja de Londres e Westminster.
 
Aqui estamos no momento crucial, que foi o ponto de partida da Maçonaria “moderna”.
 
Mas o que é realmente aconteceu em 24 de junho de 1717 na Taverna o Ganso e a Grelha?
 
Antes de tudo, o dia era realmente 24 junho?
 
A Inglaterra ainda não utilizava o calendário gregoriano, que só foi adotado naquele país em 1752, portanto na datação atual, o dia seria 4 de julho.
Na verdade, daquele episódio temos apenas duas referências textuais para estudar.
 
Duas e somente duas
 
Todos os comentários que podem ser encontrados sobre o tema, são derivadas do nosso famoso escritor William Preston ou das pesquisas da Ars Quatuor Coronatorum, sendo estas meramente explicações destas duas referências que temos.
 
A primeira e mais importante destas referências é o relato que o Doutor e Reverendo James Anderson deixou no seu “Novo Livro das Constituições de 1738”, ou seja, 21 anos mais tarde do que a data em questão.
A segunda referência é totalmente anedótica mas temos que mencioná-la. Se trata de uma publicação anônima chamada “The Complete Free-Mason or Multa Paucis for Lovers of Secrets”, publicado em 1763 ou 1764.
Nesta última, é dito que as lojas representadas eram seis e não quatro como disse Anderson.
 
Vejamos então a tradução feita a partir do original, do texto de James Anderson.
 
Novo Livro das Constituições de 1738, Dr. James Anderson
 
“O Rei George I entra em Londres em 20 de setembro de 1714. E após a rebelião terminada, em 1716, as poucas lojas em Londres, que tinham sido negligenciadas por Sir Christopher Wren, decidiram que seria bom se unirem e ter um Grão-Mestre como Centro de União e Harmonia, e estas são as lojas que se reuniram:
  1. The Goose and Gridiron (O Ganso e a Grelha), na taverna em St. Paul´s Church-Yard.
  2. The Crown (A Coroa), na taverna em Parker´s Lane perto de Drury Lane.
  3. The Apple-Tree (A Macieira), na taverna na rua Charles, Covent Garden.
  4. Rummer and Grape (A Taça e a Uva), na taverna em Channel-Row, Westminster.
Estes e alguns outros antigos irmãos, se encontraram na taverna Apple-Tree e colocaram no cargo, o mais antigo Mestre de Loja, formando ali mesmo uma Grande Loja temporária, na devida forma e, posteriormente, reviveram a Reunião Trimestral dos Oficiais de Lojas, chamada de Grande Loja, decidindo realizar uma Assembleia anual e festa, elegendo um Grão-Mestre dentre eles, de modo que tivessem a honra de ter um Nobre irmão para sua direção.
 
Consequentemente, no dia de São João Batista, no terceiro ano do Rei George I, 1717, a Assembleia e Festa dos Maçons Livres e Aceitos foi realizada na Taverna “O Ganso e a Grelha” acima mencionada. Antes do jantar, o mais antigo mestre de loja, propôs uma lista de candidatos adequados, e os irmãos elegeram por uma maioria de mãos levantadas, Anthony Sayer, Cavalheiro, Grão-Mestre dos Maçons (Jacob Lamball, Carpinteiro e o Capitão Joseph Elliot, seus Grandes Vigilantes), que imediatamente foi investido, com a insígnia do cargo e o poder de direito, pelo mestre mais antigo, e instalado e felicitado pela assembleia, que prestou homenagem a ele.
 
Sayer, Grão-Mestre, instruiu os Mestre e Vigilantes das Lojas para se reunirem com os Grandes Oficiais a cada trimestre, na Conferência realizada no endereço indicado, na convocação enviada pelo Cobridor. ”
 
É claro que não temos como atestar o relato que 21 anos mais tarde, Dr. Anderson nos apresenta.
 
Sabe-se que James Anderson, o “Escriba” de Desaguliers, não hesitaria como em outras questões, em “consertar” a verdade, de forma a fazer valer o projeto da nova Grande Loja.
 
Não tenho a intenção de entrar aqui em um estudo sistemático e profundo desse texto, mas uma vez que constitui o único relato que temos, desse evento, vamos usá-lo como o caminho para tentar entender melhor este chamado “nascimento da Maçonaria moderna”.
 
“Rei George I entra Londres em 20 de setembro de 1714. ”
 
É evidente que se trata de apoio ao rei, a nova dinastia protestante de Hanover.
 
Recordemos rapidamente que era início do século XVIII, a Inglaterra vivia um período de “mudanças”. Em 1701, o último filho da herdeira, Princesa Anne, morreu. A Lei de Sucessão para afastar todos os católicos da sucessão ao trono, nomeia Sophia (parente protestante mais próxima da família real britânica) e seus descendentes, os próximos na linha de sucessão. A Rainha Anne morreu em 1714 e, em seguida, o filho de Sophia, George, Príncipe-eleitor de Hanover, se tornou Rei da Inglaterra.
 
“E após a rebelião terminada”
 
A rebelião em questão é a revolta na Escócia, pelos jacobitas, partidários de Jacobo Francisco Eduardo Estuardo (em inglês, James Francis Edward Stuart), filho de James II da Inglaterra e pretendente ao trono da Inglaterra e da Escócia.
 
Uma violenta reação contra o Ato de União de 1707 anunciando a fusão dos dois reinos, Inglaterra e Escócia, em Reino Unido, e da supressão do Parlamento Escocês, mas também contra a Lei de Sucessão.
 
“1716”
 
Provavelmente, uma reunião preparatória teria ocorrido antes de 1717 (Anderson não nos dá o dia ou o mês). E foi certamente nessa reunião que as coisas realmente foram decididas. 1717 seria apenas o início da implementação das decisões tomadas anteriormente.
 
“As poucas lojas em Londres, que tinham sido negligenciadas por Sir Christopher Wren.”
 
É uma precisão fornecida por Anderson, e certamente nada inocente, ele diz: “As poucas lojas de Londres” e não “Algumas Lojas de Londres”.
 
Temos que reconhecer que, naquela época, as lojas não eram numerosas em Londres, mas está aí a tentativa de dizer que “todas” as lojas estavam relacionadas, o que mais tarde foi refutado pelos Antigos, no seu Ahiman Rezon.
 
Sir Christopher Wren era um personagem muito famoso na Inglaterra, sábio e arquiteto, e conhecido por seu papel na reconstrução de Londres depois do grande incêndio de 1666 e em especial, pela concepção da Catedral de São Paulo. Além disso, foi um dos fundadores da Royal Society.
 
Os informes da mesma Royal Society, testemunham que Wren foi “adotado” na Fraternidade de Maçons Aceitos em 18 de maio de 1691.
 
Atas da Loja, originalmente a nº 1 (no Ganso e a Grelha) o menciona como o “Mestre da Loja”.
 
E sobre o fato de que Wren teria negligenciado os maçons?
Devemos notar que as primeiras Constituições de Anderson, de 1723, não mencionam o episódio da Constituição da Grande Loja.
 
Seria porque Wren ainda estava vivo? Ele faleceu justamente em 1723.
 
“Eles decidiram que seria bom se unirem e ter um Grão-Mestre como Centro de União e Harmonia”
 
Anderson não nos diz nada sobre os reais motivos dessas lojas.
 
Foi um ato de sobrevivência para elas?
Foi para obter um melhor reconhecimento, fazendo o ofício ter maior e melhor importância?
Ou se tratava de uma “tomada de controle”, premeditada por algumas lojas, por certos atores que já tinham um projeto em mente?
 
“Estas são as lojas que se reuniram”
 
Poucas informações são conhecidas sobre estas quatro lojas fundadoras, conforme descrevo abaixo:
 
Nº1 – O Ganso e a Grelha
 
Esta loja é considerada a mais antiga das quatro, ela é de 1691. Tinha apenas 26 anos de idade em 1717.
Supõe-se que ela tinha origens operativas, em conexão com a construção da Catedral de St. Paul (1675-1710). Hoje é intitulada como “Lodge of Antiquity” (Loja da Antiguidade) e é a número 2 no Registo de Lojas da Grande Loja da Inglaterra.
 
Nº2 – A Coroa
 
Nada se sabe sobre esta loja, apenas que foi fundada em 1712. Ela não teve nenhum papel na história maçônica e se extinguiu em 1736.
 
Nº3 – A Macieira
 
Hoje ela é chamada “Lodge of Fortitude and Old Cumberland”. Na taverna Apple Tree, essa loja deu a Grande Loja, o primeiro Grão-Mestre, Anthony Sayer e seus dois Vigilantes.
 
Dizem que esta loja era operativa e contaria com maçons artesãos entre os seus membros.
 
Nº4 – A Taça e a Uva
 
Hoje se chama “Royal Somerset House and Inverness Lodge Nº4”. A data de criação é desconhecida, mas em uma lista de lojas de 1729, a data de fundação aparece como 1712-1716.
 
Ao contrário das outras lojas, esta era constituída de uma maioria de maçons “aceitos”, dos quais 10 eram nobres. Dela saiu o terceiro e quarto Grão-mestres da Grande Loja.
 
Era a loja de Desaguliers e sem dúvida graças a ela, a Grande Loja conseguiu um êxito extraordinário.
 
As 3 primeiras lojas tinham vinte membros cada uma, ao passo que a número quatro tinha mais de 70 membros.
 
Pode-se assustar com a “juventude” dessas lojas, pois 3 delas eram quase recém-formadas (entre 3 e 4 anos) e a mais antiga tinha 26 anos.
 
“Estes e alguns outros antigos irmãos, se encontraram na taverna Apple-Tree e colocaram no cargo, o mais antigo Mestre Maçom, formando ali mesmo uma Grande Loja temporária”
 
Podemos concluir que para a formação de uma Grande Loja temporária em 1717, o projeto foi definido bem antes, talvez em 1716.
 
“Posteriormente, reviveram a Reunião Trimestral dos Oficiais de Lojas, chamada de Grande Loja”
 
Não se sabe ao certo a que se referia a “Reunião trimestral dos oficiais das lojas, chamada de Grande Loja”.
 
“Decidindo realizar uma Assembleia Anual e festa, elegendo um Grão-Mestre dentre eles, de modo que tivessem a honra de ter um Nobre irmão para sua direção”
 
O objetivo foi lançado: “ter um nobre irmão para sua direção”. Parece então que, desde o início, a loja “Rummer and Grape” influenciou muito e tinha desenhado um projeto. Demorou quatro anos, mas acabou tendo este nobre em sua direção, já que em 1721, John Duque de Montagu, tornou-se Grão-Mestre.
 
“Consequentemente, no dia de São João Batista, no terceiro ano do Rei George I, 1717, a Assembleia e Festa dos Maçons Livres e Aceitos foi realizada na Taverna “O Ganso e a Grelha” acima mencionada. ”
 
É hora de falar um pouco sobre a famosa cervejaria (taverna) O Ganso e a Grelha.
Primeiro temos que especificar que a taverna ficava, naquela época, em um dos centros mais importantes da vida social da Inglaterra. Ali se tratavam muitos assuntos, como por exemplo, negócios, Justiça de Paz e muitas reuniões de clubes que estavam em evidência no início do século XVIII.
 
Durante muito tempo, as lojas continuaram a se encontrar em tavernas. Eles bebiam, comiam e fumavam em loja.
 
Isto é o que diz o livro “The Book of Days”, de Robert Chambers, de 1872:
 
“No canto noroeste da Catedral de São Paulo, se encontra uma das insígnias mais fantástica de Londres, “O Ganso e a Grelha”. Ela tornou-se famosa graças a concertos dados pela Sociedade de Músicos e seus brasões mostrando uma lira de Apolo encimada por um cisne como escudo, quando a casa foi reconstruída, estes emblemas foram transformados em um ganso e uma grelha, estando esta demonstração absurda, sobre a porta”.
Brasão da Sociedade de Músicos – O Cisne e a Lira
Sabe-se que a construção tinha 5 níveis: 3 pisos, um piso térreo e um porão. A maior sala, era a sala de jantar no primeiro piso e media não mais de 4,30 metros por 6,50 metros ou cerca de 28 metros quadrados.
 
Podemos nos perguntar como poderia ter sido formada a primeira Grande Loja. Você duvida que não mais de vinte pessoas poderiam ter participado?
Aqui, um detalhe que reduz a amplitude do evento pois a eleição foi em uma maioria de mãos levantadas em um espaço pequeno, de no máximo 28 metros quadrados:
 
“Antes do jantar, o mais antigo mestre de loja, propôs uma lista de candidatos adequados, e os irmãos elegeram por uma maioria de mãos levantadas, Anthony Sayers, Cavalheiro, Grão-Mestre dos Maçons (Jacob Lamball, Carpinteiro e o Capitão Joseph Elliot, seus Grandes Vigilantes), que imediatamente foi investido, com a insígnia do cargo e o poder de direito, pelo mestre mais antigo, e instalado e felicitado pela assembleia, que prestou homenagem a ele. ”
 
Não sabemos muito sobre Anthony Sayer e sobre ele, há menos informações do que qualquer outro que esteve na direção da Grande Loja. Sabe-se que ele nasceu em 1672 e morreu em janeiro de 1742, e nada mais se sabe sobre sua vida privada.
 
Em 1719, ele foi o 2º Grande Vigilante, e seu nome se encontra entre os membros da Old King´s Arms Lodge Nº28 de Londres, onde foi o Cobridor até o final de sua vida.
 
Sabemos que ele foi repreendido publicamente em 28 de agosto de 1730, por participar de reuniões ilegais de maçons descontentes, que enfrentavam a autoridade da Grande Loja.
 
Sabemos também que muitas vezes estava em situação difícil e pediu caridade a Old King´s Arms Lodge Nº28 em 21 de novembro de 1724, em 21 de abril de 1730 e em 17 de abril de 1741.
 
Ele recebeu o apoio desta loja em 02 de fevereiro de 1736 e em 3 de março de 1740. Sua morte é registrada no informe de 06 de janeiro de 1742, da Old King´s Arms Lodge Nº28.
 
Steven Smith, um membro da West Essex Round Table Lodge Nº 9310, disse em um excelente artigo do site Freemasonry Today, em 14 de dezembro de 2011, que a vida de Sayer não foi estudada porque não correspondia com os padrões de nobreza que a Maçonaria desejava apresentar. E, no entanto, pode ser que Sayer fosse de origem estrangeira. (Seria ele Francês?)
 
Concluímos com tudo isso:
 
1717 certamente não foi o ano de fundação da “Maçonaria moderna” como facilmente acredita-se. Talvez tenha sido em 1723, com a chegada de Desaguliers, que realmente as coisas começaram a acontecer. Lembremos que James Anderson foi quem descreveu os acontecimentos, e não se sabe se são relatos verdadeiros ou apenas uma tentativa de dar valor ao ofício, o ligando aos operativos liderados por Wren.
 
Descrevo aqui, o surgimento do conceito de Grande Loja “Moderna”. E é bem verdade que não é tão interessante para os Ingleses, estudar estes acontecimentos e talvez mudar a história contada.
 
 
Bibliografia:
 
Ilustrações da Maçonaria – William Preston
Constituição dos Maçons Livres de 1723 – James Anderson
Constituição dos Maçons Livres de 1738 (2º edição) – James Anderson
The Book of Days – Robert Chambers
Site – Freemasonry Today – http://www.freemasonrytoday.com/
Texto do irmão Philip R. – Traduzido por Luciano R. Rodrigues
 
Fonte: – http://www.oprumodehiram.com.br
 

sexta-feira, 29 de setembro de 2017


Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.

Darcy Ribeiro

quinta-feira, 28 de setembro de 2017


Prece de aprendiz

 

 

Senhor Jesus,

dá-me forças para viver com alegria,

coragem para sustentar o fardo das provas com dignidade,

compreensão para não perder a fé em Deus

boa vontade para servir ao próximo,

discernimento para trilhar o melhor caminho...

Que eu nada faça que prejudique a ninguém e que aprenda a não me queixar, senão de minhas próprias fraquezas!

Que acima de todas as sombras da vida, eu possa enxergar a Tua divina luz a nortear-me os passos nas lutas de cada dia.

Amando Mestre,

que eu saiba me esforçar para não decepcionar os companheiros que depositam em mim a sua confiança e que eu não me sinta decepcionado quando esse ou aquele amigo tropeçar nas pedras da invigilância...

Não me abandones as trevas de mim mesmo!

Toma-me, Senhor, o coração de aprendiz e guarda-me Contigo, hoje e sempre.

Assim seja!

Albino Teixeira

 

quarta-feira, 27 de setembro de 2017


D. PEDRO FOI INICIADO, EXALTADO MESTRE E CONDUZIDO A GRÃO-MESTRE NO MESMO DIA?

 

Essa é mais uma "lenda" que corre no meio profano e também maçônico, repetida por pessoas que nunca se preocuparam em procurar a verdade, sendo-lhes mais fácil repetir o que “ouviram dizer”. Essas são as verdadeiras datas, conforme as Atas do Grande Oriente do Brasil:

(1) O GOB foi fundado em 17/06/1822;

(2) D. Pedro, então Príncipe Regente, foi iniciado em 02/08/1822 na Loja Commercio e Artes;

(3) Foi exaltado Mestre em 05/08/1822 por autorização especial do Grão-Mestre José Bonifácio, lembrando que isso é uma das prerrogativas de um Grão-Mestre;

(4) A Independência do Brasil ocorreu em 07/09/1822 pelo então Mestre Maçom D. Pedro (Guatimozim);

(5) O célebre discurso de Joaquim Gonçalves Ledo que se atribui ter ocorrido em 20/08/1822 (daí o Dia do Maçom brasileiro) na verdade ocorreu em 09/09/1822; e

(6) D. Pedro foi conduzido ao cargo de Grão-Mestre entre 29/09 e 03/10, pois na sessão de 04/10 ocorreu "a prestação do juramento do nosso muito amável e muito amado Ir.'. Guatimozim ..."

Esses são os fatos, o resto é especulação que virou lenda.

Ir.'. Almir Sant'Anna Cruz

(Membro da Academia Maçônica de Artes, Ciências e Letras do Estado do Rio de Janeiro - AMACLERJ)

 

Fonte: JORNAL DO APRENDIZ Página 07 – Edição 110  GRANDE ORIENTE DE PERNAMBUCO  - ARLS AMPARO DA VIRTUDE 0276

terça-feira, 26 de setembro de 2017



Humildade
 
 
Por humilhar-se, no seio da terra, a semente aprende a morrer para renova se, enriquecendo o celeiro.
Por rebaixar-se de nível, a fim de auxiliar, o grande rio faz-se pai das fontes e dos córregos, suportando todos os detritos e garantindo a economia dos continentes, a caminho do mar.
Por se ocultarem no subsolo, as raízes sustentam as árvores que são a fartura mundo.
Por sofrer resignado, o óleo escuro, converte-se em luz no pavio incandescente.
Por obedecer ao pensamento do oleiro, ergue-se a argila em vaso precioso.
Por vergar-se ante a ventania, a erva tenra consegue sobreviver à passagem da tormenta.
Por esconder-se solitária, sob o chão, a rocha sustenta a beleza do vale.
Humilha-te, engrandecendo a vida que te cerca, e a vida te exaltará.
Por isso mesmo, o Mestre Maior de Todos preferiu sofrer e dobrar-se na cruz, porque, com a grandeza imortal do sacrifício, construiu o caminho para a redenção de todas as criaturas...
Emmanuel

segunda-feira, 25 de setembro de 2017


Não Reclame

 

Não reclame de ninguém.

Cada pessoa é o que é, e não será acusando que você conseguirá auxiliar.

Não reclame da vida.

Cada um colhe exatamente o que planta.

Não reclame do clima.

A Natureza é sábia e age buscando o equilíbrio das próprias forças.

Não reclame da falta de tempo.

Se não desperdiçar os minutos, terá sempre as horas de que necessita para desempenhar todos os seus deveres.

Não reclame do que você faz.

Amor e alegria são ingredientes indispensáveis ao êxito de qualquer atividade no bem.

Não reclame excessivamente de você mesmo.

Auto condenar-se pode ser tão pernicioso quanto auto
elogiar-se.

Sempre que observarmos em nós qualquer tendência à reclamação que ultrapasse os limites do bom senso e da caridade cristã, oremos suplicando a Deus nos esclareça quanto às próprias deficiências e para que nos ajude a reconhecer na humildade o nosso próprio lugar.

André Luiz

domingo, 24 de setembro de 2017


BREVIÁRIO MAÇÔNICO

- O ÓSCULO

Deriva do latim, significando os Os, boca; traduz-se por “beijo”, do latim basiare ou “tocar com os lábios”. Sendo os lábios uma parte muito sensível do corpo, cujo tato vem acentuado para a seleção dos alimentos, essa sensibilidade transforma-se em afeição.
Na Antiguidade, o beijo era trocado entre os familiares, mais tarde, significava honraria; é uma das expressões mais ativas do sexo. Em alguns ritos maçônicos, subsiste o ósculo da Fraternidade, que é depositado pelo dirigente da cerimônia na fronte do Neófito. A intenção do ósculo é “tocar” a mente, para apor-lhe o “selo místico”. Beijar, Maçonicamente, é “selar”.
O beijo fraterno entre Irmãos, aqui no Brasil, proveio da Europa, onde os amigos saúdam-se por meio do ósculo; esse costume surgiu nos países árabes. Socialmente, o ósculo é praticado em alta escala e demonstra afeto e carinho; sem qualquer malicia, é aposto nas faces. O calor do aperto das mãos, o abraço e o ósculo são expressões comuns, que não escandalizam, mas estreitam uma amizade.
- . Ir.·. Rizzardo da Camino

sábado, 23 de setembro de 2017

Pé esquerdo no REAA

Meus Irmãos, tenho visto um monte de “caca” em muitas Lojas que visito e até na “nossa”. Pois, muitos mestres, não “sabem”, com  qual pé se entra no Templo, Houve situação que já presenciei  até ‘debates” na porta do Templo entre o Venerável e outro Mestre instalado, sobre o tema.
Vamos lá, tentarei explicar de forma simples e objetiva.
Ao contrário do que alguns podem pensar, esse é um costume muito antigo, de milênios, e não possui relação alguma com o azar.


As principais pinturas e esculturas de deuses e faraós egípcios mostram sempre o pé esquerdo à frente, enquanto as que ilustram pessoas comuns em situações do cotidiano mostram o pé direito. Trata-se de uma coincidência? Não. O passo com o pé esquerdo era considerado pelos egípcios como símbolo do “primeiro passo” para uma nova vida. Por isso, era com o pé esquerdo que o faraó dava seu primeiro passo após sua posse. Também por isso que as escadas eram feitas com degraus em número ímpar, de forma a ser possível iniciar e encerrar a subida com o pé esquerdo. Essa tradição foi herdada posteriormente pelos gregos, como também se pode ver estampada em sua arte.

Por que o esquerdo, e não o direito?

Os egípcios acreditavam que o lado esquerdo era o lado espiritual, enquanto que o lado direito era o lado material. Por esse motivo, as coisas tidas como sagradas eram feitas com o pé e mão esquerda.
Esse simbolismo do primeiro passo, um passo espiritual para uma nova vida, continuou sendo observado nas instituições tradicionais, principalmente em suas cerimônias de iniciação, incluindo a Maçonaria.
“Rompendo a Marcha”

O costume também foi incorporado pelos antigos exércitos, que davam o primeiro passo de suas marchas com o pé esquerdo como um sinal de sorte para a batalha. Com o tempo, o costume se tornou regra, mas perdeu sua simbologia. Daí então, as famosas “Lojas Militares”, responsáveis pelo surgimento das primeiras Lojas Maçônicas nas então “Colônias”, acostumados ao primeiro passo esquerdo não somente em Loja, mas também fora dela, incorporaram às suas Lojas a prática e o termo militar “romper a marcha com o pé esquerdo”.
Foi assim também que o maçom, que tinha “passos”, passou a ter “marchas”.

Na maioria dos rituais, rompimento da marcha se dá com o pé esquerdo. Assim o é no REAA e no de YORK, por exemplo; já no RITO ADONHIRAMITA e no FRANCÊS (ou MODERNO), o rompimento da marcha se dá com o pé direito.
Na Câmara de Reflexões, o desnudamento do pé esquerdo significa um despojo voluntário da insensibilidade moral, que impede a prática da virtude; indica a faculdade do discernimento que devemos usar em cada passo do nosso caminho, nos quais podemos tropeçar.

Na Maçonaria Simbólica, os três graus têm marchas diferentes. No REAA, a posição dos pés – em esquadria – sempre respeita o ângulo de 90º, com o pé esquerdo à frente e o direito apontado para a direita. E a circulação dentro dos templos sempre se dá da esquerda para a direita .
(Passo do Aprendiz); O pé esquerdo avança antes do direito para mostrar que o Aprendiz ainda tem as influências emocionais e da imaginação (lado esquerdo do cérebro), preponderando sobre a razão e a inteligência (lado direito).

 Algumas Curiosidades:
  • O cavaleiro monta o cavalo colocando o pé esquerdo, em primeiro lugar, no “pé” do estribo;
  • Nas esculturas e gravuras egípcias os sacerdotes avançavam sempre com o pé esquerdo à frente;
  • Nas Fanfarras, o primeiro passo é dado com o pé esquerdo. O batalhão rompe a caminhada colocando o pé esquerdo à frente;
  • No Budismo, o pé esquerdo é figura de destaque. Tanto assim que o Pé de Buda, famosa figura budista, se vê representado pelo pé esquerdo;
  • Na dança, o parceiro movimenta para frente o pé esquerdo, em total sincronia, obrigando a parceira a recuar o pé direito;
  • Em reforço para o início com o pé esquerdo, é que o Rei David deixava sempre a sua harpa pendurada ao lado de sua cama. Conta a tradição que o vento do Norte tangia a harpa produzindo sons e o Rei David se levantava para fazer seus Salmos. Isso sempre acontecia à meia-noite.
Conclusão:
Outrossim (é minha opinião pessoal),  acredito que ambas as correntes que “credenciaram” ora o pé esquerdo, ora o pé direito como preponderantes no rompimento da marcha têm bons motivos para o fazê-lo, mas que, de acordo com a maioria das opiniões e pelo REAA  constata-se a preponderância na utilização do pé esquerdo na senda maçônica ao adentrar o Templo.

Vamos acabar com os modismo na Maçonaria

sexta-feira, 22 de setembro de 2017


“ANTE O ALÉM

 

A Vida não termina

Onde a morte aparece.

 

Não transformes saudade

Em fel nos que se foram.

 

Eles seguem contigo,

Conquanto de outra forma.

 

Dá-lhes amor e paz,

Por muito que padeças.

 

Ele também te esperam,

Procurando ampara-te.

 

Todos estamos juntos,

Na presença de Deus.”

 

Emmanuel

 

Fonte: Livro “Ninguém Morre”

Psicografia: Chico Xavier

quarta-feira, 20 de setembro de 2017


OS MAUS MAÇONS

As boas ações dos maçons ficam quase sempre - como é suposto - no segredo do íntimo de cada um. Não é próprio de um maçom alardear o bem que espalha em seu redor, ou, como diz o evangelho segundo Mateus, "não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita".
Assim, os bons exemplos daquilo que os maçons fazem nunca chegam a ser verdadeiros exemplos: desconhecidos de quase todos, é como se não tivessem sequer ocorrido. Não falam as bocas do mundo das boas obras deste ou daquele maçom, e se falam não mencionam o fato de ser maçom - eventualmente de forma pública.
Mas, se por acaso o mencionam, não se diz nunca que foi "a maçonaria", por intermédio dessa pessoa, que fez bem; o bem é sempre e quando muito, um ato individual.
Já quando o nome de um suposto maçom cai na lama da praça pública, logo os clamores se erguem para estabelecer uma suposta ligação entre um fato e o outro, e logo se toma a parte pelo todo, atacando-se a totalidade dos maçons por causa de uma acusação feita a um ou a uns poucos... De fato, a discrição que caracteriza a maçonaria joga frequentemente em seu desfavor.
Negar as evidências não é próprio de seres racionais ou de pessoas inteligentes. Por isso começarei por afirmar: é claro que há maçons que fazem coisas mal feitas; venha o primeiro dizer que nunca cometeu um erro.
O fato de um maçom cometer erros só prova que cumpre um dos requisitos para ser maçom: pretender aperfeiçoar-se. Um maçom que cometa um erro pode contar com o apoio dos seus irmãos, e será tanto mais apoiado quando manifeste a firme vontade de se corrigir e aperfeiçoar.
Por isto mesmo, uma pessoa perfeita não teria lugar na maçonaria. Mesmo os melhores fazem, por vezes, coisas mal feitas.
Assim, não me assusta nem me incomoda nada que se diga que um maçom cometeu um erro. Preocupa-me, sim, saber como reagiu ele a esse erro: evitou-o? Corrigiu-o? Remediou o mal feito? Ou persistiu no erro, acomodou-se a ele e voltou a repeti-lo? E quando não são os melhores a errar? Quando são os piores? Quando não é um ato mal cometido por alguém que tem uma história consistente de fazer o bem, mas um ato mau de alguém que costuma fazer o mal?
Deixem que estabeleça um paralelismo. Tem-me chocado, como creio que a milhões de outros, saber do escândalo dos abusos sexuais de crianças por padres católicos por esse mundo fora. Choca-me tanto mais quanto fui criado no seio de uma família católica, e toda a vida conheceu e privou com muitos padres. Por isso me repugna a ideia de que um padre possa ser pedófilo. Como é possível que um padre - alguém que eu tenho, em princípio, na melhor das contas - possa tornar-se algo de tão odioso?
Um dia, de repente, apercebi-me de que estava a ver ao contrário: não eram os padres que se tornavam pedófilos, mas os pedófilos que se tornavam padres. Se bem atentarem, é o disfarce perfeito: não precisa explicar o fato de não viver com ninguém, e pode estar quase sempre com crianças por perto. Como evitar, então, os padres pedófilos? A meu ver, evitando-se que os pedófilos se tornem padres. Note-se que isso não diminui o número de pedófilos, mas pode reduzir para zero, ou perto disso, o número de padres pedófilos. Com a maçonaria e os maus maçons acontece fenômeno semelhante.
Infelizmente, dos muitos que tentam juntar-se aos maçons para obter prestígio, benefícios e privilégios, alguns conseguem ser admitidos. Quando, por fim, se revela através das suas más ações, o mal está feito. E, quando as suas más ações são conhecidas, é toda a maçonaria que fica manchada.Porque a maçonaria regular é cumpridora das leis de cada país onde está estabelecida, e porque pretende, precisamente, manter um distanciamento dessas práticas, caso um maçom seja condenado pela justiça pelo cometimento de crimes ou ilícitos graves, só pode aguardar por um veredicto: a expulsão.
Mas melhor do que remediar é prevenir. Quando os processos de inquirição são adequadamente conduzidos minimiza-se o risco de se admitir quem não deva sê-lo. E é assim que deve ser.

Ir:. Paulo M. 

Fonte: Jornal O Aprendiz, pág. 14 Edição 110 – Produzido pela ARLS AMPARO DA VIRTUDE 270

terça-feira, 19 de setembro de 2017


BREVIÁRIO MAÇÔNICO - ORVALHO

No Salmo 133 vem referido o orvalho que desce do Monte Hermom; Jerusalém possui um território extremamente seco, onde as chuvas são escassas; frequentemente passam-se três anos sem chuvas, mas o orvalho que diariamente vem do Hermom significa a própria vida. Usa-se o termo Orvalho para simbolizar o refrigério, a bondade divina que por meio da Natureza zela pelo bem-estar de seres vivos. A altitude do Monte Hermom é de 2.759 metros, sendo o pico mais elevado do Antelíbano, sobre o Mediterrâneo. De suas geleiras descem filetes de água que formam o rio Jordão, que por sua vez alimenta o Mar Morto. A água potável vem das imensas cisternas que acumulam as águas vindas das chuvas. O salmo compara o amor entre os Irmãos com esse orvalho que constitui para o povo israelita uma benção. O maço deve ler seguidamente esse salmo, porque encontrará para sua alma refrigério e consolação. Na abertura da Loja de aprendizes é lido esse salmo, que serve de preparação para a liturgia. “Oh! Quão bom e agradável é os Irmãos viverem em união!”.

Ir.·. Rizzardo da Camino - -

segunda-feira, 18 de setembro de 2017


Editorial: A palavra do Grão-Mestre

21 de agosto de 2017

                                                                            
A esperança viva nos olhos. Este sentimento fortalece interiormente em mim quando do meu agradável encontro com nossos jovens Aprendizes.
 
Vejo neles depositados um forte desejo de conhecimento e uma ardente expectativa de que a Maçonaria seja o complemento do seu aprendizado adquirido com várias experiências ao longo de sua vida. Na brancura de seus aventais, eles trazem consigo o mais puro sentimento da Ordem e depositam no padrinho que lhes indicou a fiel confiança do passo certo na direção de sua evolução.
 
Esse processo de aprendizado é lento e necessita de paciência para assim ser compreendido. Não se deve tomar por exemplo os que falam de seu currículo maçônico como forma de status ou privilégio sobre os demais.
 
Ao ser apresentado a um recém-iniciado, já me deparei com a seguinte colocação infeliz: “Este é o Grão-Mestre, procure se esforçar, estude, que um dia você poderá ser ele”. Essa observação, mesmo que dita impensadamente é exagerada, pois se conflita com nossa identidade. Não nos reunimos para traçar um plano de carreira, mas sim, um plano de evolução espiritual.
 
Essa ambição maçônica por cargos e graus que alguns professam não pode ser tomada como norte para o progresso evolutivo na Ordem, pois tira o foco de nossa mais pura essência: os estudos e as práticas ritualísticas que vão solidificar a nossa vida na Maçonaria. Esses, sim, forjarão um Mestre em conduzir o próximo no caminho da perfeição, sem se deixar levar pelas tolas vaidades. É preciso conhecer, pois não se pode ensinar sem antes aprender e estar capacitado.
 
Tenho o hábito de observar nossas alegorias e suas mais variadas interpretações, mantendo sempre à vista a Bíblia Sagrada, o Código de Justiça Maçônica e Regulamento Geral, os Landmarks e um Avental de Aprendiz, elementos que me ajudam a repensar certas decisões em que cabe um discernimento mais apurado.
 
A Bíblia Sagrada me faz recordar sempre o juramento prestado à Ordem. Indica a minha crença neste Grande Arquiteto do Universo que a tudo traçou e a quem elevo meus pensamentos, renovando minhas forças e fortalecendo meu coração. O Código de Justiça Maçônica e Regulamento Geral reforça a certeza de que a Lei e a Ordem devem ser preservadas e aplicadas aos que se desviam, não contemporizando cargos e graus. Os Landmarks a mais autêntica das Leis que nos regem, reafirmam o dever de preservação e respeito. E, por último, mas não menos importante, o avental branco do Aprendiz, que nos iguala e nos faz observar sempre que temos que evoluir, que este é o início, o meio e o fim, sem distinção ou honraria que a trajetória maçônica possa nos trazer.
 
Construir uma vida maçônica fazendo sentir toda a sua energia, sua espiritualidade, requer muita renúncia e firme vontade em desbastar nossa imperfeição. Ser maçom não é apenas um rótulo, um distintivo, mas sim, um estado de alma destinado aos escolhidos, aos de bons princípios, aos de aventais brancos e imaculados.
 
Por mais alto e destacado que seja o cargo, por mais medalhas e honrarias que se possa ter conquistado, por mais tempo de Ordem que se tenha vivenciado ou por mais elevado o Grau alcançado, o verdadeiro maçom sempre se colocara como um Aprendiz diante da Maçonaria, mantendo constantes o processo de aprendizado e a transferência de conhecimento.
 
É assim que a Ordem se renova e mantém vivos os seus ideais e princípios de Igualdade, promovendo o progresso do ser humano.
 
Fraternalmente,
 
Ronaldo Fernandes

Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo
Editorial publicado originalmente na Revista Maçônica A Verdade  – ANO LXIV – Nº 520 – Maio / Junho de 2017