sexta-feira, 30 de junho de 2017



 
Dr. Manoel de Oliveira Gomes

  - Promotor de Justiça -

 

 

"Darling, we are together for ever."

("Querida, nós estamos juntos para sempre.")

 

Aos 21 de março de 1980, em via pública de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, onde exercia a nobre função de Promotor Público, o Dr. Manoel de Oliveira Gomes perdeu a vida física, ao ser atingido, pelas costas, por um disparo de arma de fogo.

Ao partir para o Mundo Maior, Dr. Manoel deixou a esposa, D, Arilene, e um filhinho de 7 meses de idade.

Três anos se passaram...

Em fevereiro de 1983, na cidade de Uberaba, D. Arilene reencontrou-se com o inesquecível companheiro ao receber, pelo lápis mediúnico de Chico Xavier, confortadora carta de sua autoria, portadora de preciosas informações para seu coração, além de várias frases em inglês, que o casal habitualmente usava em bilhetinhos íntimos.

Relatando este feliz e abençoado reencontro, D. Arilene assim redigiu seu depoimento, integrante de expressiva carta, datada de 8/7/83, a nós dirigida:

"Prezado Sr. Hércio, Deus nos abençoe.

Continua ainda em mim a mesma alegria e satisfação do dia em que a mensagem do meu querido Manoel chegou em minhas mãos. Dia este que veio transformar toda minha vida.

Foi na madrugada de 19 de fevereiro de 1983, em reunião no Grupo Espírita da Prece, na cidade de Uberaba, onde o nosso querido e amado Chico, na sua incansável jornada, foi o intermediário, com a permissão de Jesus, de mais um intercâmbio do mundo espiritual com o físico. Por meio de suas abençoadas mãos trouxe a mim a presença viva e serena do meu querido 'Léle'.

Que esta possa levar a outras pessoas a fé, o amor, o conforto e que, por seu intermédio, desperte em seus corações o desejo de uma renovação.

Sr. Hércio, agradeço-lhe de coração o interesse em incluir esta mensagem em mais um dos belos livros de cartas psicografadas pelo nosso querido Chico Xavier, a quem devo muito. Aqui continuarei sempre pedindo a Deus que cubra este médium de bênçãos, mais e mais, e que ele possa, por mais tempo, amenizar corações amargurados e aflitos.

Eis os dados que o senhor solicitou: (...)

Um abraço fraternal,

(a) Arilene."

"E aqui me encontro, para rogar-lhe paciência e fé no Poder Supremo que nos rege os destinos."

Darling,

God bless us.(*)

(*) Querida, Deus nos abençoe.

Estou presente aqui nestas folhas simples tanto quanto me sinto cada vez mais vivo em sua memória.

Venho pedir-lhe calma e coragem.

O servidor da justiça não deve temer, nem tremer. Por isso mesmo, porque não me seria possível alterar os autos de um processo que se formara na base,da realidade, tive o prêmio dos projéteis que me surpreenderam na rua.

Mas eu sei que você é forte e que nosso querido filho encontra em seu coração o apoio duplo de que sou agora metade.

Não desejo rememorar o acontecimento fulminativo que me retirou do corpo.

Foi um verdadeiro despojamento qual se me visse sob ordens determinativas para mudança de casa. Não consegui pensar. O corpo caiu de vez, à maneira de tronco arrasado por lâmina oculta.

E adormeci sem querer, sonhando que voltava para casa. Beijava nosso filho e abraçava a você com a ênfase de quem superara um assalto; mas, em seguida ao sonho de superfície, desci a um desmaio de profundidade do qual despertei, após uma parcela de tempo que ainda não sei precisar, despertando em companhia de bisavós queridas.

Meu primeiro impulso foi o de retomar o caminho para Três Lagoas no intuito de retomar a posição de esposo e pai junto à família.

Só, então, na euforia de quem se reconhecia livre depois de pesada ameaça, é que vim a saber que nossas vidas haviam sido desviadas do próprio curso, à feição do rio que se biparte.

No entanto, não alimentei qualquer dúvida. Se eu existia, você e nosso filhinho existiam igualmente em ai, algum lugar, e o rio de nossas existências se rearticularia de novo no tempo chamado futuro. E aqui me encontro, com o nosso benfeitor José de Oliveira, para rogar-lhe paciência e fé no Poder Supremo que nos rege os destinos.

Peço a você — mas peço com todo o meu coração — não permita que o nosso pequeno se desenvolva com idéias de ressentimento e azedume na vida íntima.

Três Lagoas é uma cidade de amigos generosos. Ali temos afeições que integram a nossa felicidade e a nossa vida.

Aquela gente amiga e aquela terra dadivosa não possuem qualquer culpa naquilo que me aconteceu.

O Promotor é obrigado a promover a execução do que se lhe oferece na pauta da Justiça e o que me aconteceu surgiria em qualquer parte.

Estou aprendendo que a dívida caminha com o devedor, e sendo meu o débito resgatado é nossa obrigação agradecer a Deus a possibilidade de havermos pago a conta que devo ter assumido na retaguarda das reencarnações.

Não fosse a saudade e tudo estaria bem; no entanto, confio em sua capacidade de trabalho e resistência.

Prossiga em seus estudos e auxilie ao nosso filhinho na formação do futuro.

Sei que você fará isso melhor do que eu mesmo...

Quando você se levantar a cada dia, recorde as palavras de meus pequenos recados: "I miss you..." (*)

(*) "Sinto sua falta..."

E quando a noite venha, para as nossas meditações em conjunto, sinta-me ao seu lado, repetindo: "Darling, 1'm here". (*)

(*) "Querida, estou aqui."

Não estou esnobando. Você sabe disso.

É que nós dois tivemos uma felicidade toda única e tão grande que muitas vezes, precisava de dois idiomas a fim de manifestar-se.

Creio que estas minhas notas darão a você e ao nosso filhinho, tanto quanto aos nossos amigos, a convicção de que sou eu mesmo a escrever-lhe.

Estou liberto de qualquer amargura. Aprendi muito cedo que ninguém elimina a vida de alguém para sentir-se feliz, e por isso me reconforto ao reconhecer que não traímos a nossa consciência.

Darling, stay with God. You don't stay alone because we are together for ever and ever. (*)

(*) Querida, fique com Deus. Você não está sozinha porque nós estamos juntos para sempre e sempre.

Nada de pranto. Coragem e confiança em Deus.

Beijos ao nosso filhinho, e para você todo o coração do seu

Léle

Manoel de Oliveira Gomes

 

Do livro “RETORNARAM CONTANDO”

 

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

ESPÍRITOS DIVERSOS

quinta-feira, 29 de junho de 2017


Eles vivem

 

Ante os que partiram, precedendo-te na Grande Mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração.

Eles não morreram.

Estão vivos.

Compartilham-te as aflições quando te lastimas sem consolo.

Inquietam-se com a tua rendição aos desafios da angústia quando te afastas da confiança em Deus.

Eles sabem igualmente quanto dói à separação.

Conhecem o pranto da despedida e te recordam as mãos trementes no adeus, conservando na acústica do espírito as palavras que pronunciaste, quando não mais conseguiam responder as interpelações que articulaste no auge da amargura.

Não admitas estejam eles indiferentes ao teu caminho ou à tua dor.

Eles percebem quanto te custa a readaptação ao mundo e à existência terrestre sem eles, e quase sempre se transformam em cirineus de ternura incessante, amparando-te o trabalho de renovação ou enxugando-te as lágrimas quando tateias a lousa ou lhes enfeitas a memória perguntando por quê...

Pensa neles com a saudade convertida em oração.

As tuas preces de amor representam acordes de esperança e devotamento, despertando-os para visões mais altas da vida.

Quanto puderes, realiza por eles as tarefas em que estimariam prosseguir e tê-los-ás contigo por infatigáveis zeladores de teus dias.

Se muitos deles são teu refúgio e inspiração nas atividades a que te prendes no mundo, para muitos outros deles és o apoio e o incentivo para a elevação que se lhes faz necessária.

Quando te disponhas a buscar os entes queridos domiciliados no Mais Além, não te detenhas na terra que lhes resguarda as últimas relíquias da experiência no plano material...

Contempla os céus em que mundos inumeráveis nos falam da união sem adeus e ouvirás a voz deles no próprio coração, a dizer-te que não caminharam na direção da noite, mas sim ao encontro de Novo Despertar.
 

 

Emmanuel



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quarta-feira, 28 de junho de 2017


Sabedoria do Silêncio.
recebido de Gabriel Campos de Oliveira (*)

Durante o período de seu aprendizado, deve o neófito praticar a Lei do Silêncio e exercitar-se na Meditação. No entanto, em época nenhuma, no mundo profano a mente humana foi tão bombardeada por tantos, tão veementes, tão variadas e contraditórias sugestões como a propaganda, cinemas, televisões, discursos, palestras, aulas, jornais que constituem verdadeiros exércitos à invadir-nos a mente a cada instante onde nos encontramos.
Todos esses meios objetivam tomar de assalto as mentes e injetar em seu interior milhões de mensagens, vibrações e tendências com interesse de nos dirigir ao destino, de profanar nossos Templos mentais.
Isso fortalece no homem o seu ego. O ego vive do barulho e no barulho – morre o silêncio. Acostumado a esse mundo da obrigação de expressar suas opiniões, da obediência ao lema do “ter que comunicar-se”, sob pena de ficar ultrapassado, é ferida de morte nossa maior riqueza: O Silêncio como poderoso catalisador espiritual e da purificação das impurezas de nosso ego.
Diante de tantos estímulos esquecemos que “A principal missão do homem em sua vida é dar a luz a si mesmo, é tornar-se aquilo que ele é potencialmente” (Erich Fromm - Análise do Homem).
Mesmo no mundo profano muito se criou e mudou a partir da intuição silenciosa. Compreendemos então porque Einstein andava quase sempre silencioso. Chaplin acreditou tanto na comunicação isenta de palavras, não obstante, nosso mundo atual prestar verdadeiro culto às comunicações não silenciosas. Huberto Rodhen dizia:
“ Quem muito fala pouco pensa. Falar é a melhor forma de não ter pensamentos. É como se alguém passasse constantemente a enxada pelo chão, raspando, raspando e cortando qualquer plantinha que, por ventura, quisesse brotar. Nada terá tempo de britar e crescer”.
Só quem não fala pode pensar em quem consegue levar a mente a um estado de calma, sem pensamentos, mas se conserva plenamente vígil, esse receberá a Intuição, Inspiração e a Revelação.
Quando o homem de habitua ao silêncio auscultativo, entra ele na “Comunhão dos Santos”.
Perguntaram ao grande Heráclito de Éfeso, o que ele aprendera em tantos decênios de filosofia. Respondeu: “Aprendi a falar comigo mesmo. Isto é, a falar sem palavras, em espírito e em verdade”.
Quando o homem fala, Deus se cala. Quando o homem se cala, Deus fala.
 
Huberto Rodhen, numa metáfora nos ensina: Sabes o que é o calado de um navio? O calado de um navio é a medida do seu afundamento na água; quanto mais carregado está o navio, mais calado tem, mais afunda na água. Só quando o homem está assim, afundado em Deus, é que ele está realmente calado. E para que o homem tenha esse calado de profundeza, deve ele estar devidamente carregado de espiritualidade.
O homem não espiritual é superficial, sem calado suficiente, flutuando e boiando na superfície das coisas ilusórias do ego. Tais ensinamentos estão exibidos nos livros sacros quando dizem: “Cala-te e saberás que eu sou Deus…”.
A Bíblia Sagrada, no livro dos Reis, capítulo 6, versículo 7, à respeito da Construção do Templo de Salomão, diz: “Quando se edificou o edifício do Templo, isso se fez com pedras perfeitamente ajustáveis desde a pedreira, de modo que ao construir o Templo não se ouvia barulho de martelo nem picareta, nem de nenhum instrumento de ferro”.
Acostumado aos estímulos do mundo profano, a expressar nossas opiniões sem entraves, esta regra iniciática encerra para nós, sem dúvida, uma das maiores dificuldades. Limitar-se a somente ver, ouvir e calar parece-nos quase insuportável. Esse exercício severo, obriga-nos, no entanto, a disciplinar as ideias de trabalhar a Pedra Bruta com sutileza e silêncio. Não estando mais levado a pular de uma para outra ideia, haverá de se surpreender um dia, quando verificar que uma mesma ideia, vista e analisada por ângulos diferentes, encerra um conteúdo até então insuspeitado que adquire dimensões incomuns.
Isto justifica plenamente o Preceito Maçônico de que a Maçonaria não se propõe a transformar-se em um estabelecimento de ensino mas afirma que: “ Cada um se inicia por si mesmo”.
A Lei do Silêncio nada mais é, portanto, que um perpétuo exercício do Pensamento. Calar não consiste somente em nada dizer, mas também em deixar de fazer qualquer reflexão dentro de si, quando se escuta alguém falar. O silêncio que nós mesmos nos impomos, terá como resultado de não podermos nos encontrar em estado de contradição com quem fala.
Por essa disciplina livremente consentida, quando fazemos abstração total de nossas próprias concepções, a fim de melhor assimilar as do orador, compreendê-lo e podermos distinguir pela reflexão e pelo raciocínio, que então intervém em nós mesmos, conseguiremos encontrar a verdade em nossas próprias conclusões.
Tudo isso há de se manifestar por uma calma absoluta, posto que a calma é filha da Meditação.
Todavia, não se deve confundir com silêncio o mutismo e enquanto o primeiro é um “prelúdio” de abertura a revelação, o segundo é um encerramento da mesma. O silêncio envolve os grandes acontecimentos, o mutismo esconde. Um assinala um progresso, o outro uma regressão.
Dizem as regras monásticas que o silêncio é uma grande cerimônia, pois o Grande Arquiteto do Universo chega na alma que nela faz reinar o silêncio, mas torna mudo quem se distrai em tagarelices.
O mundo profano reverencia mortes ilustres com um minuto de silêncio. Kahlil Gibran afirma que o silêncio se assenta no contentamento, mas que a recusa, a rebelião e a desobediência habitam no silêncio e esta parece ter sido também a visão de Gandhi quando consagrou toda a sua vida a missão de restituir a independência à Índia e aos Hindus.
A disciplina do silêncio ensina ao Aprendiz permitir o indispensável “recuo sobre ele mesmo”, que o libertará definitivamente da perniciosa influência de sua existência anterior e o fará descobrir ao mesmo tempo que a lua que veio procurar no Templo, já habitava dentro dele.
O preceito fundamental de que só o silêncio pode permitir-nos ouvir a voz sutil das essências também é completado pelo ensinamento ao Aprendiz d que é indubitável que a Lei do Silêncio também tem como base o Segredo Maçônico e os costumes que a Loja impõe ao Aprendiz para habitua-lo a exercer uma severa disciplina sobre si mesmo, disciplina cujo vinco indelével permanecerá por toda a sua vida Maçônica ou profana.
Só um homem capaz de guardar silêncio, quando necessário, pode ser seu próprio Senhor. Devemos entender plenamente este preceito Maçônico, onde se privilegiam o amadurecimento das idéias e se esclarecem a Verdadeira Palavra, comunicada no segredo da alma a cada ser, pois não somos seres humanos vivenciando experiências espirituais, mas sim, seres espirituais vivenciando experiência humanas (Brian Weiss, escritor) .
A sabedoria do silêncio é, pois, uma arte complexa, que não consiste somente a calar a palavra exterior, mas que se torna realmente completo com o silêncio interior do pensamento para que a Verdade possa intimamente revelar-se e manifestar-se em nossa consciência.
(*)   Gabriel Campos de Oliveira  - M M
Or de Divinópolis, MG

terça-feira, 27 de junho de 2017


Maçonaria é Caminhada

Charles Evaldo Boller

 

Sinopse: Incentivo a caminhada maçonicamente orientada.

 

Pode-se descrever a Maçonaria como instituição de formação cívica, moral, escola de deveres, ciência de busca da verdade divina, instituição orgânica de moralidade com objetivo de eliminar ignorância, realizar filantropia, combater vícios e inspirar amor na humanidade. Mas Maçonaria não é definível. Isto porque abrange todo o conhecimento humano conhecido e desconhecido. A marcha do simbolismo representa esta diversidade do pensamento como o sair da reta e retornar para ela. Cabe ao maçom duvidar de verdades, modifica-las e retornar fortalecido para a reta, em direção à sabedoria. O vaivém da dúvida define a Maçonaria Especulativa, a especulação do pensamento lato, a busca na racionalidade em respostas a questões que orientam e constroem o homem.

 

Inicialmente o maçom lida com o "conhece a ti mesmo", de Sócrates. Caminha na reta, busca conhecer-se. Aperfeiçoa o intelecto na materialidade onde se identifica como indivíduo. Desbasta a pedra bruta em sua manifestação material. Especula em torno de um espírito de condição melhorada onde desenvolve a admiração ao conceito de Grande Arquiteto do Universo. É caminhada para a espiritualidade. Vê a luz da sabedoria que solicitou ver e inicia uma amizade com esta sabedoria. Num segundo estágio trabalha o "penso, logo existo", de Descartes. Pensar é ser. O pensamento vai mais longe. Diagnostica o ser, transcende a si mesmo. Busca metas e conhecimentos fora da reta. Começa a especular e, com isso, adivinha outras belezas que o conhecimento ainda não determinou. Descobre que o pensamento busca a luz que solicitou e consubstancia riquezas que o tirano não pode usurpar. Busca o conteúdo interno da pedra que tende a transformar-se em pedra polida na relação direta com que especula sua realidade e razão de ser. Torna-se ainda mais amigo da sabedoria.

 

A Maçonaria Especulativa tem por objetivo espalhar os pensamentos da ordem maçônica para todos os cantos da Terra e é essencialmente conspiratória. Conspirações que, pelo pensamento especulativo iluminista mudou profundamente o desenho político nos séculos dezessete e dezoito onde promoveu a independência de países e fomentou a Democracia. Maçons especularam em templos maçônicos e realizaram magníficas obras em prol da sociedade. Não guardaram segredo da ação maçonicamente orientada. Divulgaram e agiram conforme o que debateram nos templos.

 

Maçom! Não permita que o fogo da Maçonaria Especulativa se apague dentro de ti. Não te restrinja ao cumprimento automático de rituais e estudos obrigatórios ou esqueça-se da essência do pensamento especulativo de onde nasce a capacidade de mudar a si mesmo e à sociedade. Teu dever é opor-se a obscurantismo, despotismo e tirania. Coloque em prática o que desenvolve em loja. Continue cada vez mais amigo da sabedoria, do grego "philos" "sophia". Ser maçom é filosofar! Para divulgar a filosofia da Maçonaria use de todos os meios disponíveis de comunicação. Os pensamentos que iniciam dentro de loja devem continuar em todos os recantos e até no espaço cibernético. Não divulgar o que se especula e conspira em loja torna sem propósito o reunir-se em templos maçônicos. O maçom especulativo livre não permite que lhe calem ou subjuguem o direito de pensar e expor seus pensamentos especulativos onde quer que seja! Romper com esta obrigação tomada por juramento é falhar consigo mesmo e a sociedade.

 

A caminhada pelo simbolismo da Maçonaria é o ensino fundamental no Rito Escocês Antigo e Aceito. Outras portas são abertas, numa preparação que pode levar até quinze anos para se chegar ao doutorado e então iniciar outra caminhada, com outros alvos de servir a Maçonaria Especulativa, a si mesmo, aos irmãos e a sociedade. A caminhada para manter vivas as três colunas do simbolismo que suportam o Rito Escocês Antigo e Aceito honram e glorificam a criação do Grande Arquiteto do Universo. Isto não se faz sem tornar-se amigo íntimo da sabedoria e divulgar a filosofia da Maçonaria a todos os cantos da Terra.

 

Bibliografia:

1. CAMINO, Rizzardo da, Simbolismo do Primeiro Grau, Aprendiz, ISBN 85-7374-076-0, primeira edição, Madras Editora limitada., 188 páginas, São Paulo, 1998;

2. FAGUNDES, Morivalde Calvet, Uma Visão Dialética da Maçonaria Brasileira, Coleção Pensamento Maçônico Contemporâneo, primeira edição, Editora Aurora Limitada, 64 páginas, Rio de Janeiro;

3. PIKE, Albert, Morals and Dogmas, primeira edição, 1076 páginas, Estados Unidos da América, 2008;

4. QUADROS, Bruno Pagani, O Pensador do Primeiro Grau, Coleção Biblioteca do Maçom, ISBN 978-85-7252-247-2, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 184 páginas, Londrina, 2007;

5. SOUTO, Élcio, O Iniciado, Drama Cósmico Maçônico, ISBN 85-7374-331-X, primeira edição, Madras Editora limitada., 106 páginas, São Paulo, 2001.

 

Data do texto: 13/09/2011.

Sinopse do autor: Charles Evaldo Boller, autor, engenheiro eletricista e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 4 de dezembro de 1949 em Corupá, Santa Catarina. Com 61 anos de idade.

Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande loja do Paraná.

Rito: Rito Escocês Antigo e Aceito

Local: Curitiba.

Grau do Texto: Aprendiz Maçom.

Área de Estudo: Educação, Espiritualidade, Filosofia, Maçonaria, Pensamento.

domingo, 25 de junho de 2017


ORAÇÃO DA FRATERNIDADE
 
Senhor!
 
Somos uma só família de corações a se rearticularem no espaço e no tempo, aprendendo a servir-te. Ensina-nos a ser mais irmãos uns dos outros.
 
Ajuda-nos para que seja cada um de nós a complementação do companheiro, naquilo em que o nosso companheiro esteja em carência. Se um tropeça, dá que lhe sirvamos de apoio, se outro descansa, ampara-nos a fim de que lhe tememos o lugar na tarefa sem reclamação e sem queixa. Ilumina-nos o entendimento para que nos convertamos em visão para aqueles que ainda não conseguem enxergar o caminho claro que nos traçaste; o ouvido atento para quantos se incapacitarem no trabalho, entorpecidos na indiferença; a tranquilidade para os que venham a cair na discórdia e a compreensão de todos os que ainda não logram divisar a luz da verdade!
 
Senhor, guarda-nos em teu infinito amor para que nos devotemos fielmente uns aos outros e ainda que a névoa do passado nos entenebreça os caminhos do presente, favorecendo-nos a separação ou o desajuste, dá que o clarão de tua bênção nos refaça as energias e nos restabeleça o senso de rumo para que nós todos, unidos e felizes, sejamos invariavelmente uma família só, procurando escorar-nos, no apoio recíproco, de modo a que, um dia, estejamos integrados em teu serviço na alegria imortal para sempre.
 
Bezerra de Menezes

sexta-feira, 23 de junho de 2017


BREVIÁRIO MAÇÔNICO - A FELICIDADE

 

O homem tem uma única preocupação; a de ser feliz. De conformidade com a classe social a que pertence, a felicidade apresenta gradações. É possível ser mais ou ser menos feliz; todo aperfeiçoamento, em todo terreno, redunda em felicidade, que para o maçom é o resultado do amor fraternal que forma a família maçônica, com fortes reflexos na família social. Para o cristão, a felicidade é possuir Cristo no coração, essa frase expressa a filosofia maçônica, porque exige o conjunto de satisfações que resultam de uma vida virtuosa. A felicidade não é grupal, mas sim individual; a trilogia saúde, alimento e diversão, para o bem comum, transforma-se em felicidade suficiente. Para o maçom ainda é pouco, pois o conhecimento, o desenvolvimento mental, a compreensão filosófica são complementos indispensáveis para alcançar a felicidade, em harmonia com o Grande Arquiteto do Universo. A felicidade não é automática, ela deve ser conquistada pedaço a pedaço. O caminho mais curto será o interesse de fazer feliz o próximo, visto que a resposta virá como recompensa. A felicidade é a prova de uma vida íntegra, voltada ao próximo e abençoada por Deus.

 

Ir.·. Rizzardo da Camino.

quarta-feira, 21 de junho de 2017


Onde Começou a Maçonaria, foi no Egito?

Charles Evaldo Boller

 

Sinopse: Especulações e assertivas a respeito do berço da Maçonaria.

 

Existem registros que existiram organizações de pedreiros desde tempos imemoriais, inclusive especulações que tenha existido uma no Jardim do Éden, mas associar isto com Maçonaria não passa de fantasia de escritores de ficção bem criativos.

 

Sem fatos e dados documentais não se valida a história do homem, mesmo que esta sempre sofra um pouco da influência do historiador, por mais técnico que seja. Por conta de historiadores, técnicos sérios, chegaram até nossos dias informações e fatos, devidamente comprovados, que a ordem maçônica vem se desenvolvendo a partir de grupos profissionais que trabalhavam com a pedra, pedreiros, organizados em entidades semelhantes aos atuais sindicatos. Estes grupos de trabalhadores da pedra constituíram sociedades fechadas e ligadas a construção de grandes obras em pedra lavrada que existiram na Europa, confrarias de ofícios, depois denominadas comunidades de ofício e por último, corporações de ofício. Temos notícia deste tipo de organização profissional advindo da Inglaterra na idade média, onde era denominada Gild, traduzido para guilda. Estas se transformaram depois em company, e posteriormente em fraternity. Assim como nas atuais agremiações e agrupamentos de profissionais, aqueles compartilhavam os segredos da profissão, à semelhança de todo grupo profissional que tem segredos guardados mediante um linguajar próprio e até esotérico. Para entrar numa agremiação profissional é necessário obter treinamento, estar devidamente regulamentado e registrado no órgão representativo da classe. Aqueles profissionais da idade média, com o objetivo de manter o segredo dos métodos de trabalho exigiam segredo de todas as técnicas da construção e as velavam por promessas, juramentos, senhas, palavras de passe para acessar o canteiro de obras e outros artifícios. A guilda foi consequência de antigos canteiros de obras administrados pela Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Católica Apostólica Romana, mediante a atuação de monges arquitetos na construção de igrejas e palácios. Quando os profissionais desta área se afastaram da liderança dos monges, seus antigos mestres e arquitetos surgiram as guildas. Os monges, de sua parte, obtiveram o conhecimento da antiga civilização grega, as adaptaram e aplicaram na construção de sua época. As guildas eram formadas de aprendizes e companheiros, submetidos a rígida disciplina, funcionando os monges como mestres de obra.

 

Desde o século quatorze existe na Inglaterra registro público de companhias de pedreiros ou maçons e maçons livres. Inglaterra e França são berços da Maçonaria especulativa hodierna. Seus criadores aproveitaram-se da estrutura de funcionamento disciplinada, ordeira e fechada das antigas guildas para estabelecer o ambiente próprio ao debate de temas profundos das ciências e da sociedade. Foi no século das luzes que grandes pensadores reuniram-se para planejar a transição ao mundo moderno, sendo-lhes creditada a filosofia e a construção da modernidade. Eram homens, em sua maioria radicais e corajosos, opunham-se a mesmice liderada por ignorantes e extremistas religiosos que vedavam e dificultavam o desenvolvimento das ciências e do livre comércio. Estes grandes pensadores extirparam as raízes da cultura europeia principalmente com relação ao que na época era considerado sagrado, mágico. Aqueles cientistas e filósofos criaram a Maçonaria para obter um fórum de debate para suas ideias e as foram registrando numa grande obra literária, por isso ficaram conhecidos como os enciclopedistas. Seus escritos foram distribuídos pela Europa e Américas, muitos adquiriram assinatura para receber estas publicações as quais eram devoradas avidamente e influenciaram a sociedade, dando-lhe o contorno que hoje se vê. Absolutismo, monarquia e hierarquia foram secularizados, aflorou uma sociedade laica. Com os debates protegidos da perseguição religiosa e velados por juramentos, seus registros cifrados em linguagem simbólica e outros métodos de criptografia, os fóruns de debate da sociedade foram se desenvolvendo até adquirir sua forma na Maçonaria especulativa que herdamos.

 

O século das luzes, 1650-1750, foi o berço da Maçonaria - o resto é lenda, meras conjecturas ou considerações românticas. O Egito possuía cabedal na construção da pedra, haja vista as grandes obras que chegaram até nossos dias, mas de forma alguma é origem da Maçonaria. Outras civilizações antigas também nos apresentam os resultados de suas técnicas do trabalho na pedra e tijolo e igualmente nada contribuíram para a formação das agremiações de pedreiros. Nada tem que as relacione com a Maçonaria, seja ela operativa ou especulativa. A ordem maçônica é resultado da ansiedade de evolução que era tolhida em seu desenvolvimento pelos radicais religiosos e baseadas exclusivamente nas guildas da idade média. lojas especulativas foram se organizando desde 1600, na Escócia, e atingiram o auge no final daquele século. No início do século dezoito a fase especulativa da Maçonaria aumentou, foram estabelecidas lojas em York, mas foi em Londres que o movimento explodiu, surgindo diversas lojas. Naquela ocasião, Anderson e Payne, apresentaram estudos sobre a primeira constituição que constitui o ponto de partida do direito maçônico moderno, em uso até hoje. Existe evidência que são alicerce dos fundamentos filosóficos da Maçonaria especulativa:

 

Bíblia judaico-cristã;

Registros egípcios dos mortos; e

Rudimentos filosóficos creditados aos vetustos essênios.

 

O Rito Escocês Antigo e Aceito usa como principal referência os livros da bíblia judaico-cristã.

 

O principal movimento filosófico que fez surgir a Maçonaria ficou registrado na história como Iluminismo, mas em sua existência a ordem maçônica, como entidade moral e evolutiva, vem se alimentando de todas as linhas de pensamento moralmente aceitáveis e que proporcionem o progresso, união e igualdade dos homens. É a razão de existência do imenso número de ritos e obediências. Não poderia ser diferente e vai continuar se fragmentando enquanto houver futuro para a espécie. Felizmente é devido a esta diversificação que a Maçonaria ainda cumpre com seu papel de desenvolver o homem, alicerçada em forte moralidade e voltada sempre para a evolução e melhoria humana quando combate absolutismo e obscurantismo.

 

Luz é o que se busca na Maçonaria, luz é o que se recebe quando se caminha na direção definida pela ordem. É a luz do conhecimento, da verdade. - Sapere aude! - Bradou Horácio, - ouse saber! - Diz a Maçonaria. A iluminação já está latente dentro do maçom quando este é escolhido e retirado como pedra bruta da pedreira da sociedade. A Maçonaria apenas revela o caminho para a luz, mostra caminhos.

 

O maçom é provocado em deixar de lado a indolência e passa a ser motivado em caminhar com o esforço de suas próprias pernas, discernimento, razão, emoção e espiritualidade. Não existe varinha de condão ou mágica! É muito suor, persistência e trabalho em si mesmo. O primeiro exemplo é dado por ocasião da iniciação, aonde o cidadão precisa de quem o guie, é introdução para muitas experiências, lendas e exemplos do sistema maçônico de educação natural. Apontam-se apenas direções e rompem-se os grilhões dos pensamentos e emoções, sempre alicerçadas em sólida espiritualidade. O desenvolvimento é racional, mas o uso da razão está sempre acompanhado da crença que existe uma mente orientadora por detrás de toda a maravilhosa natureza de que cada ser vivente é parte. A suprema liberdade aflora quando o maçom deduz que:

 

Todo aquele que se submete ao pensamento de outros, por preguiça de pensar, é escravo;

Um homem domina o outro através da força do pensamento, da capacidade de realização do pensamento;

Todo desenvolvimento humano surgiu primeiro na mente.

 

A caminhada é realizada individualmente pelas sendas da autoeducação natural, do conhece-te a ti mesmo socrático, pedra angular da filosofia da Maçonaria. Este conhecimento dos rumos para a iluminação é a responsável por mudar o homem, e este, por sua ação modificadora, influi na sociedade. E assim, caminhando para o futuro, em direção a luz, apoiado em forte espiritualidade e vontade evolutiva, com amor, o maçom dá honra e glória ao Grande Arquiteto do Universo.

 

Bibliografia:

 

1. ISRAEL, Jonathan I., Iluminismo Radical a Filosofia e a Construção da Modernidade 1650-1750, Radical Enlighttenment; Philosofy, Making of Modernity, 1650-1750, tradução: Cláudio Blanc, ISBN 978-85-370-0432-6, primeira edição, Madras Editora Ltda., 878 páginas, São Paulo, 2009;

 

2. MONDIN, B., Introdução à Filosofia, Problemas, Sistemas, Autores e Obras, título original: Introdizione Alla Filosofia, Problemi, Sistemi, Autori, Opere, tradução: J. Renard, ISBN 85-349-0631-9, segunda edição, Paulus, 392 páginas, São Paulo, 1974;

 

3. PORTO, A. Campos, A Igreja Católica e a Maçonaria, terceira edição, Editora Aurora Ltda., 320 páginas, Rio de Janeiro;

 

4. Revista Filosofia Especial, Ciência&Vida, Editora Escala, Ano i, número 5.

 

Data do texto: 30/01/2011

 

Sinopse do autor: Charles Evaldo Boller, engenheiro eletricista e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 4 de dezembro de 1949 em Corupá, Santa Catarina. Com 61 anos de idade.

 

Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande loja do Paraná

 

Local: Curitiba

 

Grau do Texto: Aprendiz Maçom

 

Área de Estudo: Filosofia, História, Maçonaria, Pensamento