quarta-feira, 30 de setembro de 2015


Preocupações

 

Não se aflija por antecipação, porquanto é possível que a vida resolva o seu problema, ainda hoje, sem qualquer esforço de sua parte.

Não é a preocupação que aniquila a pessoa e sim a preocupação em virtude da preocupação.

Antes das suas dificuldades de agora, você já faceou inúmeras outras e já se livrou de todas elas, com o auxílio invisível de Deus.

Uma pessoa ocupada em servir nunca dispõe de tempo para comentar injúria ou ingratidão.

Disse um notável filósofo: "uma criatura irritada está sempre cheia de veneno", e podemos acrescentar: "e de enfermidade também".

Trabalhe antes, durante e depois de qualquer crise e o trabalho garantirá sua paz.

Conte as bênçãos que lhe enriquecem a vida, em anotando os males que porventura lhe visitem o coração, para reconhecer o saldo imenso de vantagens a seu favor.

Geralmente, o mal é o bem mal-interpretado.

Em qualquer fracasso, compreenda que se você pode trabalhar, pode igualmente servir, e quem pode servir carrega consigo um tesouro nas mãos.

Por maior lhe seja o fardo do sofrimento, lembre-se de que Deus, que aguentou com você ontem, aguentará também hoje.

 

Francisco Cândido Xavier - Sinal Verde -  André Luiz

terça-feira, 29 de setembro de 2015


 

MORTE


 


Cruz E Souza

 

Longe do sentimento limitado


Da matéria em seus átomos finitos,

No limite de um mundo ignorado,

Celebra a morte seus estranhos ritos.

 Hinos e vozes, lágrimas e gritos

Do Espírito, que outrora encarcerado

Contempla a luz dos orbes infinitos

Bendizendo a amargura do passado!

 

Ó morte, a tua espada luminosa,

Formada de uma luz maravilhosa

É invencível em todas as pelejas!...

 És no universo estranha divindade;

Ó operária divina da verdade,

Bendita sejas tu! Bendita sejas!...

domingo, 27 de setembro de 2015

Albert Mackey: Quem Foi? Que Contributo?  
Albert Gallatin MackeyAlguns autores e obras são citados constantemente na maioria dos livros pela sua importância cronológica e, mais ainda, pela contribuição imprescindível que deram na organização de nossa instituição. Poderíamos mencionar os trabalhos eternos de Joseph Paul Oswald Wirth, Robert Freke Gould, George Kloss, William Hutchinson, René Guénon, Wilhelm Begemann, Eliphas Levy, Alec Mellor e tantos outros não menos importantes. Trataremos aqui, de maneira breve, da obra de Albert Gallatin Mackey, possivelmente, o mais citado de todos os autores, facto este que se deve especificamente a um de seus legados.
 
O americano Albert Gallatin Mackey talvez tenha sido o mais importante historiador e jurista maçónico que aquela nação já produziu. Segundo os seus próprios compatriotas, até hoje não se avaliou adequadamente as consequência que os seus trabalhos tiveram sobre a maçonaria, não só americana, mas também de todo o mundo.
 
Dos Irmãos Americanos que conquistaram fama internacional no mundo maçónico, vários foram escritores cujos trabalhos ajudaram na formação e na extensão da luz maçónica; de entre estes, nenhum escreveu tão volumosamente como o fez Mackey.
 
Nascido em 12 de Março de 1807 na cidade de Charleston no estado americano da Carolina do Sul, Albert Mackey graduou-se com honras na faculdade de medicina daquela cidade em 1834. Praticou a sua profissão por vinte anos, após o que dedicou quase que completamente a sua vida à obra maçónica.
 
Recebeu o grau 33, o último grau do Rito Escocês Antigo e Aceite, e tornou-se membro do Supremo Conselho onde serviu como Secretário-geral durante anos. Foi nesta época que ele manteve uma estreita associação com outro famoso maçon a americano, Albert Pike.
 
Participou como membro activo de muitas lojas, inclusive a lendária “Solomon's Lodge No. 1,” (http://www.solomonslodge.org), fundada em 1734, que é, ainda hoje, a mais famosa e mais antiga loja operando continuamente na América do Norte. Ocupou inúmeros cargos de destaque nos mais altos postos da hierarquia maçónica de seu país.
 
Pessoalmente o Dr. Mackey foi considerado encantador por um grande círculo de amigos íntimos. O seu comportamento representava bem o que, entre os americanos, é chamado de cortesia sulista. Sempre que se interessava por um assunto era muito animado na sua discussão, até mesmo eloquente. Generoso, honesto, leal, sincero, ele mereceu bem os elogios e qualificações que recebeu de inúmeros maçons de destaque.
 
Um revisor da obra de Mackey disse que, como autor de literatura e ciência maçónica, ele trabalhou mais que qualquer outro na América ou na Europa. Em 1845 ele publicou o seu primeiro trabalho, intitulado Um Léxico de Maçonaria, depois disto seguiram-se:
  • “The True Mystic Tie” 1851;
  • The Ahiman Rezon of South Carolina,1852;
  • Principles of Masonic Law, 1856;
  • Book of the Chapter, 1858;
  • Text-Book of Masonic Jurisprudence, 1859;
  • History of Freemasonry in South Carolina, 1861;
  • Manual of the Lodge, 1862;
  • Cryptic Masonry, 1867;
  • Symbolism of Freemasonry, and Masonic Ritual, 1869;
  • Encyclopedia of Freemasonry, 1874;
  • Masonic Parliamentary Law 1875.
Mackey esteve até o fim da vida envolvido com a produção de conhecimento maçónico. Além dos livros citados ele contribuiu com frequência para diversos periódicos e também foi editor de alguns. Por fim, publicou uma monumental “History of Freemasonry”, que possui sete volumes. Um testemunho da importância e popularidade que os livros escritos por Mackey têm é o facto de que muitos deles são editados até hoje e estão à venda em livrarias, inclusive pela Internet. No site da livraria Amazon (www.amazon.com), é possível adquirir várias edições diferentes quando se procura livros usando como referência as palavras Albert Mackey. Diversos trabalhos escritos pelo Dr. Mackey podem ser consultados na Internet.
 
Dos muitos trabalhos que o Dr. Mackey legou à posteridade, um julgamento quase universal identifica a “Encyclopedia of Freemasonry” como a obra de maior importância. Anteriormente à publicação deste livro não havia nenhum de igual teor e extensão em qualquer parte do mundo. Esta obra teve muitas edições e foi revista várias vezes por outros autores maçónicos.
 
Capa da Encyclopedia of FreemasonryA contribuição de Mackey para o pensamento e leis maçónicas, produto da sua mente clara e precisa, é tida como de fundamental importância.
 
Praticamente toda a legislação maçónica fundamental é hoje interpretada com base em alguns de seus escritos. É verdade que algumas de suas obras contêm enganos, mas o conjunto é de extremo valor e, em particular, um trabalho tem especial destaque no mundo todo. A compilação feita por ele dos marcos ou referenciais básicos da maçonaria é adoptada como fundamento em vários ritos e obediências. Estamos falando aqui dos tão mencionados e conhecidos “Landmarks”.
 
A primeira vez em que se fez menção à palavra Landmark em Maçonaria foi nos Regulamentos Gerais compilados em 1720 por George Payne, durante o seu segundo mandato como Grão-Mestre da Grande Loja de Londres, e adoptados em 1721, como lei orgânica e terceira parte integrante das Constituições dos Maçons Livres, a conhecida Constituição de Anderson, que, na sua prescrição 39, assim, estabelecia:
 
"XXXIX - Cada Grande Loja anual tem inerente poder e autoridade para modificar este Regulamento ou redigir um novo em benefício desta Fraternidade, contanto que sejam mantidos invariáveis os antigos Landmarks..."
 
A tradução da palavra Landmark do inglês para o português resulta no substantivo "marco", que, caso consultemos o dicionário Aurélio, tem o seguinte significado:
 
  • marco [De marca.] S. m.
  • 1. Sinal de demarcação, ordinariamente de pedra ou de granito oblongo, que se põe nos limites territoriais. [Cf. baliza (1).]
  • 2. Coluna, pirâmide, cilindro, etc., de granito ou mármore, para assinalar um local ou acontecimento: o marco da fundação da cidade.
  • 3. Qualquer acidente natural que se aproveita para sinal de demarcação.
  • 4. Fig. Fronteira, limite: os marcos do conhecimento.
Estas definições exemplificam bem o contexto no qual o termo Landmark é utilizado, além de fazer uma referência quase explícita às origens operativas da maçonaria, quem já construiu algo em alvenaria sabe que a fixação dos marcos é um dos primeiros momentos da obra e um passo fundamental para a sua execução. Sem marcos bem estabelecidos torna-se muito difícil a obra ser bem executada.
 
Os Landmarks, que podem ser considerados uma "constituição maçónica não escrita", longe de serem uma questão pacífica, constituem uma das mais controversas demandas da Maçonaria, um problema de difícil solução para a Maçonaria Especulativa. Há grandes divergências entre os estudiosos e pesquisadores maçónicos acerca das definições e nomenclatura dos Landmarks. Existem várias e várias classificações de Landmarks, cada uma com um número variado deles, que vai de 3 até 54. Virgílio A. Lasca, em "Princípios Fundamentales de la Orden e los Verdaderos Landmarks", menciona uma relação de quinze compilações.
 
As Potências Maçónicas latino-americanas, via de regra, adoptam a classificação de vinte e cinco Landmarks compilada por Albert Gallatin Mackey. Deve-se a isto a frequência com que o Mackey é mencionado também entre nós.
 
A Sepultura de MackeySegundo estudiosos do assunto, a compilação de Mackey teve sucesso por que conseguiu ir ao passado e trazer as tradições e costumes imemoriais à prática maçónica moderna. Este trabalho estabeleceu a ordem no meio do caos, fornecendo um ponto de partida para os juristas e legisladores maçónicos que o seguiram.
 
Facto é que o grande trabalho de Mackey em jurisprudência, e mesmo o que se estende além dos Landmarks ou da jurisprudência, sobreviveu ao teste do tempo. Ainda hoje ele é frequentemente citado como uma autoridade final. As suas contribuições tiveram, e ainda têm, um efeito profundo e permeiam grande parte do pensamento maçónico moderno. Ao criar sua obra, este autor, estava na realidade criando os marcos sobre os quais foi possível edificar grande parte do conhecimento maçónico que se produziu posteriormente.
 
Albert Gallatin Mackey passou ao oriente eterno em Fortress Monroe, Virgínia, em 20 de Junho de 1881, aos 74 anos. Foi enterrado em Washington em 26 de Junho, tendo recebido as mais altas honras por parte de diversos Ritos e Ordens. Hoje existe nos Estados Unidos uma condecoração, a “Albert Gallatin Mackey Medal”, que é a mais alta condecoração concedida a alguém que muito tenha contribuído para a causa maçónica.
 
Adaptado de Texto de Autor Desconhecido

Bibliografia:

Este trabalho foi elaborado tendo como base a bibliografia listada abaixo, sendo que dela foram retirados as ideias centrais, referências e inclusive transcrições literais.
  1. Publicação da Aug:. Resp:. Loj:. Simb:. São Paulo nº 43.
  2. Publicação da Gran:. Loj:. Maç:. do Estado da Paraíba.
  3. The Grand Lodge of Free and Accepted Masons of the State of Califórnia
  4.  

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Emoções de uma Bela Canção!
Haydn Spirit SongMeu caríssimo Irmão!
Hoje, ao ligar o computador, sem querer, sem sentir, eu me pus a pensar... Não fui eu que contribuí com a menor parcela, para tudo isso que vejo:
O teclado onde escrevo, a estante com tantos livros, a imagem de Nossa Senhora, humilde e pequenina, que me olha com olhos azuis da cor do céu...
E foi com um olhar penitente, que de repente me achei humilhado e mudo assim como um intruso, sem direito a nada - dentro de tudo - minha mente volta-se ao Irmão ausente. Quando de súbito o encontrei em pensamento, abriu-se a tela, ouvi essa canção triunfante.
Senti, nesse segundo - como sou pequeno e insignificante - diante do mundo!
Por isso é que lhe envio, querido Irmão, com um grande sentimento fraterno, íntimo, profundo, despindo o coração de orgulho ou vaidade...
Eis tudo o que hoje de mim posso ofertar: Jovens que cantam como as águas na terra... e os pássaros nos céus!
Louvada seja a  Maçonaria que nos fez Irmãos!
 
Valdemar Sansão - M:.M:.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Não desista do Bem!   


Seja qual for a dificuldade, persevera no Bem.
Fracasso é lição.

Dor é porta de acesso a esferas superiores.
Quem te agride não te conhece por dentro.

Os que te desprezam, desconhecem tua essência.

Pensa no Bem e esquece o mal.

Rompe as algemas que te atam ao pessimismo.

Mentaliza o progresso e abraça a tarefa nobilitante.

O tempo tudo encaminha e a tudo corrige.
Entra no clima da prece sincera, em cuja atmosfera ouvirás a voz do Mais Alto.

Segue para frente, confiando em Deus e em ti.
A felicidade do amanhã começa no pensamento que cultivares agora.

Abraça o ideal elevado, entregando-te ao Bem possível.
No final, a vitória será sempre do amor.

Scheilla.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

  O Experto 
             

No Rito Escocês Antigo e Aceite - o rito praticado pela Loja Mestre Affonso Domingues -, o Experto é um Oficial de Loja que exerce uma função puramente ritual. Nas normais sessões de trabalho, essa função é relativamente secundária, limitando-se a seguir e auxiliar o Mestre de Cerimónias na execução dos rituais de abertura e enceramento dos trabalhos. Este ofício assume, porém, particular importância e relevo quando a Loja leva a cabo uma Cerimónia de Iniciação. Quase se poderia dizer que o ofício de Experto existe para essa cerimónia, sendo tudo o resto secundário, mero apêndice do papel que exerce nos trabalhos em que um homem livre e de bons costumes abandona a vida profana e renasce maçom.
 
É encargo do Experto, sempre que há lugar a uma iniciação, ser o elo de ligação entre o profano que busca a luz e a Loja. É o Oficial que a Loja disponibiliza ao candidato para o acompanhar e auxiliar nas suas provas de iniciação. É o Experto que prepara o profano antes de ele enfrentar essas suas provas. É o Experto que ordena ao profano o que ele deve fazer enquanto aguarda o início delas. É o Experto que conduz e acompanha o profano perante a Loja. É o Experto que acompanha e auxilia o profano na superação das provas. É o Experto que dá e retira a luz. É o Experto que acompanha aquele que se submeteu às provas de iniciação enquanto ele se recompõe dos trabalhos realizados. É o Experto que, recomposto quem se submeteu às provas, o conduz à sua plena integração na Loja. É o Experto quem executa e demonstra a primeira instrução do novo Aprendiz. Em resumo, o Experto é a mão amiga que ampara o profano no seu trajecto para a luz, o guia que lhe indica o caminho.
 
A designação do ofício é uma adaptação fonética - não propriamente feliz - do termo Expert, que, quer em francês, quer em inglês, significa Especialista. O Experto é, assim, o Oficial Especialista no acompanhamento do Candidato à iniciação.
 
Em rituais antigos, este Oficial de Loja era designado por Irmão Terrível. Esta designação, obviamente irónica, decorria da forma brusca como se preconizava que decorresse a primeira abordagem do Irmão Terrível ao candidato. Dupla ironia, se atentarmos que o Experto só é terrível no suporte e apoio a esse mesmo candidato, que lhe cumpre auxiliar ao longo de toda a Cerimónia de Iniciação...
 
Na Loja Mestre Affonso Domingues, este ofício não está integrado na informal "linha de sucessão" para o ofício de Venerável Mestre e é usualmente confiado a um Mestre jovem. É um ofício que, por ser de reduzida dificuldade de execução, na maior parte das sessões, permite uma calma e progressiva integração nas responsabilidades de Oficial de Loja aos Mestres mais jovens, enquanto aguardam oportunidade para assumirem mais exigentes responsabilidades. Mas, sendo também um ofício fundamental num momento tão importante para qualquer maçon, como é a sua iniciação, confiá-lo a um jovem Mestre (note-se: jovem, em termos de antiguidade, não de idade; um septuagenário pode, neste sentido, ser um "jovem Mestre"...) é uma prova de confiança nas suas capacidades e na sua contribuição para a Loja.
 
Por falar em contribuição... Estamos no último dia da campanha de solidariedade para com a Inês. A sua contribuição, não importa se pequena, será muito bem-vinda e uma demonstração da sua sensibilidade e solidariedade. Recorde aqui como a pode prestar.
 
In Blog "A Partir Pedra" - Artigo de Rui Bandeira

quinta-feira, 17 de setembro de 2015


 Formalismos na Maçonaria 
Escrito por Nuno Raimundo 
 
Na Maçonaria existe o costume de os seus membros se tratarem por irmãos ou manos, uma vez que a Augusta Ordem Maçónica é uma Irmandade de carácter fraternal.
 
Mas para além deste hábito, existe outro que costuma fazer alguma confusão aos recém-chegados. É o facto de todos no seu trato habitual se tratarem por “tu”.
Independentemente da idade, do grau ou da qualidade maçónica (cargo que se represente em Loja ou na Obediência), todos, mas mesmo todos, se tratam por “tu”. 
 
Enquanto na vida profana é habitual  as pessoas tratarem-se com alguma deferência, nomeadamente tratarem-se por “você” ou por “senhor” ou até mesmo pelo título académico que detenham, na Maçonaria não existe esse distanciamento pessoal. 
Quando se aborda um irmão, é por “tu isto…” ou “tu aquilo…” É “tu” e prontos!
 
Isto por si só, é uma demonstração que aos maçons não interessam os cargos ou as profissões que um irmão desempenhe na sua vida profissional. Em Loja todos sãos iguais entre si. Desde o mais desfavorecido financeiramente ao mais folgado em questões de metais, não existe diferença no trato. Os “metais” devem ficar sempre fora de portas do Templo. 
Esta é outra das virtudes que se podem encontrar na Maçonaria a par da tolerância e do espírito fraternal.
 
E como entre irmãos não há lugar para deferências ou "salamaleques", é mais salutar e sensato o tratamento por “tu” que por outra coisa qualquer. Desse modo, aos recém-chegados dá-se lhes a confiança necessária para se enturmarem com os mais antigos na casa, e aos mais idosos em idade, consegue-se que mantenham dessa forma, um espírito jovem e reverencial que a todos agrada. Aos mais jovens é que normalmente causa algum desconforto em tratar alguém mais velho em idade por uma forma tão simples de tratamento, mas com o tempo esse pequeno desconforto passa e é normal que depois nem se note a diferença de trato nem a idade do irmão com quem se interage.
 
Esta forma de tratamento entre pessoas, foi dos hábitos que mais “estranheza” me causaram nos meus tempos de neófito.
 
É como se costuma dizer: “primeiro estranha-se, depois entranha-se…”
 
Mas em Maçonaria e em como tudo o que sejam instituições, associações ou grupos onde o Homem se reúna, existe sempre uma hierarquia a respeitar, e como tal, o tratamento com alguém hierarquicamente superior, devido às funções que lhe são acometidas, nunca poderia ser igual à que os outros membros terão entre si. E como afirmei acima, se na Maçonaria os seus obreiros se tratam entre si como irmãos e no trato normal por “tu”, não deixa de ser interessante que quando se trata de alguém com funções diretivas, esse tratamento seja enaltecido.
 
Apesar de quando um irmão se dirige a um irmão que ocupe um cargo relevante na estrutura maçónica o trate na mesma por “tu”, a diferenciação no tratamento é respeitante ao cargo e função ocupada em si e não à pessoa em concreto. Por isso é que é habitual se ouvir falar em “Venerável Mestre”, “Respeitável Irmão” e “Muito Respeitável Grão-Mestre” entre outros apelidos que se conheçam e que existem, que servem apenas para diferenciar um irmão dos restantes apenas pelas funções que lhe são atribuídas e nada mais.
 
Em Maçonaria todos os cargos são transitórios, tal como quase tudo na vida, e os maçons têm isso presente, e como tal, não adianta ou não é necessário existir outro tratamento que não seja por “tu”, pois se hoje desempenhamos um cargo, amanhã poderemos estar apenas a ocupar um lugar numa das colunas. E quem hoje se encontra simplesmente numa coluna e sem funções atribuídas, amanhã poderá ser chamado a ocupar alguma função importante na estrutura maçónica. E este tipo de tratamento possibilita uma transição entre colunas ou funções sem qualquer tipo de sobressaltos.
 
Concluindo, se as designações dos cargos maçónicos ou dos títulos dos graus maçónicos que existem poderem sugerir algumas vezes que o tratamento entre irmãos possa derivar em "pantominices", essa assumpção está bastante errada. O tratamento entre irmãos é sempre feito da forma mais simples que se conhece, utilizando simplesmente o pronome “tu”.
 
E é assim que se quer que a Maçonaria funcione, de uma forma simples e elementar.
 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015


Liberte a Você
Lábios envenenados pelo fel da maledicência não conseguem sorrir com verdadeira alegria.

Ouvidos fechados com a cera da leviandade não escutam as harmonias intraduzíveis da paz.

Olhos empoeirados pela indiscrição não vêem as paisagens reconfortantes do mundo.

Braços inertes na ociosidade não conseguem fugir à paralisia.

Mente prisioneira no mal não amealha recursos para reter o bem.

Coração incapaz de sentir a fraternidade pura não se ajusta ao ritmo da esperança e da fé.

Liberte a você de semelhantes flagelos.

Leis indefectíveis de amor e justiça superintendem todos os fenômenos do Universo e fiscalizam as reações de cada espírito. Assim, pois, no trabalho da própria renovação, a criatura não pode desprezar nenhuma das suas manifestações pessoais, sem o que dificilmente marchará para a Vanguarda de Luz.
 
André Luiz

domingo, 13 de setembro de 2015



A Estranha Crise

O mundo vem criando soluções adequadas para a generalidade das crises que o atormentam.

A carência do pão, em determinados distritos, é suprida, de imediato, pela superprodução de outras faixas de terra.

Corrige-se a inflação, podando a despesa.

O desemprego desaparece pela improvisação de trabalho.

A epidemia é sustada pela vacina.

Existe, porém, uma crise estranha - e das que mais afligem os povos - francamente inacessível à intervenção dos poderes públicos, tanto quanto aos recursos da ciência nas conquistas modernas. Referimo-nos à crise da intolerância que, desde o travo de amargura, que sugere o desânimo, à violência do ódio, que impele ao crime, vai minando as melhores reservas morais do Planeta, com a destruição consequente de muitos dos mais belos empreendimentos humanos.

Para a liquidação do problema que assume tremendo vulto em todas as coletividades terrestres, o remédio não se forma de quaisquer ingredientes políticos e financeiros, por ser encontrado tão somente na farmácia da alma, a exprimir-se no perdão puro e simples.


O perdão é o único antibiótico mental suscetível de extinguir as infecções do ressentimento no organismo do mundo. Perdão entre dirigentes e dirigidos, sábios e ignorantes, instrutores e aprendizes, benevolência entre o pensamento que governa e o braço que trabalha, entre a chefia e a subalternidade.


Consultem-se nos foros - autênticos hospitais de relações humanas - os processos por demandas, questões salariais, divórcios e desquites baseados na intransigência doméstica ou na incompatibilidade de sentimentos, reclamações, indenizações e reivindicações de toda ordem, e observe-se, para além dos tribunais de justiça, a animosidade entre pais e filhos, a luta de classes, as greves de múltiplas procedências, as queixas de parentela, os duelos de opinião entre a juventude e a madureza, as divergências raciais e os conflitos de guerra, e verificaremos que, ou nos desculpamos uns aos outros, na condição de espíritos frágeis e endividados que ainda somos quase todos, ou a nossa agressividade acabará expulsando a civilização dos cenários terrestres.


Eis por que Jesus, há quase vinte séculos, nos exortou perdoarmos aos que nos ofendam setenta vezes sete, ou melhor, quatrocentos e noventa vezes.


Tão-só nessa operação aritmética do Senhor, resolveremos a crise da intolerância, sempre grave em todos os tempos. Repitamos, no entanto, que a preciosidade do perdão não se adquire nos armazéns, por que, na essência, o perdão é uma luz que irradia, começando de nós.

Emmanuel

Do livro: Mãos Unidas, Médium: Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 10 de setembro de 2015


 

CONCLUSÕES

 

Que a vida física é uma escola abençoada, é insofismável; mas, se você não se aproveitar dela a fim de aprender suficientemente as lições que se destinam ao seu engrandecimento espiritual, em nada lhe valerá o ingresso no aprendizado humano.

 
Que o caminho do bem é laborioso e difícil, não padece dúvida; no entanto, se você não se dispuser a segui-lo, ninguém o livrará da perigosa influência do mal.

 
Que a felicidade eterna é realização superior, fora dos quadros transitórios da carne, é incontestável; contudo, se você deseja perseverar no campo dos prazeres fáceis e inferiores das esferas mais baixas, dentro delas perambulará, indefinidamente.

 
Que Deus está conosco, em todas as circunstâncias, é verdade indiscutível; todavia, se você não estiver com Deus, ninguém pode prever até onde descerá seu espírito, nos domínios da intranquilidade e da sombra.

 

André Luiz

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Tolerância

Significado

toleranciaPalavra proveniente do latim, "Tolerantia", que por sua vez precede do "Tolero" e que significa suportar um peso ou a constância em suportar algo.
No dicionário da Língua Portuguesa, tem o seguinte significado: substantivo feminino: qualidade de tolerante; acto ou efeito de tolerar pequenas diferenças para mais ou para menos; capacidade de suportar circunstâncias menos favoráveis.
Temos ainda a palavra "Tolerante", que significa: aquele que tolera; que desculpa, indulgente, que admite e respeita opiniões contrárias à sua.

Correlações

Muito próximo à palavra, "Tolerância", temos a "Paciência", que é a qualidade do paciente, coragem de enfrentar o adverso, perseverança tranquila.
Conforme cita, Rogério Lacal Cruz, o limite de tolerância tem por um lado a manutenção da individualidade e por outro a inclusão do indivíduo no seu meio, aceitando assim opiniões que podem ser adversas.
O que não pode é negar a alguém o direito de pensar livremente e agir conforme seus critérios, porque senão seria recusar-lhe a sua autenticidade e a integração dentro da humanidade que, pessoa livre, tem direito.

Exemplos de Tolerância

É uma palavra que tem um significado extenso, pois em tudo o que vemos ao nosso redor, está presente a tolerância, senão vejamos alguns exemplos:
  1. No trânsito: qual é a pessoa residente em uma cidade como a nossa, não tenha tido que usar o limite maior de sua tolerância?
  2. Na confecção de uma peça, existe a tolerância de erro, ou seja, até que ponto ela pode estar fora de padrão?
  3. Na estatística: está muito presente, pois é oscilante em relação a um padrão determinado, tanto acima, quanto abaixo.
Teríamos aqui mais e mais exemplos, mas o objectivo do trabalho não é este, então partiremos para a tolerância, que possa proporcionar uma melhora em nossas vidas.

Por que devemos ser tolerantes ?

A tolerância está muito ligada aos limites do suportável, da condição humana.
Carlos Gerbase, director de cinema, diz: "Se não houvesse tolerância, não haveria civilização, mas, se há tolerância em demasia, tudo fica exactamente como está"
Tolerar não significa absolutamente aceitar ou corroborar com erros, nem tolher os direitos individuais ou colectivos, e muito menos ultrapassar a moral e a ética.
O que deve ser procurado, é uma melhor aceitação do que está acontecendo, naquele determinado momento.  Deve estar implícita também a possibilidade do poder de redireccionar os faltosos ou culposos, a não incorrerem no mesmo erro.
Para exigirmos a tolerância, devemos primeiramente praticá-la, pois caso contrário, de nada serve.

Uma história de tolerância

Há uma passagem bastante interessante, que serve aqui como ilustração.
Uma determinada mãe, levou seu filho a Mahatma Gandhi, e solicitou-lhe que pedisse ao jovem, para que parasse de comer açúcar.
Gandhi então pediu muito gentilmente, que a mãe retornasse junto com o filho, em duas semanas.
Quando retornou, ele olhou fixamente no olhos do jovem e disse: "pare de comer açúcar".
Agradecida, mas numa grande dúvida, ela questionou o porque destas duas semanas, se ele poderia ter dito naquele mesmo dia, quando ele respondeu: "duas semanas atrás, eu estava comendo açúcar".

Tolerância na vida maçónica

A tolerância dentro da maçonaria, é o ponto de partida das concessões feitas para preservar as engrenagens da ordem, e que admite e respeita opiniões contrárias à sua.
Sendo assim, podemos afirmar que ela é uma das maiores virtudes, pois possibilita a convivência dentro da loja, de todas as tendências, de pensamento, de credos, fazendo com que se acate, ao padrão da individualidade, que existe dentro de cada ser humano.
Temos que ser tolerantes na busca da verdade e de soluções, para não provocar a discórdia, mesmo diante de actos isolados entre irmãos, quando de repente, algo foi externado vindo ferir a outro.
A sua prática é um tanto quanto complicada, porque é muito difícil mensurar os seus limites, que podemos aqui dividir em três etapas, ou seja:
  1. A tolerância propriamente dita;
  2. A aceitação;
  3. A transigência ou a indulgência.
É como se imaginar um grande círculo e dentro dele mais dois, sendo um maior e outro menor e determinado que este último seja a tolerância e que deve se evitar de todas as formas, a sua ultrapassagem.
Devemos procurar manter as nossas decisões, sempre dentro do círculo menor, pois assim estaremos evitando problemas pequenos, que poderão transformar-se em algo vultuoso.
Ainda quanto ao objectivo de não ultrapassar este círculo, há a necessidade em determinar uma intensidade dentro dele, para que tenhamos maior ou menor tolerância em cada caso.
Às vezes até a mudança de comportamento de um irmão, deve ser analisada e se possível debatida, pois deve se levar em consideração o comportamento anterior, porque se ele sempre agiu correctamente, até um determinado momento e começou a agir de maneira diferente daí para frente.
A vida não é medida pelas datas de aniversário, mas sim pela maneira de respirar, pois para cada encarnação, é determinado ao indivíduo, um certo número de respirações.
Se ele respirar rapidamente, a sua vida chegará ao fim rapidamente, por que ele não vai poder respirar mais vezes do que lhe foi determinado, ao passo que, se ele respirar devagar, compassadamente, ela terminará com bem mais vagar.
Com isto podemos concluir que devemos procurar respirar lentamente, pois assim haverá uma purificação da mente, ajudando a criar a tolerância, uma vez que, no intervalo de cada respiração, teremos condições de raciocinar melhor para a tomada de decisões.
Pouco adianta uma pessoa ser muito sábia, se não tiver a tolerância, porque ela estará resolvendo as situações com truculência e aí deixará de ser um sábio, ao passo que se ele reflectir e usar a tolerância, sua decisão será mais tranquila, firme e convicta do acerto.

Conclusão:

Quantas vezes já vimos, seja nos trabalhos em Loja ou fora dela, factos nos quais literalmente todos percebem algum tipo de injustiça ou erro de qualquer natureza. Então entra em cena aquela natural e enorme vontade de fazer justiça, de gritar, de apontar o erro, de criticar quem fez o algo errado ou de vingar de alguma forma.
As coisas não devem funcionar assim e não funcionam. Devemos nessa hora praticar a tolerância. Devemos nos conter e não tomar atitudes sem antes termos reflectido com muita sabedoria diante da situação. A tolerância nos faz ganhar tempo para pensar antes de agir impulsivamente. Vejam meus irmãos o que a tolerância faz na vida do homem sábio. Ela contribui para o homem não errar !
Sejamos tolerantes na busca da verdade e de soluções. Não provoquemos a discórdia e sim a paz entre os homens utilizando o recurso sábio e benemérito da Tolerância.
Texto de Autor Desconhecido

Bibliografia:

  • O Evangelho Segundo o Espiritismo - Alan Kardek
  • Diversos sites GOB e do GOSP
  • Aconteceu na maçonaria - Aécio Bruno
  • Revista : A verdade maçónica - tema Tolerância
Fonte: LOJA MAÇONICA MESTRE AFFONSO DOMINGUES

domingo, 6 de setembro de 2015



Rendimento

Leve auxílio que estendas:
Mais apoio a servir-te.


A esperança que espalhes
É uma estrela a esperar-te.

Dor que tires dos outros,
Prova de que te afastas.


Doar felicidade
É retratá-la em nós.

Olha a semente humilde
E a colheita dos frutos.


Todo bem rende o bem
Pelas contas de Deus.

Emmanuel