segunda-feira, 30 de junho de 2014

 

Pode um católico ser maçom?

 
Há tempos, no jornal Público, Ricardo Sá Fernandes, meu colega de profissão e membro do GOL (Grande Oriente Lusitano), publicou um pequeno texto em que se assumia como católico e maçom, defendendo que ambas as qualidades são plenamente compatíveis. Respondeu o padre Gonçalo Portocarrera de Almada, sustentando a posição inversa. Recentemente, um senhor de nome João Mendia afirmou também a incompatibilidade das duas condições.

Decido intervir na polêmica. Antes do mais, e como convém, eis a minha declaração de interesses: sou maçom regular, isto é, integro a orientação maçônica original, que só admite no seu seio crentes, qualquer que seja a crença religiosa de cada um. Em termos de convicção religiosa, não me defino como católico, antes como deísta, crente no Criador sem necessidade da intermediação das religiões organizadas, na minha opinião cada uma delas se afadigando a moldar o Criador às suas respetivas concessões particulares. Nesta polémica de se um católico pode ser maçom, parto, pois, de uma posição neutral.

Maçom que sou, mais do que criticar as opiniões expressas pelos que se pronunciaram sobre a questão (opiniões que, concorde ou discorde delas, me cumpre respeitar),  vou-me limitar a expor a minha opinião e as razões dela.
 
Advogado que sou, tenho a deformação profissional de analisar os conflitos, as divergências de opinião, recorrendo ao que está escrito nos livros da lei. E, nesta matéria de religião e espiritualidade, nada me parece melhor do que recorrer ao Volume da Lei Sagrada que é aceite por todas as partes, católicos, maçons e católicos maçons: a Bíblia.
Confiramos então os Dez Mandamentos que Deus transmitiu a Moisés, constantes do Livro do Êxodo, 20, 2-17 (e também em Deuteronômio, 5, 6-21):    

2 Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
3 Não terás outros deuses diante de mim.
4 Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5 Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
6 E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
7 Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
8 Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
9 Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra.
10 Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.
11 Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou.
12 Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá.
13 Não matarás.
14 Não adulterarás.
15 Não furtarás.
16 Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
17 Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.

 Neste texto nada objetivamente se encontra que permita concluir que ser maçom infringe qualquer dos mandamentos divinos. Cuidadoso que sou com os pormenores, esclareço que o Grande Arquiteto do Universo invocado pelos maçons mais não é do que a designação particular que estes dão ao Criador, evitando assim ter de utilizar uma denominação utilizada por uma religião e não por outra, não sendo um qualquer "outro deus".

Mas prossigamos até ao Novo Testamento e aportemos a Mateus,22, 34-40:

34os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, 35e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 36"Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?"
  
37Jesus respondeu: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento!’ 38Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante a esse: 'Amarás ao teu próximo como a ti mesmo'. 40Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos". 

Também aqui, obviamente, nada é infringido com a filiação maçónica. Para um católico que não seja um primário antimaçom, parece-me estar qualquer dúvida desfeita: nem os dez Mandamentos do Antigo Testamento, nem os dois mandamentos invocados por Jesus Cristo impedem que um crente, designadamente um católico, possa ser maçom.

Mas houve condenações e proibições papais. Houve! Porém, por grande que seja a importância dos Papas - e só posso aceitar que, para os católicos, o seja -, o certo é que todos foram, e o atual é, apenas homens. Entre as determinações divinas e as humanas eu, simples crente deísta, atribuo primazia às divinas... Confesso que me faz alguma confusão que haja quem, reclamando-se da pureza do catolicismo, roce a blasfémia de sobrepor as determinações humanas às divinas...

Lição a tirar desta polêmica? O fundamentalismo religioso é tão irrazoável e tão perigoso sendo cristão, católico ou de outra orientação espiritual, como islâmico.  Que ninguém disto se esqueça!

Rui Bandeira
 
Fonte: A partir pedra

sábado, 28 de junho de 2014

Filosofia de compreensão


 
Filosofia de compreensão


No transcurso de um dia, não faltam motivos para revides, agressões, quedas morais.
Uma pessoa desatenta choca-se contigo e não se desculpa.
Outra, irreverente, diz-te um doesto e segue, sorrindo.
Mais alguém, em desequilíbrio, não oculta a animosidade que lhe inspiras.
Outrem mais, de quem sabes que te censura, e, mentindo contra ti, acusa-te, levianamente.
Tens vontade de reagir.
“Também sou humano” — costumas pensar.
Somente que reações semelhantes àquelas não resolvem o problema.
Deves nivelar-te às pessoas, pelas suas conquistas e títulos de enobrecimento, numa linha superior, e não pela sua mesquinhez.
Ninguém passa, na Terra, sem provar a taça da incompreensão.
Cada qual julga os outros pelos próprios critérios, mediante a sua forma de ser, como é natural.
O que se não possui, é desconhecido; portanto, difícil de identificado outrem.
Não é necessário que se te despersonalizes evitando apresentar-te conforme és.
Faz-se mister que te superes vencendo a parte negativa do teu caráter, aquela que censuras nos outros.
Lapidando as tuas arestas, tornar-te-ás melhor e mais feliz.
Aqueles que são exigentes, que gostam de aclarar tudo, resolver as situações que lhes surgem, padecem de distúrbios emocionais, sofrem ulcerações gástricas e duodenais, vivem indispostos.
Será que esses perturbadores e insolentes do caminho merecem que te desarmonizes?
Segue em paz, durante todo o teu dia, e arrima-te na filosofia da compreensão e da solidariedade, ajudando-os, sem reagires contra eles.
Isto será melhor para ti e para todos.


(De “Episódios diários”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis).

sexta-feira, 27 de junho de 2014

A Escada de Jacó

Enquanto o homem (Maçom) não compreender, ele próprio, e sentir a necessidade de “mudar”, não sairá das linhas horizontais da acomodação e das promessas.”
Dar o primeiro passo, subir o primeiro degrau já é sinal de mudança. Se isto, não for feito, não começaremos a subir a ESCADA DE JACÓ. Ela que nos dará o verdadeiro horizonte MAÇÔNICO de elevação MORAL E ESPIRITUAL. Mas, também acho que precisamos algumas ferramentas para a subida dos degraus evolutivos.
 
O MAÇOM que evolui, renova-se para o bem, transforma-se para melhor. Melhora-se, para ser o CONSTRUTOR SOCIAL, capaz de tornar FELIZ A HUMANIDADE, isto falamos e está em nossos rituais e é um dos objetivos maçônicos.
 
Para que consigamos subir os degraus, precisamos ter; Compreensão da necessidade de “MUDAR” , para evoluir só mudando nossos hábitos, se assim não fizermos nada acontecerá, além daquilo que já sabemos e conhecemos.
Conjugar “BOA VONTADE, ESFORÇO e PERSEVERANÇA”, três atitudes , para que se possamos evoluir com motivação, com alegria e prazeirosamente. Ter firme e convicta a deliberação de “ESTABILIZAR A MUDANÇA”, fazer o novo e não a novidade que é passageira, mas mudar com substância e propósitos atuais e melhores.
 
E Ter o propósito de não “RETROCEDER NA ATITUDE SUPERIOR” , ou de não parar a subida e assim mudar evolutivamente, a fim de verticalizar em definitivo o processo de renovação espiritual, moral e social , que nos é apresentado na INICIAÇÃO. Deixar parado, para trás o velho homem, para que possa subir a ESCADA DE JACÓ o NOVO HOMEM/MAÇOM que nasceu.
Meus Irmãos, há necessidade de deixar de lado as promessas e agir agora! A oportunidade já nos foi dada, fomos iniciados, precisamos agora parar de postergar, de prometer e agir em prol da humanidade. Precisamos, também trazer esta ESCADA para fora do TEMPLO, e ensinar a todos pelo exemplo, pela crítica construtiva, por se posicionar contra e abertamente neste caos nacional político e moral. AGIR NA E PARA A SOCIEDADE. E só assim subindo a ESCADA DE JACÓ, poderemos tirar do CAOS a humanidade, a sociedade esclarecendo a todos, para o bem de todos.
 
A Educação nos tira do atraso. Mostrar o que serve do que não serve, o que convém do que não convém, só assim vamos conseguir agir para o bem de todos. O BEM COMUM, tão esquecido pelos que querem ficar parados a frente da ESCADA , aguardando talvez, alguém que queira mudar.
 
MAS, É O MAÇOM QUE PRECISA MUDAR, PARA SUBIR A ESCADA DE JACÓ. MEUS IRMÃOS, VAMOS DAR OS PASSOS NECESSÁRIOS DA EVOLUÇÃO, A HUMANIDADE ESTÁ CLAMANDO POR ISSO. NÓS DEVEMOS SER OS PROTAGONISTAS DA MUDANÇA E NÃO OS ESPECTADORES.
 
Assim, neste aproveitar da subida, poderemos achar o verdadeiro caminho da MUDANÇA E DA EVOLUÇÃO.

 Para o bem de todos nós. Não podemos ficar na superfície.

Ir.’. Martins Peralva

Fonte: Revista Universo Maçônico

terça-feira, 24 de junho de 2014


 
MIRANDO NA VERDADE: RESPOSTA AO PROGRAMA "NA MIRA DA VERDADE" – TV NOVO TEMPO



Kennyo Ismail


INTRODUÇÃO

Em uma bela noite da semana passada recebi ligação de um irmão maçom de Salvador-BA, que estava passeando aleatoriamente pelos canais de TV até encontrar um programa que chamou sua atenção, na TV Novo Tempo. Tratava-se do programa "Na Mira da Verdade", cujo episódio estava sendo dedicado à Maçonaria. Ele, ao ver o uso de livro de minha autoria no programa, "Desmistificando a Maçonaria", resolveu me ligar.
Confesso que não dei muita importância na hora. Porém, no dia seguinte e nos que seguiram, outros irmãos entraram em contato por diferentes meios, perguntando se eu havia assistido ao programa. Isso atiçou minha curiosidade e me levou a buscar o episódio na Internet, encontrando-o no website da TV Novo Tempo.
Tratou-se de um programa temático, cujo tema era Maçonaria, mais especificamente se alguém pode ser maçom e cristão ao mesmo tempo. O apresentador foi Tito Rocha e o convidado Leandro Quadros, apresentado como professor, jornalista e consultor bíblico.
Inicialmente foi dito que as pesquisas sobre o tema foram feitas em fontes maçônicas primárias, o que muito me alegrou, sinalizando que seria um programa sério, longe do conteúdo conspiratório que se vê por aí. Porém, o que assisti nos minutos seguintes não correspondeu exatamente com essa afirmação inicial, em especial com um comentário acerca de minha obra, o que me levou a redigir esta resposta, construída seguindo as questões abordadas no programa.

QUESTÕES ABORDADAS
1 - Maçonaria é uma religião.

Tomou-se por base a Enciclopedia de Mackey. No minuto 16 do vídeo vê-se imagem com o seguinte texto:

"A Maçonaria pode corretamente designar-se uma instituição religiosa (...) Veja seus Landmarks, suas cerimônias sublimes, seus profundos símbolos e alegorias – todos inculcando doutrina religiosa, ordenando observância religiosa e a verdade religiosa. Quem pode negar que ela é eminentemente uma instituição religiosa? (...) Abrimos e fechamos nossas Lojas com oração; invocamos a benção do Altíssimo sobre todos os nossos trabalhos; exigimos de nossos neófitos uma profissão de fé confiante na existência e no cuidado providencial de Deus". (Mackey’s Revised Enciclopedia (3ªEd.), Vol. 2, p. 847.

Toda enciclopédia apresenta explicação de termos em ordem alfabética, e na Enciclopédia Maçônica de Mackey não é diferente. Ao abrir a referida edição na página declarada, deparei-me com a letra "W", 2
com explicação sobre as palavras "Westphalia", "West Virginia", "Wheat" e "White". Li atentamente a página e nem sinal do texto publicado. Abri então minha versão em PDF da enciclopédia e fiz uma busca pelos termos-chave presentes no texto. Mesmo considerando uma "liberdade literária" na tradução, esse texto não faz parte da Enciclopédia de Mackey.
Insistindo na questão, busquei esse texto divulgado no programa e creditado a Mackey na Internet. Ele foi encontrado em inúmeros websites, nenhum deles maçônico, apesar de muitos websites maçônicos terem o conteúdo da Enciclopédia de Mackey. Parece-me que a enciclopédia não possui isso. Pelo menos eu não encontrei e suplico a alguém que, se encontrar, me mostre onde está na enciclopédia.

Buscando mais a fundo, pude verificar que a referida citação ipsis litteris faz parte de um artigo intitulado "Maçonaria: Tensões e Perguntas", escrito por J. Scott Horrell, um missionário que é autor do livro "Maçonaria e Fé Cristã", obra antimaçônica, que em outro momento do programa (minuto 39) é utilizado como fonte. Resumindo, o programa não utilizou apenas fontes maçônicas, muito menos primárias, como afirmou no início. Repetindo, o programa cita Albert Mackey retirado duma citação da obra de Scott Horrell. Não se trata de um fonte primária, muito menos maçônica.


Na busca pela Enciclopédia de Mackey do tal trecho que, ao que tudo indica, é apócrifo, encontrei outras passagens muito interessantes, que de certa forma desmentem a afirmação. Entre elas:

"CRIMES MAÇÔNICOS: (...) ele (o maçom) nunca será um estúpido ateu, nem um libertino irreligioso. O ateísmo, portanto, que é uma rejeição de um Supremo Criador, e libertinagem sem religião, o que, na linguagem atual, significa uma negação de toda a responsabilidade moral, são ofensas contra a lei moral, porque negam a sua validade e desprezam sua sanções; e, portanto, elas devem ser classificadas como crimes maçônicos. (Vol. I, p. 185).

Essa regra de que para ingressar na Maçonaria o candidato não pode ser ateu ou não possuir religião, presente não apenas nessa passagem, mas em várias da referida enciclopédia, está presente nas Antigas Regras anteriores a 1723 e na Constituição Maçônica publicada em 1723. Desde então, nada mudou.
Voltando ao programa, é apresentado como argumento confirmatório de que a Maçonaria seja uma religião um trecho da Enciclopedia de Filosofia de William Alston, que, teoricamente, define os princípios de uma instituição religiosa:

1. A crença num ser ou seres sobrenaturais;
2. A distinção entre objetos sagrados e profanos;
3. Atos rituais orientados por esses objetos;
4. Um código moral com sanção divina;
5. Sentimentos religiosos despertados por objetos ou rituais sagrados e relacionados, em teoria, com Deus ou deuses;
6. A oração;
7. Uma cosmovisão que engloba o lugar do indivíduo no mundo;
8. A organização da vida ao redor dessa cosmovisão;
9. Um grupo social que é unificado pelas características acima.

3



Eu particularmente não conhecia Alston como uma autoridade no assunto "Religião", até porque seus princípios de instituição religiosa remontam a materialidade histórica de Karl Marx. O programa poderia ter tomado por base, por exemplo, o famoso Max Weber com sua sociologia da religião, na qual definir o que é Religião não é tarefa fácil, não sendo suficiente essa racionalidade prática apresentada. Mas, evidentemente, a visão de Max Weber de religião como algo mais complexo tornaria a missão de declarar a Maçonaria como religião ainda mais desafiadora, o que não seria útil ao intento do programa.
Partamos então para o Supremo Tribunal Federal, casa maior da justiça brasileira, que, ao decidir se a Maçonaria é ou não um culto religioso, entendeu que não. Tratava-se de um pleito de uma instituição maçônica que tinha por objetivo conseguir a mesma imunidade tributária concedida a igrejas, o qual foi negado por considerar que a Maçonaria não é religião. A quem se interessar: RE 562351 do STF.
O último argumento do programa sobre a Maçonaria ser uma religião é baseado na obra "Maçonaria: por trás da fachada de luz", de William Schnoebelen, considerado pelo programa como "literatura séria". O autor se declara ex-thelemita, ex-bruxo, ex-satanista, ex-vampiro, ex-mormom e ex-maçom. Entre outras afirmações desse autor, temos a de que OVNIs e ETs são obras satanistas, que RPG é satanista, que os livros de Harry Potter são satanistas. Além disso, ele se diz médico naturopata, mas não tem registro na Associação de Médicos Naturopatas dos EUA. E também se diz um especialista em bombas nucleares, mas nunca serviu as Forças Armadas ou estudou física. Por fim, ele vive de vender seus DVDs e suplementos alimentares "abençoados por Jesus", que não possuem autorização do FDA.
No livro, Schnoebelen declara ter pertencido a "Maçonaria Palladium". Esse tipo de Maçonaria não existe. Trata-se de uma invenção de Leo Taxil, escritor que, após décadas, em 19 de Abril de 1897, admitiu publicamente que tudo era uma invenção para arrancar dinheiro e constranger a Igreja Católica. Ou seja, não se trata de literatura maçônica, mas sim antimaçônica’.

2 – Os Illuminattis fazem parte da Maçonaria

O programa afirma isso a partir do minuto 22, baseado novamente na obra de William Schnoebelen, o que, obviamente, não merece mérito. O professor que comenta a questão ainda fala que percebeu que essa ligação dos Illuminattis com a Maçonaria apontada por Schnoebelen é realmente verdade quando comparou com outras obras maçônicas, como a minha obra, "Desmistificando a Maçonaria", mas não indica em que parte de meu livro chegou a essa conclusão, como faz ao ler trechos de outros livros.
Creio que sou capaz o bastante para dizer o que consta ou não numa obra de minha própria autoria. E não há nem sequer menção de Illuminatti em meu livro. Senti-me, especialmente por conta dessa passagem do programa, impelido a escrever esta resposta. 4



3 – Maçonaria e Bíblia não combinam

O programa aponta para o fato de que na Maçonaria, estando presentes membros que professam outra fé que não a cristã, faz constar outros livros religiosos que não a Bíblia sobre o Altar, considerando isso como um erro.
Ora, enquanto as Igrejas vêm buscando um caminho ecumênico, de diálogo inter-religioso e cooperação entre elas, essa crítica é incabível. A Maçonaria não é uma religião e aceita membros de todas as religiões. Assim, como poderia ela vetar a presença de um livro sagrado na presença de um de seus fiéis, e pedi-lo que faça uma oração ou assuma um compromisso perante outro livro? Isso seria um desrespeito à fé individual. A presença de um ou mais livros sagrados é exatamente em respeito às crenças de cada membro, visto que ali, naquele livro, consta a verdade espiritual do irmão.
Em outras palavras, não é a Maçonaria que adota um ou outro ou vários livros sagrados. São os seus membros, e devemos respeitar esse direito.

4 – Qual é o Deus da Maçonaria?

Existe mais de um? Como cristão, eu não sabia e não acredito. Para mim só existe um Ser Supremo, independente de como é chamado.
O programa afirma que (entre minuto 34 e 36):

"quando o candidato é elevado a certos graus na Maçonaria, ele começa a receber a revelação de que Deus tem alguns nomes diferentes além de GADU. Um desses nomes é Jabulon. (...) Deus não aprova que os seus filhos peguem o seu nome e coloque num liquidificador espiritual e tornem Deus Jabulon. (...) E mais um detalhe, chega um momento em que a pessoa recebe na Maçonaria a revelação de que o nome de Deus é Abaddon. (...) Se você ler Apocalipse 9:11 você vai perceber que o nome Abaddon se refere ao Anjo do Abismo, ou seja, ao Diabo."

A Bíblia utiliza de várias denominações para se referir a Deus, cujo nome é, de certa forma, inominado: Adonai, Elion, Elohim, El-Shaddai, etc. Já a Maçonaria está brincando com o nome de Deus, cometendo sacrilégio? Jabulon e Abaddon são apenas palavras utilizadas na Maçonaria e que foram retiradas totalmente do contexto no programa. Em momento algum a Maçonaria utiliza esses nomes como nome de Deus. Pelo contrário, o fato de se referir a Deus como o Grande Arquiteto do Universo é exatamente uma forma de afirmar que se trata do único Deus, o Deus de todos, Criador do Céu e da Terra. Essas duas palavras são utilizadas em dois graus distintos de dois ritos maçônicos distintos como palavras-chave, espécie de senhas, sem qualquer conteúdo ou ensinamento relacionado.
Entretanto, aproveitando a fala do programa, faço uma consideração pessoal. Sendo o apresentador e o professor estudiosos da Bíblia, convido-os a ler Apocalipse 20:1-3:

E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão.

Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. 5


E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.
(Apocalipse 20:1-3)

Vê-se claramente que Abaddon, o Destruidor, o "anjo do abismo", não é o Diabo, como foi afirmado no programa, e sim um enviado de Deus, que prendeu o Diabo e o amarrou, lançando-o ao abismo e o trancando. Ou seja, ele é o anjo que tem a chave do abismo onde o Diabo é prisioneiro, daí ser conhecido como o "anjo do abismo". Creio que blasfemar contra um anjo do Senhor, chamando-o de Diabo, também seja um sacrilégio. Importante ressaltar que esse é o entendimento de Kennyo Ismail sobre a passagem bíblica, e não da Maçonaria, a qual não se pronuncia acerca de temas religiosos por não ser uma religião.
De qualquer forma, reitero: não existe o "Deus da Maçonaria". Existe um único Deus, visto por cada maçom conforme sua religião. Mais uma vez, a Maçonaria não é uma religião para definir como seria Deus ou qual seu nome.

4 – Na Maçonaria não se ora em nome de Jesus

Só porque as orações em Loja Maçônica não são feitas em nome de Jesus, em respeito a fé de cada um presente, isso não significa que os cristãos que são maçons não façam orações em nome de Jesus quando fora da Maçonaria. Voltemos à questão ecumênica abordada anteriormente, no respeito ao credo de cada um. É comum e lógico que em instituições que não são religiosas e que se faça uma oração ao iniciar uma reunião, que essa oração seja em tom ecumênico, voltada a Deus. Isso não significa que Jesus esteja sendo renegado pelos cristãos presentes visto que, durante essas orações, cada um é convidado a fechar seus olhos e dirigir sua oração pessoal conforme sua fé. Ou seja, na Maçonaria o maçom pode orar em nome de Jesus, mas respeitando o próximo. Como cristão, entendo que isso está de acordo com os ensinamentos bíblicos:

E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.
E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.

(Mateus 6:5-7) 6


5 – Jesus na Maçonaria é apenas um Mestre da Moralidade

O programa faz tal afirmação, mas não cita a fonte. Como maçom, desconheço essa restrição da visão sobre Jesus. Apesar da tentativa do programa de fazer uma afirmação excludente, isso nunca é feito na Maçonaria. Sendo uma Ordem universal, que abriga membros de diferentes crenças, não se faz afirmações excludentes. Ou seja, caso em algum grau de algum rito maçônico seja feita referência a Jesus como Mestre da Moralidade, isso não exclui outros entendimentos. Jesus é muitas coisas e, entre elas, com certeza é Mestre da Moralidade.

6 – A salvação na Maçonaria

O apresentador afirma (minuto 40-42):

"Para a Maçonaria o homem, o ser humano, não é visto como um ser pecador. Simplesmente um ser que precisa adquirir mais crescimento, mais desenvolvimento. Ele precisa ser mais iluminado. Os conceitos de pecado e arrependimento também não existem nas obras maçônicas. Não se percebe uma ênfase na necessidade humana de ser salvo da morte eterna e do pecado."

Essa afirmação é feita sem referência a qualquer fonte. Mais uma vez, deve-se levar em consideração dois fatores: 1) uma coisa não exclui a outra; 2) Maçonaria não é religião.
1) A crença de que o homem é um pecador que precisa ser salvo não exclui a necessidade do homem buscar mais crescimento, desenvolvimento, iluminação. Pelo contrário. Conhecimento, desenvolvimento, iluminação colabora, ao meu ver, na caminhada de uma vida mais correta.
2) Maçonaria não é religião. Se a Maçonaria tratasse de Salvação, aí sim seria uma religião. Não se trata de Salvação nos ensinamentos maçônicos exatamente porque Maçonaria não é religião e cada maçom professa sua religião e deve pautar sua vida e sua postura perante o que é ou não pecado e as formas de Salvação conforme sua religião.

7 – Na Maçonaria são convidados para fazer parte apenas pessoas da mais alta elite

Afirmação um tanto quanto preconceituosa, feita no minuto 46 do programa. Argumento inaceitável. Não há distinção social na Maçonaria, sendo ela formada por homens de diferentes classes sociais, credos, raças, nacionalidades e orientações políticas. Um dos princípios básicos da Maçonaria é a IGUALDADE entre os homens, sem distinção. Se o programa tivesse pesquisado em qualquer fonte primária maçônica, como se propôs no início, verificaria que a Maçonaria proclama:

A Maçonaria é acessível aos homens de todas as classes e crenças, quer religiosas, quer políticas, excetuando-se aquelas que privem o homem da liberdade de consciência, restrinjam os direitos e a dignidade da pessoa humana, bem como aquelas que exijam submissão incondicional aos 7


seus chefes, ou, ainda, privem o homem da liberdade de manifestação do pensamento. (GLMDF – Informações e Conceitos)

Ainda, no minuto 47, o professor comentarista declara que a ética maçônica é incompatível com a ética cristã por conta da Maçonaria ter juramentos e que um cristão não deve jurar, baseado em Mateus 5:34-37. Essa passagem bíblica trata de juramentos que não são solenes, ditos em vão no dia-a-dia, quando você poderia apenas dizer "sim" ou "não".
O juramento na Maçonaria nada mais é do que uma questão de nomenclatura. Na Maçonaria assume-se compromissos, faz-se promessas. Além disso, há várias passagens bíblicas em que se faz sim juramentos, inclusive no Novo Testamento, servindo como exemplo o próprio Evangelho segundo Mateus:

Portanto, o que jurar pelo altar, jura por ele e por tudo o que sobre ele está;
E, o que jurar pelo templo, jura por ele e por aquele que nele habita;
(Mateus 23:20-21)

Houve, portanto, uma distorção das Escrituras Sagradas para dizer que não se pode jurar, visto que a Bíblia nos ensina que se pode sim jurar, mas que se jura perante um altar, como é feito na Maçonaria, em que o compromisso é feito perante o livro sagrado daquele que está assumindo o compromisso.

8 – Os símbolos maçônicos não são cristãos (minuto 50)

O símbolo da Nike é cristão? A bandeira do Brasil é cristã? O símbolo de uma placa de trânsito é cristão? O símbolo da TV Novo Tempo é cristão? Não. Praticamente todas as instituições, sejam elas públicas ou privadas, possuem e utilizam-se de uma série de símbolos, que podem ser distintivos ou informativos. Isso faz parte de nossa sociedade.
No minuto 51 é apresentado um pentagrama invertido e dito que esse é um símbolo satanista que a Maçonaria utiliza. Mais uma vez não é citada fonte. O programa vincula esse pentagrama invertido a uma cabeça de bode, relacionando-a em seguida ao Baphomet.
Posso garantir que o Baphomet não é um símbolo maçônico, assim como o bode ou mesmo o pentagrama invertido. Provar isso é muito fácil, visto que os símbolos maçônicos estão geralmente visíveis nos templos e há milhares de fotos de templos maçônicos na Internet. No meu livro, que foi utilizado de fonte no programa, há uma série de símbolos maçônicos e nenhum deles é um pentagrama invertido. Desafio a qualquer um a mostrar a figura do Baphomet, do bode ou do pentagrama invertido em algum ritual ou livro genuinamente maçônico.
O que houve foi uma acusação da Igreja contra os Templários na Inquisição, de que eles veneravam um deus chamado Baphomet, que possuía cabeça de bode e corpo de homem, acusação essa evidentemente falsa, como a própria história tem mostrado, e posteriormente a mesma acusação falsa 8



foi feita contra a Maçonaria, em especial pelos adeptos das teorias conspiratórias. É o mais perto que se tem de um bode com a Maçonaria. E, é claro, que fazemos piada com isso!
Porém, o programa optou por criticar a Maçonaria por brincar com a questão do bode, por utilizar o bode quase que como um mascote, dizendo que isso vai contra os ensinamentos bíblicos. Ok, por que não criticam a Academia Naval dos Estados Unidos, que utiliza o bode como mascote? Será que alguém não pode ser da Marinha norte-americana e cristão ao mesmo tempo por isso? É incompatível? A Universidade do Colorado também tem um bode como mascote, assim como a Universidade da Carolina do Norte. E aí? Deve-se evitar essas Universidades por terem um mascote incompatível com uma interpretação distorcida de uma passagem vaga de 1 Tessalonicenses 5:22? Creio que não.

CONCLUSÕES

Apesar da roupagem inicial do programa de um debate sério sobre o tema, utilizando-se de obras maçônicas primárias, isso não foi feito. As acusações conspiratórias foram apenas reforçadas e tomando por base dois autores não-maçons e cujas obras são conhecidas como antimaçônicas: Horrel e Schnoebelen. A única fonte genuinamente maçônica que foi utilizada foi minha obra, "Desmistificando a Maçonaria", a qual não serviu de base para nenhuma das críticas apontadas.
Mesmo apreciando meu próprio trabalho, sei que há referências maiores de literatura maçônica, as quais foram simplesmente ignoradas, tornando o resultado totalmente enviesado, tendencioso, omisso.
Estou à disposição do programa para esclarecer quaisquer dúvidas relativas à Maçonaria e aos tópicos aqui abordados, caso seja realmente interesse do programa o conflito transparente dos preceitos maçônicos com a fé cristã. Lembrando ainda que a Maçonaria teve papel fundamental na implementação das primeiras igrejas evangélicas no território brasileiro, sempre em defesa da liberdade religiosa, como diversos estudos históricos têm comprovado.
Fraternalmente,
KENNYO ISMAIL


segunda-feira, 23 de junho de 2014

São João



São João

O Patrono da Maçonaria
Ao Iniciarmos os trabalhos em loja invocamos a proteção do G.’. A.’. D.’. U.’. e abre-se a loja,  -“em homenagem a São João, nosso patrono. Mas quem é este São João, e porque titulo distintivo?
Para responder a esta pergunta nós precisamos ainda mais nos aprofundar um pouco em textos, lendas e histórias, para descobrirmos quem foi São João de Jerusalém e porque nossas lojas são dedicadas a ele.
Comecemos por fazer algumas distinções. O primeiro São João de que ouvimos falar e o qual é sem duvida um dos mais famosos personagens da bíblia é sem dúvida, São João Batista, que batizou Jesus e teve sua cabeça decepada por ser fiel aos seus princípios. Este Santo tem seu dia de comemoração também associado aos mistérios celestes, pois se comemora exatamente no dia do equinócio de inverno, ou seja, o dia mais curto do ano. A maçonaria, por sua vez, associou este dia como contemplação a esta transição do sol, e a reverencia em suas lojas com associações a sua doutrina. Erroneamente alguns historiadores associaram este São João como patrono da maçonaria, talvez por ser o mais famoso e conhecido, mas isso é um erro comum entre os que levianamente estudam a maçonaria por obrigação.
O outro São João de que se tem noticia, e também associado à maçonaria, é o São João Evangelista. Sua data de comemoração é associada ao solstício de verão, que ocorre em dezembro. Nesta data eram eleitas as gestões das lojas, e neste solstício a maçonaria também realizava comemorações pela passagem do sol. Porém, também erroneamente, este São João foi associado como patrono da maçonaria; principalmente por aqueles que não se dão ao trabalho de ler, e gostam muito de citar grandes nomes do passado não testando e investigando sua veracidade; meramente copiando e transcrevendo seus dizeres e se esquecendo que a verdade é a mola que nos impulsiona. Então, surgem as perguntas: Se nenhum deles é o patrono da maçonaria, quem o é? Se não são estes dois importantes santos, a quem abrimos nossas lojas e trabalhamos sobre sua proteção?
No ano de 550 da era cristã, após a vinda de Jesus, nasceu um menino na ilha de Chipre ao sul da Itália, motivado por sua formação cristã e caridosa, o mesmo se encaminha a Jerusalém, com a intenção de montar um hospital que atendesse aos peregrinos que viajavam à Terra Santa, visitar o Santo Sepulcro.
Nesta ocasião ocorriam as Sagradas Cruzadas, lideradas pelos cavaleiros Templários, ao qual este menino se inspirou em seus métodos e conduta. O garoto faleceu no ano de 619, na cidade de Amatonto, na ilha de Chipre.
Após a sua morte, o Papa  em reconhecimento ao seu desprendimento e amor incondicional, o canonizou com o nome, São João Esmoleiro, que ficou mais conhecido como São João de Jerusalém.
A História certamente terminaria aqui, mas, se fossemos meros profanos. Mas para nós, maçons iniciados na Arte Real, livres pensadores e perseguidores da verdade, não! Ainda nos restam as pergunta: Porque dedicar as lojas a ele? O que ele fez em Jerusalém? Porque voltou a sua pátria?
Atentai, amados IIr.’., que a resposta esta diante de vossos olhos. Ao sair de sua terra natal, o garoto levou o quinhão da fortuna de seu pai, que lhe era de direito. Ao invés de viver uma vida sossegada, ele deslocou-se para Jerusalém, onde construiu com enorme dificuldade, um hospital para socorrer os enfermos. Porém, a época era das Cruzadas, e os povos viviam em guerra. Baseado nos princípios da Cavalaria Templária, ele fundou a Ordem dos Cavaleiros Hospitalares, que tinha por principal função, defender os hospitais e prestar socorro à quem se achava enfermo. Ele mesmo foi amigo, irmão e confidente de muitos enfermos, e deu a eles mais do que os seus recursos financeiros. Doou a cada um deles, sua saúde e atenção. Nunca fez distinções entre feridos de guerra e leprosos; todos que buscavam ajuda neste período de caos encontravam, sem dúvida, uma mão estendida nos Cavaleiros Hospitalares e em São João.
A Ordem dos Cavaleiros Hospitalares logo foi transformada na Ordem dos Cavaleiros de Jerusalém, que agora não só tomavam conta dos hospitais, mas corriam em socorro dos doentes e dos necessitados, onde quer que se encontrassem.  Esta Ordem sobreviveu durante anos, e ganhou enorme respeito dos Templários da época. O seu fundador foi eleito e sagrado Grão-Mestre dos Cavaleiros de Jerusalém, recebendo as mais altas honrarias Templárias, pois estes o reconheciam como um puro e fiel Cavaleiro, seguidor dos antigos valores. São João retornaria a sua pátria, na Ilha de Chipre, por saber que a mesma estava à mercê de invasão dos Turcos, e o seu povo necessitava de ajuda. Para isso, ele contou com sua experiência em Jerusalém, e fundou a Ordem dos Cavaleiros de Malta, que tinha a dupla função: Proteger os hospitais, ajudar os enfermos e feridos, e lutar pela manutenção da paz e preservação da independência de sua pátria.
A Ordem prosperou na parte da Hospitalaria, mas a sua força armada não foi suficiente para deter a invasão Turca, que dominou e destruiu grande parte da Ilha. Gostaríamos de dizer que tudo foi fácil e belo, mas esta não é a verdade. Muito sangue foi derramado para que os Cavaleiros pudessem prosseguir em sua jornada, e mantivessem a chama acesa, no intuito de ajudar os feridos e vitimas de doenças.
Os Cavaleiros de Malta foram conhecidos por seus atos como, grandes defensores dos oprimidos e daqueles que precisavam de ajuda, assim como já eram os Cavaleiros de Jerusalém. Após a morte de São João, e sua posterior canonização, a Ordem de Cavalaria Templária associaria, fortemente, São João de Jerusalém como seu patrono, e ao se postarem no campo, para as batalhas, sempre se colocavam sobre a proteção do mesmo.
A Maçonaria copiou grande parte de seus ensinamentos e do modo de agir dos Templários, além de associar São João como seu padroeiro, pois os ideais deste nobre homem, que foi elevado a condição de Santo, combinavam com a doutrina maçônica de amor incondicional ao próximo, e sua elevada determinação em lutar pela liberdade. A partir deste momento, em que a maçonaria se colocava a campo para lutar pela liberdade da humanidade, clamava a esta grande figura, que a partir deste momento, seria conhecido por todos os maçons como: São João de Jerusalém nosso Patrono.
Por isso todas as lojas são abertas e dedicadas a sua homenagem, e até hoje nós somos lojas de São João. O amor dele nos contagia, e em sua homenagem é que trabalhamos para socorrer os necessitados, como ele o fez, e levar a luz do conhecimento e da verdade a toda a Humanidade.

Comemora-se no dia 23 de janeiro o dia de São João Smoler, para nós, São João de Jerusalém, Patrono da Maçonaria.

Fonte: www.obreirosdeiraja.com.br

domingo, 22 de junho de 2014

Maçonaria

 
 
 
MAÇONARIA - Reflexões e curiosidades...
"A Evolução é a lei da vida. O número é a lei do Universo. A unidade é a lei de Deus" (Pitágoras)
 
A Grande Loja (dos Antigos) de 1751 foi fundada pela unidade formada pelas seguintes Lojas:
1.
The Turk's Head (Cabeça de Peru) de Greek Street, Soho.
2. The Criple (O Coxo) de Litle Britsin.
3. The Cannon (O Canhão) de Water Lane, Fleet Street.
4. The Plaister' Arms (Braços de Gesso) de Grays Inn Lane.
5. The Globe (O Globo) de Bridges Street, Covent Garden.

"A mais sublime de todas as Instituições é a Maçonaria, porque prega e luta pela Fraternidade que cultiva com devotamento, porque pratica a Tolerância; porque deseja a Humanidade integrada em uma só Família, cujos seres estejam unidos pelo Amor dominados pelo desejo de contribuir para o Bem do próximo , é uma honra para mim ser Maçom". Abrahan Lincoln.

"...a Ordem DeMolay vem realmente ocupar um espaço desejado e sonhado por toda a sociedade, e que na tem similar em outras organizações..."

A Palavra Semestral foi criada pelo Grande Oriente de França em 3 de julho de 1777.
"A razão é o único fundamento de nossa certeza e que, crer na divindade das escrituras ou no sentido divino de qualquer de suas passagens sem prova racional ou evidente consistência, é lamentável credulidade. John Toland
 
"A unificação da Maçonaria se fará no momento em que as potências de conformação confederativa anuírem ao sistema federativo, de modo a que se venha constituir uma única instituição, a Federação Maçônica Brasileira". Ir Luciano Ferreira Leite
 
A famosa Loja Quatuor Coronati nº 2076 pioneira em pesquisas, no mundo, foi consagrada em Londres - Inglaterra no ano de 1884
 
"Afinal, ser Maçom é buscar a verdade, Ser Maçom é lutar em prol da liberdade, Ser Maçom é querer tudo Justo e Perfeito!" . Ir Gióia Junior - SP
 
"A Maçonaria de 1717 esqueceu a máxima medieval. Quando reina o espírito, não há necessidade de leis." Christian Jacq
 
"A Maçonaria é a entidade mais sublime que conheci. É uma Instituição Fraternal, na qual se ingressa para se dar e que procura meios de fazer o bem, exercitar a beneficência, como um dos processos para se conseguir a perfectibilidade objetiva. Será extraordinariamente esplêndido se a maioria dos gênios da ação e do pensamento pertencerem à Maçonaria”. Voltaire.

A Maçonaria é a melhor oportunidade de melhorar o mundo. Nenhum Maçom é tão pequeno que não possa fazer algo pela Humanidade.
 
"A Maçonaria é um fato da natureza, e sendo um fato da Natureza, seus fenômenos, ensinamentos e práticas têm que se repetir - em e dentro do corpo humano, templo vivo de Deus".

"A Maçonaria prega e exercita o culto à Fraternidade e esse princípio é cristão". Ir. Rizzardo da Camino

As Sete Ciências dos Maçons Operativos são divididas em Trívio, considerada divisão inferior das artes liberais, abrangia a gramática, a retórica e a dialética. E Quadrívio abrangendo a Aritmética, a Geometria e Música e a Astronomia.

"Cujus regio eius religio" (a religião do rei é a religião do súdito) Da corte de Luiz XIV

"Como podes ver, a fraternidade, não te oferece nada, além do teu próprio ser. Mas... se achares que tudo isso ainda é pouco, esqueça-te de ti... e a Fraternidade te dará a humanidade com a sua grande verdade de ser “Uma Unidade No Todo” G. F. Bran
 
"De onde vindes como maçom?" - Do ocidente! "E para onde vos dirigís?" - Para o oriente! "E o que vos induziu a deixar o ocidente e dirigir-vos para o oriente?" - Buscar um mestre e dele obter instrução!”

"Embora nos tempos antigos os Maçons fossem obrigados, em todos os países, a seguir a religião de seu país ou da nação, qualquer que fosse ela, considera-se hoje mais conveniente obrigá-los unicamente para com a religião com a qual todos estão de acordo, deixando a cada um as suas opiniões pessoais...” Ir. Ambrósio Peters
 
É fundamental para que você cuide de si mesmo, armazenar energias para poder enfrentar cada dia da sua vida, com ânimo, com alegria, determinado a superar todas as adversidades, para realizar os seus desejos, renovar esperanças. Vibre, aposte sempre em você não abra mão dos seus sonhos e desejos, mas sem nunca se esquecer de que você é você mesmo, a pessoa mais indicada para realizá-los, creia sempre num ente supremo, assim você estará desfrutando intensamente cada dia de sua vida

Em Fulda, na Alemanha, surgiu uma discussão acerca do nome a ser dado para uma nova universidade. 0 primeiro nome sugerido foi o do professor Karl Ferdinand Braum, inventor do tubo de imagem da TV, que tinha ganho um Prêmio Nobel. Surgiu um protesto com a alegação de que ele seria maçom. Finalmente a Universidade recebeu o nome do Barão von Stein, que é conhecido corno o Pai da autonomia local. Ele foi maçom devotado. Mais tarde, descobriu?se que o professor Braun nunca foi maçom.

Em 1809, nos tempos críticos da Prússia, Johann Henrich Bernhard DRASEKE falou em sua Loja o seguinte: "Poderá ser destruído este Templo, mas não os nossos corações. Poderão proibir nossos encontros, mas não nossa unidade em espírito. Poderão nos proibir de dizermos que somos maçons, mas não que nós o somos. Seja bendito Templo Maçônico. Tu és, quando todos estiverem acorrentados, o único lugar de liberdade nesta Terra desolada".
Encíclicas papais contra a Maçonaria:-

1ª - “ In Eminenti Apostolatus Specula ” editada em 4 de maio de 1738, pelo Papa Clemente XII.
2ª - “ Providas Romanorum Pontificum” de 18 de maio de 1751, do Papa Bento XIV.
3º - “ Eclesiam a lesu Christo ” de 13 de setembro de 1821, de Pio XII
 
Entre os anos de 1890 a 1951, todos os Governadores do Estado de Wyoming foram maçons, com exceção de um. Esta exceção foi a Senhora William A. Ross, que foi esposa de um maçom, sendo ela membro da 0rganização "Estrela do Oriente", organização para-maçônica existente nos Estados Unidos para as esposas de maçons. do Prumo nº 93

"Nenhum Maçom é tão pequeno que não possa fazer algo pela Humanidade"
 
MONTE DE HERMÓN tem 2.818 mil metros de altura, e é o ponto culminante de uma área montanhosa que fica nas fronteiras dos territórios da Síria, Líbano e Israel. Por uma boa parte do ano, o seu cume fica coberto de neve, sendo freqüente fonte de inspiração literária. Possui várias fontes. Inúmeros cursos de rios que vão a diversos povoados inclusive a cidade de Damasco. Confere a esse monte um alto significado e valor, para a vida da região

"John Toland, raramente mencionado nas obras maçônicas, mereceu uma menção especial na obra “A Era de Luiz XIV”, dos historiadores Ariel e Will Durant, com a citação dos traços principais de sua revolucionária linha de pensamento..." Ir. Ambrósio Peters

LANDMARK XXII – Todos os Maçons são absolutamente iguais dentro da Loja, sem distinção de prerrogativas profanas, de privilégios que a sociedade confere. A Maçonaria a todos nivela nas reuniões maçônicas.

"Nada de importante aconteceu neste país, que não tivesse as mãos firmes da Maçonaria". Tristão de Athayde - Alceu Amoroso Lima 1893 / 1983 - pensador, escritor, líder católico brasileiro, crítico literário, professor.

Numa época em que a servidão era um fato, e em que a maioria dos membros das Lojas da Croácia era proprietários de terras, colocaram-se na Constituição do seu sistema maçônico as seguintes frases. "Os sentimentos de humanidade devem ser aplicados principalmente contra as pessoas de situação inferior. Todos nós nascemos iguais; a Natureza não coloca nenhuma diferença entre nós. A quem coube por sorte ter servos ou empregados, tem que tratar os mesmos de maneira humana e evitar tomar pior a sua situação, que já é um destino mais pesado, ainda mais duro." Conde de DRÁSKOVIC, - CROÁCIA
 
“O grande objetivo da Maçonaria é despertar o poder latente que se acha dentro de cada um.
Elevar o homem (a DEUS) consciente da sua divindade, sem limitações ou dúvidas”.
O Grande Oriente da França, em 1789 apelou para com suas Lojas, pelos deveres de Cidadão para com a Pátria e de Maçons para com a Humanidade

O lema da Maçonaria, "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", foi tirado da divisa da 2ª República Francesa de 1848. O da Revolução Francesa era "Libertè, Egalitè ou la Mort" (Liberdade, Igualdade ou a Morte).

O lema “ Novae Sed Antiquae” ( Coisas novas, mas antigas) aparece no selo do Grande Oriente do Brasil.
 
"O livre pensamento deveria ser um dever e um privilégio exclusivo de uma minoria culta, não devendo haver censura mútua entre os componentes dessa minoria". John Toland
 
“O maçom deve ser pessoa pacífica, submeter-se às leis do país onde estiver e não deve tomar parte nem se deixar arrastar nos motins ou conspirações deflagrados contra a paz e a prosperidade do povo, nem se mostrar rebelde à autoridade inferior, porque a guerra, o derramamento de sangue e as perturbações da ordem, têm sido sempre funestos para a Maçonaria". Da constituição de Anderson
 
"O maçom “é um homem livre, fiel às leis, amigo dos governantes, quando eles são virtuosos”, não admitindo viver sob a opressão de um governo despótico ou tirânico". Ir Mário Máyerie

O objetivo da Maçonaria é a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes.

O Papa Leão XIII, que pontificou entre 20 de fevereiro de 1878 a 20 de julho de 1903, foi o que mais perseguiu a Maçonaria. E le editou quatro Bulas contra a Ordem Maçônica, observem que as duas últimas têm a mesma data.

1- Humanum genus em 20/4/1884;
2- Dall´alto dell´apostolico seggio em 15/10/1890;
3- Inimica vis em 8/12/1892;
4- Custodi di quella fede em 8/12/1892.

"...o patrocínio Maçônico à Ordem DeMolay foi e continua sendo a palavra chave do sucesso"... Ir Alberto Mansur
 
O ressurgimento das sociedades fechadas inclusive da Maçonaria livre de Pressões, no Brasil ocorreu graças ao Código Penal Brasileiro de 15 de dezembro de 1830
 
O Rito Escocês Antigo e Aceito - REAA veio da França para o Novo Mundo através de Etienne Morin, em Santo Antônio do Haiti, e dali foi inicialmente difundido para a América do Norte entre 1761 e 1802 e se propagou para o mundo todo, retornando então para a França “Por uma Maçonaria Forte Unida e Justa”. Objetivo da ARLS“Oswaldo Jaime Ribeiro”.
O que se deve é dignificar o ser Humano em todos os aspectos respeitando os seus direitos as conquista do seu trabalho, de sua cultura, inteligência e valores espirituais. Essa é a senda certa para a boa vontade e o almejado entendimento entre os homens, os povos e as nações.
 
"Eu não tive a sorte de conhecer muito sobre a Maçonaria, em compensação, tenho o grande prazer de conhecer muitos maçons, e por isso julgar a árvore pelos seus frutos. Eu conheço vossos altos ideais. Tenho visto que vocês, em suas sessões, têm a presença da Bíblia aberta, e eu seu que homens que observam tal formalidade possuem um elevado sentimento de cidadania, de palavra e de caráter. Isso representa a força da nossa comunidade e nação ". Calvin Coolidge Presidente dos USA
 
"Não se pode, na realidade, conceber a Maçonaria afastada e longe dos ideais democráticos inseridos nas Constituições e que se traduzem no combate à ignorância, à hipocrisia e ao fanatismo e nos seus fins supremos: Liberdade, Igualdade e Fraternidade". Ir Luciano Ferreira Leite
 
“No caos das superstições populares, existiu uma instituição que sempre preservou o homem de cair na brutalidade absoluta:- Foi a dos Mistérios”. Voltaire.


"Poderá ser destruído este Templo, mas não os nossos corações. Poderão proibir nossos encontros, mas não nossa unidade em espírito. Poderão nos proibir de dizer que somos maçons, mas não que nós o somos. Seja bendito Templo Maçônico. Tu és, quando todos estiverem acorrentados, o único lugar de liberdade nesta Terra desolada". Johann Henrich Bernhard DRASEKE

Se sabemos, vamos, colocar em prática esse magistral lema:- "Nosso Grande mérito, não é um dias sermos maçons, mas, sim, sermos aceitos e declarados legitimamente, pelos nossos semelhantes como dignos e notáveis dessa proeza". tsmaia
 
"Todo o processo iniciático tem um ponto comum, em torno do qual a totalidade das escolas iniciáticas trabalham: trata-se da transformação que deve ocorrer quando —morrendo (simbolicamente) o “velho homem” (passional, dominado pelos vícios, pelas paixões e pelos apegos grosseiros de sua condição inferior e materialista).., nasce um “novo homem”. Ir Darley Worm
 
"Um grupo de ex-Veneráveis de uma Loja constitui o Conselho de Veneráveis Mestres Instalados da mesma, sendo sua função primordial, presididos pelo Venerável Mestre, instalar o sucessor devidamente eleito, na Cadeira do Governo da Loja, e outorgar-lhe o grau respectivo." Ir:. Kurt Max Hauser
 
“Um Maçom é obrigado, por sua dependência à Ordem, a obedecer à Lei Moral; e se entende corretamente o Ofício, nunca será um estúpido ATEU nem um LIBERTINO irreligioso"...
 
Fonte: Prof. Gabriel Campos de Oliveira - Maçom