domingo, 30 de setembro de 2012

IDEÁRIO PARA UM DIRIGENTE MAÇÔNICO







Exemplos de verdadeiros maçons: Joy Allan e Edgar Bartoline.

 
IDEÁRIO PARA UM DIRIGENTE MAÇÔNICO



Que tenha vontade, consciência e serenidade para o cargo;
que possua bom conhecimento e disponibilidade de tempo;
que seja independente econômica e financeiramente;
que usufrua representatividade profissional, social e política.

Que assuma encargos sem preconceitos estabelecidos;
que saiba ouvir bastante e fale apenas o necessário;
que esteja atento à política e à economia da região e do país;
que realce a prática de valores espirituais, morais e cívicos.

Que estimule a boa formação do maçom a partir do ingresso;
que implante um bom programa de instrução maçônica;
que promova mais o ritual litúrgico com cenários adequados;
que constitua um corpo de ensino com mestres qualificados.

Que incentive o desenvolvimento da cultura maçônica;
que destaque feitos significativos e importantes dos irmãos;
que organize palestras, conferências e seminários maçônicos;
que a aplicação dos recursos vise a utilização dos templos;
que regionalize eventos administrativos, litúrgicos e culturais.

Que planos a longo prazo atendam só o interesse da instituição;
que intensifique as tarefas de campo de todos os hospitaleiros;
que compreenda as diferenças e as dificuldades dos irmãos;
que instale sistema de apoio institucional independente;

Que reformule e flexibilize qualquer legislação leonina vigente;
que acate fiscalização independente eleita pela assembléia geral;
que permita a transparência em todas as contas da instituição;
que procure maior interação nos segmentos da comunidade.

Que o exercício da ética supere a necessidade de outros códigos;
que o espírito do sentimento maçônico paire acima do material;
que agregue os irmãos em harmonia, evitando grupos ideológicos;
que nunca pense em exercer o continuísmo administrativo.

Que sonhe e atue apenas com a realidade, jamais com a realeza;
que não alimente o culto à própria personalidade e vaidade;
que em tempo algum confunda palácio com mausoléu maçônico.

Que seja, enfim, o exemplo de um bom, profícuo e honesto maçom.

Autor: Anônimo. Publicado na Revista Acácia - nº 77


Valorosos maçons reunidos em nome da Fraternidade.


sábado, 29 de setembro de 2012

Fardos inúteis...










Conta uma lenda,
que dois monges
que atravessavam uma área deserta
quando diante de um rio violento,
avistaram uma linda jovem
que tentava atravessá-lo sem sucesso.

Um dos monges,
não sem dificuldades,
atravessou o rio
e colocando a mulher em suas costas
conseguiu atravessar o rio em segurança.
A jovem abraçou-o agradecida,
comovida com o seu gesto e seguiu seu caminho.

Retomando a jornada,
o outro monge que assistiu a tudo calado repreendeu o amigo,
falando do contato carnal
que houve com aquela jovem,
da tentação de ter aquele contato
mais direto com uma mulher,
o que era proibido pelas suas leis.

E durante um bom trecho do caminho,
esse monge falou sobre a mulher
e sobre o pecado cometido
até que aquele que ajudou a jovem na travessia falou:
querido amigo, eu atravessei o rio com a jovem
e lá eu a deixei, mas você ainda continua
carregando-a em seus pensamentos.

Assim, todos sabem que Deus
não nos dá fardos maiores
que aqueles que podemos suportar,
e muitos dos nossos fardos
já poderiam estar abandonados
em outras curvas da vida,
mas nós insistimos em carregá-los.

Levamos nossas dores
e frustrações ao extremo.
Dramatizamos demais,
elevamos ao cubo cada dor,
cada ofensa, cada contrariedade
e por isso, não conseguimos relaxar,
perdoar ou mesmo ser feliz,
pois o peso que vamos acumulando em nossas costas
são demais para qualquer cristão.

Neste dia especial, eu lhe convido a uma reflexão.
Quais são os fardos que você continua carregando
e que já não estão mais com você?
Qual é a dor que você anda revivendo
e fazendo com que velhas feridas voltem a sangrar?
Por que você não consegue perdoar quem lhe magoou?
Quantas oportunidades você anda deixando para trás
por estar amarrado ao passado?

Desarme-se.
dos velhos pensamentos,
do espírito da revolta, da tristeza.
Hoje é dia de desmontar
o velho acampamento do comodismo
e seguir adiante na longa jornada que a vida apresenta.
Quanto mais leve a sua mochila,
mais fácil a subida rumo a felicidade.

Texto
Paulo Roberto Gaefke

Fonte:
http://passarinhosnotelhado.blogspot.com

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

As ondas da fortuna




Falésia






Um dia, passeando junto ao mar, aproximei-me de uma falésia com as minhas filhas, e mostrei-lhes as ondas revoltosas que fustigavam as rochas. Perguntou-me uma delas sobre aquelas enormes pedras: "Alguém as pôs ali? De onde vieram?". Expliquei-lhe que por debaixo do chão que pisávamos havia terra, areia, pedrinhas pequenas, argilas, e algumas pedras grandes. As ondas do mar e as marés iam corroendo a base da falésia, fazendo desabar partes desta, e dissolvendo depois as partículas menores em areia e em pó. Era daí que vinham as pedras.

//

Um maçom tem como principal objetivo tornar-se numa pessoa melhor. É para isso que a maçonaria existe: para tornar homens bons ainda melhores. Melhores não em termos absolutos, mas cada um relativamente melhor do que era antes, aos seus próprios olhos, e em face da sua própria realidade. Os objetivos de cada um, as estratégias de progresso, os critérios de sucesso, a cada um pertencem. É inútil tentarmos quer traçar quer percorrer o caminho do outro; em maçonaria cada um faz o seu próprio caminho. E, quando há vontade e meios, que fantásticos caminhos podemos percorrer!

Que bem nos sentimos quando a vida nos sorri! Nesses momentos sentimo-nos capazes de tudo, sentimo-nos os melhores homens da Terra, e juramos para connosco que estaremos sempre acima das vilezas da vida. Como é bom subir - e estar em cima! Como é gratificante sentirmo-nos bem connosco mesmos! O esforço paga-se a si mesmo, a consciência do progresso redobra-nos as forças, e ganhamos ânimo para sermos ainda melhores, e capazes de tudo.

Porém, tal como nas marés, a cada subida se segue uma descida. Quando a vida se torna mais dura e o sorriso menos espontâneo é, de repente, muito mais difícil manter o rumo ascendente e tornarmo-nos melhores a cada dia que passa. Pelo contrário, tudo ao nosso redor nos puxa para baixo, como o mar nos arrasta para o largo quando a maré desce. E quantas vezes damos por nós a lutar desesperadamente não por nos tornarmos melhores, mas apenas por não nos tornarmos piores!... Os tempos duros não melhoram os indivíduos; no entanto, dão mais realce aos melhores - àqueles que não se deixam levar pelas ondas.

São homens firmes, voluntariosos, obstinados, fazendo finca-pé perante as adversidades, quem serve de facto de apoio aos mais vulneráveis, quem mantém as sociedades coesas, e quem mais contribui para suportar os grandes embates da História. Orgulha-me saber que muitos destes homens foram maçons, que trabalharam integrados nas suas lojas, que nelas cresceram apoiados nos que os precederam, e foram suporte dos que vieram depois. Ser assim mesmo, composta de uns maiores, outros mais argilosos, outros mais ásperos, mas acima de tudo de gente diferente, é o que dá solidez a uma loja.

E saber que seremos todos, no fim, (des)feitos em areia e pó na implacável voragem das ondas, não restando memória das pedras que outrora tenhamos sido, nada ficando a longo prazo de legado ao futuro, tranquiliza-me em certa medida: faz com que cada homem não valha senão por si mesmo, aos seus próprios olhos, e à luz da sua própria consciência.

//

Na base da falésia restavam apenas as grandes pedras que o mar não conseguira ainda vencer. Onda após onda, maré após maré, mesmo estas viriam a soçobrar - mas não já. Pois enquanto estas se perfilassem no seu posto, a falésia estaria mais protegida da fúria inconstante do oceano. Sem elas a falésia não existiria. Mesmo quando fossem quebradas ou arrastadas, outras mas novas viriam tomar o seu lugar, vindas mais de cima, ou mais do interior. E quando, por fim, um dia a falésia deixar de existir, o mar, cansado de não ter mais onde bater, espalhará pelas praias do mundo tudo o que dela restou.

Paulo M.





Lisboa, Portugal



Fonte:
A PARTIR PEDRA

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Jornada





O maçom Josimar sempre feliz na sua jornada.
 
Jornada





O ser humano é o mesmo espírito que vem, há milênios, buscando se encontrar. Seu olhar ainda não é completo. Seu instrumento para isso, o ego, ainda não está totalmente maduro. Muitos fatores interferem em sua percepção. Ele ainda não aprendeu que não precisa ver tudo, mas apenas o essencial. Deve entender que, para conhecer as coisas, é preciso dar a volta sobre si mesmo, olhando para seu próprio mundo interior. Não percebe, em sua momentânea cegueira, que Deus se escondeu em seu inconsciente. Acumula muita coisa no seu egoísmo e orgulho em excesso. Chegará um tempo em que estará pronto para encontrar e perceber a divindade. Um dia, quando liberto de seus próprios medos e preconceitos, tecidos pela ignorância em relação ao divino e a si mesmo, alcançará a liberdade de pensar uma Religião Pessoal. O caminho será longo, mas extremamente valioso para si mesmo. Quando então iniciar seu processo de vivência da Religião Pessoal, sofrerá reveses por conta das próprias armadilhas que criou, medroso de se perder nos labirintos complexos de sua psiquê religiosa. E os reveses acontecerão por conta, principalmente, do desejo infantil de salvar-se de algo que idealizou como sendo uma tragédia. Inconscientemente acredita que um grande perigo o ameaça e que o levará a ser banido eternamente. Teme o que ele próprio construiu. Sua mente ainda está estruturada na dialética bem x mal. Teme o abandono divino, qual criança apegada à mãe, temendo perder-se dela.



Texto de Adenáuer Novaes

Psicólogo Clínico e Escritor.


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

FERNANDO PESSOA - POESIAS

Fernando Pessoa


A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Acordo de noite subitamente.
E o meu relógio ocupa a noite toda.
Não sinto a Natureza lá fora,
O meu quarto é uma coisa escura com paredes vagamente brancas.
Lá fora há um sossego como se nada existisse.
Só o relógio prossegue o seu ruído.
E esta pequena coisa de engrenagens que está em cima da minha mesa
Abafa toda a existência da terra e do céu...
Quase que me perco a pensar o que isto significa,
Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca,
Porque a única coisa que o meu relógio simboliza ou significa
É a curiosa sensação de encher a noite enorme
Com a sua pequenez...

E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.


 

Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.

Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,

Se cada ano com a Primavera
As folhas aparecem
E com o Outono cessam?
E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?

Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.

Quer pouco, terás tudo.
Quer nada: serás livre.
O mesmo amor que tenham
Por nós, quer-nos, oprime-nos.


 

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Não tenho ambições nem desejos.
ser poeta não é uma ambição minha.
É a minha maneira de estar sózinho.


Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem sabe o que é amar...


Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
...


Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.


Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raiz-
Ter por vida a sepultura.


Não é a dor de já não poder crer
Que m’oprime, nem a de não saber,
Mas apenas completamente o horror
De ter visto o mistério frente a frente,
De tê-lo visto e compreendido em toda
A sua infinidade de mistério.
...

Quanto mais fundamente penso, mais
Profundamente me descompreendo.
O saber é a inconsciência de ignorar...

Só a inocência e a ignorância são
Felizes, mas não o sabem. São-no ou não?
Que é ser sem o saber? Ser, como a pedra,
Um lugar, nada mais.
...

Quanto mais claro
Vejo em mim, mais escuro é o que vejo.
Quanto mais compreendo
Menos me sinto compreendido. Ó horror
paradoxal deste pensar...


Tudo o que faço ou medito
Fica sempre na metade.
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade.

Que nojo de mim me fica
Ao olhar para o que faço!
Minha alma é lúcida e rica,
E eu sou um mar de sargaço.


Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.



O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.


Fernando Pessoa(1888-1935)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O Juiz Reto

 
O Juiz Reto

 

Ao tribunal de Eliaquim bem Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan bem Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendigo.




- Este homem – clamou o comerciante, furioso – impingiu-me um logro de vastas proporções! Vendeu-me um colar de pérolas falsas, por cinco peças de ouro, asseverando que valiam cinco mil. Comprei as jóias, crendo haver realizado excelente negócio, descobrindo, afinal, que o preço delas é inferior a dois ovos cozidos. Reclamei diretamente contra o mistificador, mas este vagabundo já me gastou o rico dinheiro. Exijo para ele as penas da justiça! É ladrão reles e condenável!...



O magistrado, porém, que cultuava a Justiça Suprema, recomendou que o acusado se pronunciasse por sua vez:



- Grande juiz – disse ele, timidamente -, reconheço haver transgredido os regulamentos que nos regem. Entretanto, tenho meus dois filhos estirados na
cama e debalde procuro trabalho digno, pois mo recusam sempre, a pretexto de minha idade e de minha pobre apresentação. Realmente, enganei o meu próximo e sou criminoso, mas prometo resgatar meu débito logo que puder.

O juiz meditou longamente e sentenciou:



- Para Zorobabel, o mendigo, cinco bastonadas entre quatro paredes, a fim de
que aprenda a sofrer honestamente, sem assalto á bolsa dos semelhantes, e, para Jonatan, o mercador, vinte bastonadas, na praça pública, de modo a não mais abusar dos humildes.




O negociante protestou, revoltado:



- Que ouço?! Sou vítima de um ladrão e devo pagar por faltas que não cometi? Iniqüidade! Iniqüidade!...



O magistrado, todavia, bateu forte com um martelo sobre a mesa, chamando
a atenção dos presentes, e esclareceu em voz alta:

- Jonatan
bem Cafar, a justiça verdadeira não reside na Terra para examinar as aparências. Zorobabel, o vagabundo, chefe de uma família infeliz, furtou-te cinco peças de ouro, no propósito de socorrer os filhos desventurados, porém, tu, por tua vez, tentaste roubar dele, valendo-te do infortúnio que o persegue, apoderando-te de um objeto que acreditaste valer cinco mil peças de ouro ao preço irrisório de cinco. Quem é mais nocivo à sociedade, perante Deus: o mísero esfomeado que rouba um pão, a fim de matar a fome dos filhos, ou o homem já atendido pela Bondade do Eterno, com os dons da fortuna e da habilidade, que absorve para si uma padaria inteira, a fim de abusar, calculadamente, da alheia inteligência? Quem furta por necessidade pode ser um louco, mas quem acumula riquezas, indefinidamente, sem movimenta-las no trabalho construtivo ou na prática do bem, com absoluta despreocupação pelas angústias dos pobres, muita vez passará por inteligente e sagaz, aos olhos daqueles que, no mundo, adormeceram no egoísmo e na ambição desmedida, mas é malfeitor diante do Todo Poderoso que nos julgará a todos, no momento oportuno.



E, sob a vigilância de guardas robustos, Zorobabel tomou cinco bastonadas
em sala de portas lacradas, para aprender a sofrer sem roubar, e Jonatan apanhou vinte, na via pública, de modo a não mais explorar, sem escrúpulos, a miséria, a simplicidade e a confiança do povo.



Néio Lúcio


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O TEU SIM, SEJA SIM E O TEU NÃO, SEJA NÃO

 
"O TEU SIM, SEJA SIM E O TEU NÃO, SEJA NÃO."

Meus irmãos;
Quem foi mais Maçom ?
Oswaldo Nunes, construtor da nova sede, dando novo impulso?
Fernando Viero que deu autonomia a Santa Catarina?
Ari Bernardes Scozziero, sempre preocupado com a qualidade do Maçom?
Ou outros irmãos que todos lembram que dedicaram seu tempo e conhecimento
para os fins maçônicos?
Todos, meus irmãos, foram grandes. Por isso, o exemplo deve ser seguido.
Não hesitaram na serenidade, censuraram o mercantilismo dos princípios maçônicos,
censuraram "cegos que conduzem cegos", combateram tudo que colidia com a nossa
sã doutrina. Não deixavam nenhum irmão sem resposta, dando respostas lúcidas e contudentes,
sem deixar de ser éticos.
Clarearam os raciocínios , desfilando erros de ontem para que não os repitamos hoje.
Homens, Irmãos de vanguarda, estavam a frente de seu tempo.
Seus exemplos são as âncoras mais seguras para a nau vacilante dos interesses transviados.
Pensar diferente sobre estes exemplos é decretar a própria insensibilidade diante dos fatos.
Na Maçonaria não é lícito conviver com a filosofia do "Lobo travestido de ovelha" , aceitando
a permissividade de conceitos e de práticas, sem dar-lhe o "Bom Combate".
O que dizer do profissional da saúde que, por falsa piedade, prefere ver o doente morrer, a ter que aplicar o amargo, mas salvador remédio?
Adotar a postura do silêncio e da omissão, como simbolos de humildade e de respeito, é faltar com a caridade do esclarecimento maçônico que se faz necessário.
O Maçom que diz " não me compromete" ou que aceita posicionar-se neutro, quando deveria defender os princípios da Maçonaria, faz-se confuso e não merecerá confiança.
Erra, ao julgar que defender os postulados maçônicos é ferir interesses de outros e faltar com a solidariedade.
Estamos na Maçonaria a soldo de que interesse? O da redenção do novo homem que nasce na iniciação, ou
da conveniência e complacência pessoal a serviço da vaidade?
Com que estamos comprometidos na Maconaria? Com o que educa e esclarece ou com o que se omite
nas efemérides?
Afirma-se que só a verdade liberta!
Os irmãos Oswaldo, Fernando, Ari, entre outros que cada um pode lembrar, exemplificaram, racionalizaram,
semearam, fizeram.
Não fugiram dos abençoados atritos que produziam a luz confortadora do conhecimento.
Não viveram nas sombras da falta de diálogo ou da imposição de idéias.
Foram humildes, equilibrados, indispensáveis referências Maçônicas. Estavam muito mais no
 
desenvolver dos princípios Maçônicos, do que preocupados com aparência ou efemérides.
Fizeram, mudaram, são exemplos!
Vamos seguir essas colunas da Maçonaria. Eles foram conscientes de seus deveres para com a Ordem, trabalhando para o bem de todos, sempre pensando na irmandade.
É isso, meus irmãos, que na minha opinião estamos precisando nestes momentos conturbados
da nação e de pleito eleitoral maçônico.
Somos uma irmandade, nossos atos devem refletir nossa solidariedade e fraternidade.
Temos opinião, mas nossa fraternidade esta acima.
Como nos dizia Fernando Viero: Amo os meus irmãos, incondicionalmente.
Neste livre pensar, me socorro de novo de Ari B. Scozziero.
 
Observemos é necessário!
t:.f:.a:. a todos os irmãos.
Carlos Augusto G. Pereira da Silva
EX-V:.M:. Loja Obreiros de São João nº 42

domingo, 23 de setembro de 2012

POESIAS


Poussin - The Empire of Flora




Queria


Queria tanta coisa
que as palavras já
não transmitem.
Os gestos já vacilam
porque não suportam
tanto querer.


O sorriso já não ri
porque o rosto está cansado.
As mãos quase não agarram
porque quase tudo vai fugindo.
Os olhos, esses...
ainda brilham
porque o coração
não deixou de amar.


* Limites da Razão

Adelaide Graça nasceu a 6 de Abril de 1952
em Campos, Vila Nova de Cerveira.
Tem trabalhos publicados em vários jornais.




Quando Choro

Eu quando choro,
não choro eu.
Chora aquilo que nos homens
em todo o tempo sofreu.
As lágrimas são as minhas
mas o choro não é meu.



António Gedeão - pseudónimo de Rómulo Vasco da Gama Carvalho
Nasceu em Lisboa a 24 de Novembro de 1906
Poeta e Professor


1. A questão

O barão-patrão
em seu recacho
de latino e vigoroso macho,
abordou-me, um dia - malandro... -
perguntando
o que sou.
- Um animal consciente e livre - disse-lhe eu.
- Consciente de quê ?... Livre para quê?... - Insistiu.
- Consciente do sol, das flores, das andorinhas!...
E livre...,
porque sabe, senhor, a gente vive, é...
para amar!...

Alberto Campinho
* Do livro " Poemas da minha dor"



 

Um só livro é capaz
de fazer a eternidade de um povo

Eça de Queiroz


Fonte: http://alvarodoliveira.blogspot.com.br

sábado, 22 de setembro de 2012

O Silêncio dos Aprendizes

O Silêncio dos Aprendizes

  • Escrito por A Jorge

O Silêncio dos Aprendizes

Ao escolher este tema presto homenagem ao silêncio dos aprendizes em loja e em particular ao seu significado e objectivos, dado considerar que ele contribuiu decisivamente para a minha aprendizagem e para a minha evolução como pessoa e, espero que, como Maçon.
O Silêncio dos Aprendizes
Nas conversas prévias que tive com os Irmãos Mestres J:. R:. e R:. B:., integradas no meu processo de admissão à Maçonaria, houve desde logo algo que me causou alguma apreensão – como iria eu conviver com o silêncio que se impunha aos aprendizes em Loja. Ter uma opinião para transmitir e não o poder fazer, só poderia ser uma forma sofisticada de praxe ou de tortura, para ver se eu me aguentava....
Sendo normalmente uma pessoa interventiva, o ficar calado significava para mim quase que uma prova de fraqueza ou ignorância, e isso era algo que não estava habituado. No mundo profano, nomeadamente nas esferas empresariais, é normalmente preferível dizer alguma coisa, mesmo que inútil, do que não dizer nada, já que isso parece ser apreciado.
As minhas primeiras sessões em loja foram muito conflitivas – se não podia falar e só podia ouvir, o que é que eu estava ali a fazer? Durante este período, passei por várias fases evolutivas: equacionei ir-me embora, já que não queriam ouvir o que eu tinha para dizer e eu tinha muito para dizer; ponderei os inconvenientes de desrespeitar a regra, rompendo o silêncio; efectuei comparações entre os argumentos que eram utilizados e os que eu utilizaria na mesma situação, etc.. Creio que posso afirmar que a minha permanência na Maçonaria se deve a um acto de teimosia, já que decidi não desistir e ir até ao fim.
Gradualmente, fui começando a alterar a minha atitude perante o silêncio, principalmente a partir do momento em que conclui ser inútil preocupar-me em construir uma argumentação que depois não teria continuidade. Já que não podia falar, talvez existissem outras formas de rentabilizar o tempo que ali passava e a forma mais lógica e imediata parecia ser, ouvir e assimilar o que estava a ser dito. Tal “descoberta” fez-me começar a escutar de forma consciente, o que efectivamente se dizia, o que me conduziu a uma nova descoberta acerca de mim próprio: tinha tendência para só escutar os outros em função da resposta que teria de lhes dar e não por aquilo que tinham para me dizer.
Esta constatação levou-me a começar a tentar escutar os outros de forma desinteressada e sem reservas ou intenções. Foi um processo intencional, lento, com avanços e retrocessos mas extremamente agradável - sentir que começava a descobrir os outros e ver que a atitude destes se alterava gradualmente. De forma tímida no inicio, primeiro nos círculos familiares e depois entre amigos e em ambientes profissionais, foi encorajante ouvir frases como “não sei porquê, mas agora é mais agradável conversar contigo”...
No campo estritamente profissional e nomeadamente nos processos negociais, em que cada argumento antecipado pode constituir uma vantagem para os outros, descobri também que o escutar me permitia analisar melhor a situação e sobretudo preparar melhor a argumentação necessária à consecução de estratégias ganhadoras.
E no entanto toda esta simplicidade parece ser fruto de uma sabedoria milenar que já Hiram utilizava quando formava os seus aprendizes e companheiros, para os preparar para a construção do Templo de Salomão.
Quando o recém iniciado é advertido de que não poderá falar em loja, desde a sua iniciação até à sua passagem a mestre, devendo apenas ouvir e observar, está-se simplesmente a dar continuidade a um dos mais antigos costumes das ordens iniciáticas: o silêncio.
Voltado para si mesmo, calado, numa postura de reflexão e recepção, o Aprendiz Maçon deverá evitar resvalar para uma atitude passiva ou desinteressada. Pelo contrário, todos os seus sentidos devem estar atentos para o que se passa em loja. Ver, ouvir, receber, reflectir e guardar, são as palavras chave deste processo de aprendizagem e evolução interior. Juntar e interligar todas as informações que lhe chegam ao cérebro, estranhas e diferentes das que já conhece, formulando hipóteses e conclusões que lhe permitam uma visão cada vez mais elevada das observações que faz. Esta deve ser a maior preocupação do iniciado.
O ainda candidato é exposto pela primeira vez perante a regra de silêncio quando é introduzido na Câmara de Reflexão, permanecendo sozinho e ladeado por símbolos, palavras e frases, estimulado a pensar e a penetrar no fundo do seu interior. No silêncio da meditação, vai ao encontro de si mesmo, examinando minuciosamente o que lhe vai na alma. É então confrontado com a sigla Vitriol (Visita Interiora Terrae, Retificandoque, Invenies Occultum Lapidem), que na sua tradução para português significa: "desce ao interior da terra, e perseverando na rectidão, poderás encontrar a pedra oculta".
Após toda a cerimónia de iniciação, o candidato profano transforma-se em recipiendário silêncioso, o recém iniciado assume o papel do hermetista, ou do alquimista na sua busca incessante da Pedra Filosofal, que uma vez descoberta, o transformará no homem perfeito. Este é o sentido que o maçom busca quando luta para transformar a sua Pedra Bruta na Pedra Cúbica, que poderá utilizar e encaixar perfeitamente na construção do seu novo Templo interior.
O conselho "lege, lege, relege, ora, labora et invenies", que significa lê, lê, relê, ora, trabalha e encontrarás, era dado ao eleito para conhecer e assimilar os mistérios da Alquimia. Hoje, continua sendo este o conselho dado ao iniciado. O maçon afasta lentamente todas as suas paixões, os seus vícios, os seus desejos incontroláveis, para vê-los transformarem-se em virtudes, domínio de si mesmo, tolerância e prudência, alcançadas no silêncio e na introspecção. O iniciado reconhece como fundamentais, as palavras "Vigilância e Perseverança" nas metodologias do seu estágio de observação. Quem fala muito pensa pouco, ligeira e superficialmente, e a Maçonaria quer que seus membros sejam melhores pensadores do que faladores.
Todo este processo pretende, na sua essência, preparar e induzir ao Aprendiz a necessidade da reflexão como método de transformação interna. Embora indirectamente, é possível estabelecer vários paralelismos e interacções com o Catecismo do 1º grau, nomeadamente:
  • Quando o Aprendiz afirma vir “vencer as suas paixões, submeter a sua vontade e realizar novos progressos na Maçonaria”, logo seguido de “Porque um Maçon deve desafiar-se a si próprio e evitar juízos de valor antes de consultar a sabedoria dos irmãos”. O silêncio proporciona-lhe um método de progressão e impõe-lhe uma prática de reflexão que o levará a ponderar os seus juízos de valor em função de conhecimentos que deve reconhecer como mais profundos.
  • Na resposta “Antes queria ter a garganta cortada do que revelar os segredos que me foram confiados”, que pressupõe não só dedicação e respeito pela Ordem, mas também a capacidade de responder ou reagir após um processo de interiorização e valoração, que a pratica do silêncio poderá ajudar a tornar inconsciente e natural.
  • Na resposta “Porque todas as forças destinadas a desenvolverem-se utilmente no exterior devem primeiro concentrar-se em si mesmas”, em que claramente transparece a necessidade de um trabalho interior prévio em que o silêncio pode e deve ser uma peça fundamental.
Se mais não houvesse para aprender na Maçonaria, o ter conhecido o valor do silêncio e tudo aquilo que este me proporcionou, já teria valido a pena.
Partindo de um silêncio imposto, cujas motivações se fundamentam na sabedoria milenar do grupo e que constitui como que um tirocínio para o recém iniciado, passa-se para uma fase de utilização em termos interiores do silêncio, evoluindo finalmente para um estadio de admiração pelo silêncio em que a imposição se transforma em voluntariado que assim se transforma em sabedoria, fechando o círculo e preparando o iniciado para novas fases da sua evolução e do seu crescimento interior.
Prancha de A:.J:. (A:.M:.) em 27.04.6000

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Tronco da Viúva





Fé, Esperança e Caridade.



Escrito por Rui Bandeira


Pelo menos na Europa Continental, todas as Lojas maçónicas têm um Tronco da Viúva. O Tronco da Viúva não é mais do que um fundo de reserva de meios monetários destinado a acorrer a situações de necessidade de maçons, de viúvas e filhos menores de maçons já falecidos e, de forma geral, a acções de beneficência.

Os fundos do Tronco da Viúva são exclusivamente obtidos mediante donativos dos obreiros da Loja e seus visitantes ou mediante acções de angariação de fundos a ele destinados - leilões, iniciativas sociais, etc..

Os fundos do Tronco da Viúva, tal como os demais valores da Loja, ficam à guarda do Tesoureiro desta. Mas são separadamente contabilizados dos demais recursos da Loja e só podem ser usados para os referidos fins de auxílio ou beneficência. Os fundos do Tronco da Viúva só podem ser utilizados por decisão do Venerável Mestre ou do Hospitaleiro, Oficiais da Loja em que esta delega o encargo de bem analisar as situações que justifiquem a mobilização desses fundos. Pelo menos anualmente, o Hospitaleiro deve apresentar um sucinto relatório sobre a situação do Tronco da Viúva e a aplicação dos seus fundos.

Em algumas Lojas, pode também existir uma Comissão de Beneficência, encarregada de estudar as acções da Loja neste campo. No Regulamento Interno da Loja Mestre Affonso Domingues está prevista a existência de uma Comissão de Beneficência, constituída pelo Venerável Mestre, pelo 2.º Vigilante e pelo Hospitaleiro. Na prática, porém, a sua activação não tem sido necessária, pois a tradição da Loja de discutir abertamente em sessão de Loja todos os assuntos que a esta dizem respeito possibilita que todas as decisões importantes, neste como noutros campos, seja colectivamente apreciada perante o Venerável Mestre, em ordem a permitir-lhe a mais consensual decisão (ver o texto Decidir em Loja). No entanto, se entre sessões, o Venerável Mestre necessitar de tomar uma decisão urgente sobre assuntos de solidariedade, sabe quem deve, em primeira instância, consultar: o 2.º Vigilante e o Hospitaleiro, que consigo formam a Comissão de Beneficência. A estrutura existe, está prevista, só é accionada se e quando necessário. Felizmente não tem havido situações de urgência que impusessem uma decisão antes de debate em Loja, mas, se e quando houver, já se sabe como proceder.

A designação de Tronco da Viúva tem a ver com a lenda da construção do Templo de Salomão, que foi dirigida por um arquitecto, de nome Hiram Abiff, que, na Bíblia, é referenciado como filho de uma viúva de Tiro. Hiram Abiff é, desde tempos imemoriais, o protagonista de uma alegoria que constitui o cerne da moralidade maçónica, a tal ponto que os maçons, nele se revendo, designam-se a si próprios por Filhos da Viúva. Alegoricamente, nos tempos modernos, a Viúva será a Maçonaria, em especial na sua vertente de solidariedade e beneficência. O Tronco da Viúva é, pois, um dos alicerces da Maçonaria, o reservatório dos bens que lhe possibilitam despender fundos em acções de solidariedade e beneficência. É alimentado pelos seus filhos, os Filhos da Viúva, os maçons.

Externamente, e em cumprimento do comando da moral maçónica de que as acções de beneficência devem ser praticadas discretamente, um maçon ou uma Loja Maçónica nunca revelam ou comentam ou divulgam quanto foi dado para esta ou aquela acção, com quanto se contribuiu para aliviar a necessidade desta ou daquela pessoa. Isso é matéria que só interessa a quem disponibiliza a ajuda e a quem a recebe. A regra é simples e não tem de ser mais específica: em cada momento, deve dar-se o que se pode e seja preciso. Nem menos, nem mais.

A Loja Mestre Affonso Domingues procura manter, se possível, uma reserva mínima para poder acorrer a uma urgente necessidade de um Irmão, de uma viúva ou de um filho menor de um maçon falecido. Mas também nunca tem grande entesouramento no seu Tronco da Viúva. Não faz sentido guardar de mais, deixando necessidades que se podem aliviar sem alívio... Enfim, o Tronco da Viúva da Loja Mestre Affonso Domingues está sempre em equilíbrio instável... Nem demasiado leve (excepto quando tal for necessário), nem demasiado pesado. E é assim que o queremos!












quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Exemplo






Mesmo que não saibas,
és exemplo para alguém.

EXEMPLO

Mesmo que não saibas, és exemplo para alguém.

Sempre existem pessoas que estão observando os teus atos, mesmo os equivocados, e se afinam com eles.

Desse modo és responsável, não só pelo que realizes, como também, pelo que as tuas idéias e atitudes inspirem a outros indivíduos.

Os ditadores e arbitrários, a sós, nada conseguiram fazer, não fossem aqueles que pensam de igual modo e os apóiam.

Assim também, a obra do bem faleceria, se não houvesse pessoas que se lhe vinculassem com sacrifício e amor.

Cuida do que fales e realizes, ensejando seguidores que se edifiquem e ajam corretamente.

Joanna de Ângelis
Extraído de "Vida feliz".


Fonte: http://jejp.blospot.com.br