quinta-feira, 30 de junho de 2011

Egrégora da Loja


Egrégora da Loja



O Vinculo existente entre a Loja e o Maçom.

Ir. Luiz J. Muller.


Palavras Principais-


- Principio do Mentalismo.
- Egrégora.
- Loja
- Sintonia.

Segundo o Caibalion,(1). O Cosmo( 2) é regido por determinadas Leis, que envolvem todo o tipo de conhecimento e suas externalizações, como o processo da vida por exemplo. Dentro de tais regras, tidas como absolutas, existem duas.
O Principio do Mentalismo- Onde por definição se toma, “O TODO É MENTE, O UNIVERSO É MENTAL”. Este principio contem a verdade que Tudo é Mente. Explica que O TODO ( que é a realidade substancial que se oculta em todas as manifestações e aparências que conhecemos sob o nome de Universo Material, Fenômenos da Vida, Matéria, Energia numa palavra, sob tudo o que tem aparência aos nossos sentidos), é Espírito é Incognoscível e Indefinível em si mesmo, mas pode ser considerado como uma MENTE VIVENTE INFINITA e UNIVERSAL. (3)
Outro principio já remonta a palavra Egrégora. Do grego “ Egregoroi”(4), que designa o somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas quando se reúnem com qualquer finalidade.
As Egrégoras são esferas (Concentrações) de energias comuns. Quando varias pessoas tem um mesmo objetivo comum, sua energia se agrupa e se arranja numa Egrégora . Este é um conceito Místico-Filosófico com vínculos muito próximos à teoria das Formas-Pensamento, aonde todo o pensamento e energia gerada têm existência, podendo circular livremente pelo Cosmo.
A eterna busca da Maçonaria, é a lapidação da pedra bruta. Isto é, fomentar os bons costumes e as virtudes. Esta busca, é feita na grande escola da vida, no convívio com os outros, onde podemos exercitar as orientações dadas em loja.
Como a loja (o Templo, o prédio não o ser humano) pode ser considerada de certa maneira um ser “Vivo”, pois possui uma egrégora de energia dos trabalhos realizados em seu interior, mais a PODEROZA egrégora da Maçonaria .
Pode ser acessada através do principio do mentalismo. Ao qual o Irmão através de pedido para “si”(5) mesmo e Concentração “Cria” uma ponte, um canal e sintoniza com tal egrégora. Independente do espaço ou distancia em que a mesma se encontra.
Este vinculo mental lhe trará, todas as virtudes e energias de que necessita durante o dia. Esta pratica corrobora para o vinculo do individuo com a instituição. E o interessante neste tipo de ligação é que os dois pontos em sintonia tem a ganhar, pois os dois se fortalecem e estabelecem parâmetros para um desenvolvimento mais acentuado e bilateral.
Conclui-se que, toda loja possui um corpo mental, chamado egrégora. E esta pode e deve ser acessada conforme a disponibilidade do individuo através do conhecimento do principio do mentalismo. E esta cria um vinculo que rompe o tempo e espaço, quando uma ponte é criada entre as duas extremidades as energias tanto de um como de outro tendem a se Harmonizar (6).

1- Caibalion – Obra de preceitos Herméticos do Mundo Antigo. Trimegistrus, Hermes.
2- Cosmo- Palavra criada por PITÁGORAS para definir todas as manifestações.
3- O principio do mentalismo é muito amplo, cabendo neste artigo, mais como esclarecimento da existência de um plano mental. Um estudo aprofundado deste principio posteriormente será realizado.
4- Egrégora – Wikipedia, enciclopédia Virtual.
5- “Si” - neste caso refere-se ao EU SOU, que seria a Chispa de Luz guardada dentro de cada individuo.
6- Harmonizar – Combinação perfeita entre coisas ou seres distintos.



Luiz Muller

Fonte: Templo Maçonico

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Primeiro Landmark


Loja Maçônica Branca Dias - João Pessoa-PB.


Primeiro Landmark


 
A Maçonaria é uma fraternidade iniciática que tem por fundamento tradicional a fé em Deus, Grande Arquiteto do Universo.

Este primeiro Landmark define a essencialidade da Ordem Maçônica.

O seu texto esclarece, mostra, as quatro características fundamentais da Maçonaria: a Maçonaria é uma fraternidade; é iniciática; baseia-se na tradição; baseia-se na fé no Criador.

A Maçonaria é uma fraternidade, isto é, é uma instituição em que as relações internas entre os seus membros se processam similarmente às relações entre irmãos. Sendo uma fraternidade, tem como pressuposto essencial a Igualdade entre os seus membros, a qual não é prejudicada por eventuais e transitórios estatutos conferidos a algum membro. Numa família, os irmãos mais novos devem reconhecer o maior desenvolvimento do irmão mais velho, pela simples razão de o ser e, portanto, ter tido oportunidade de viver mais e de aprender mais, mas tal não obsta a que todos os irmãos tenham um estatuto essencial de igualdade. Até porque, há seu tempo, todos chegarão à idade adulta e todos serão autônomos. Assim na Maçonaria, embora existam graus (Aprendiz, Companheiro e Mestre), em razão da diferente evolução, decorrente da diferente antiguidade, dos seus membros, tal não ofusca a igualdade fundamental entre os maçons, independentemente do seu grau, por isso que todo o Aprendiz pode, há seu tempo, chegar a Companheiro, todo o Companheiro pode, na sua altura, elevar-se a Mestre e todo o Mestre deve ter a consciência de que é e será sempre um Aprendiz na tarefa do seu aperfeiçoamento. A fraternidade pressupõe ainda a plena Liberdade de relacionamento entre os seus membros. Todos podem e devem dar o seu contributo, a sua opinião, a sua razão e os contributos, as opiniões, as razões de todos e de cada um, livremente expressas, são importantes para a deliberação final, resultante dos contributos e dos argumentos de todos, por todos sopesados e analisados.

A Maçonaria é iniciática, isto é, os conhecimentos (os mistérios...) que cada um adquire são faseadamente obtidos, requerendo-se uma iniciação num determinado nível de conhecimentos para ser possível passar ao nível seguinte. Decorre tal fato de a Maçonaria não ser, em rigor, ensinada, antes ser aprendida, ou seja, cada um, pela observação, pelo raciocínio, pela informação que obtém vai tirando as suas conclusões e cada conclusão a que chega é um patamar, um ponto de partida para novas observações que é agora capaz de fazer, novas informações que pode agora processar, novos raciocínios que a sua inteligência pode então efetuar, e assim chegar a novas conclusões e... Recomeçar o processo. Iniciativa também porque, assim sendo, dependendo o Conhecimento obtido de um indispensável trabalho individual, não é possível transmiti-lo integralmente a quem não tenha efetuado esse trabalho (eis, assim, a essência, do "famoso" segredo maçônico...).

A Maçonaria fundamenta-se na Tradição. Os nossos antecessores efetuaram suas observações, seus raciocínios, seus estudos, com isso chegaram a suas conclusões e com elas efetuaram seus trabalhos, que legaram a seus sucessores. Estulto seria repetir indefinidamente sempre os mesmos esforços, não aproveitando o patrimônio de base constituído pelos resultados dos trabalhos legados pelos antecessores (rituais, normas de funcionamento e de comportamento, bases de interpretação simbólica, otimização de organização, etc.). Todo esse rico acervo, muito dele oralmente transmitido ou pessoalmente observado, de geração em geração constitui um precioso patrimônio para o maçom que, trilhando o caminho aberto por seus antecessores, sem necessidade de o desbravar ou desmatar, por ter esse trabalho sido já feito, pode, se for diligente, se for constante, se tiver vontade para tal, ir um pouco mais longe e desbravar mais um pedaço de caminho, que constituirá o seu legado para os vindouros. Todo esse acervo constitui a Tradição maçônica, que se respeita, que se observa, que se transmite, não por ser Tradição mas por ser o fruto do trabalho de gerações passadas que enriquece as gerações presentes e que temos obrigação de transmitir às futuras.

Finalmente - e os últimos são os primeiros, assim diz o Povo... - a Maçonaria Regular baseia-se na fé no Criador que, na nossa cultura é chamado de Deus e, para que se possa atender a todas as culturas e religiões, os maçons chamam de Grande Arquiteto do Universo. Sem essa fé, sem essa crença, o trabalho de aperfeiçoamento do maçom seria vão e sem sentido. Não é o animal homem que beneficia desse trabalho é a sua centelha divina, o Espírito recebido através do sopro de Vida conferido pelo Criador, que beneficia desse trabalho e desse aperfeiçoamento, na medida em que dele resulta o melhor auto-conhecimento de quem o efetua, a consciência integral de si, em todas as suas dimensões e a noção da integração num Valor muito mais vasto, que dá sentido à nossa existência, à nossa passagem por este mundo e ao fim dela. Sem esta fé, sem esta crença, pode-se ser bem intencionado, pode-se procurar melhorar a Sociedade, pode-se ser justo e bom, pode-se intitular de maçom, mas não se é Maçom Regular, por falta da essencial dimensão espiritual inerente a essa condição.

Rui Bandeira




terça-feira, 28 de junho de 2011

"INVENCÍVEIS OS QUE SE UNEM PARA O BEM"

G. Washington - exemplo de verdadeiro maçom.

Parábola do Ratinho*



Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro a abrir um embrulho e começa a lamber os beiços a pensar na comida que haveria ali. Quando descobriu que afinal era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu para o pátio da fazenda e anunciou a todos os animais:

- Há uma ratoeira na casa, há uma ratoeira na casa!!

A galinha respondeu:

- Desculpe-me Senhor Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.

O porco, enfadado por lhe terem interrompido a soneca disse:

- Desculpe-me Senhor Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranqüilo que o Senhor será lembrado nas minhas orações.

A vaca, por sua vez, ironizou:

- O quê? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não! Você já viu o meu tamanho Senhor Rato?

O rato voltou para casa abatido, mas com a atenção redobrada para evitar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se o barulho da ratoeira pegando a vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver se o rato tinha sido apanhado. No escuro, não viu que a ratoeira tinha pegado a cauda de uma cobra venenosa que a picou...

O fazendeiro levou-a imediatamente ao hospital, de onde regressou a arder em febre. Seguindo as instruções do médico, preparou uma canja de galinha. Pegou no cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. ..

Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.

A mulher não melhorou e acabou por falecer. Muita gente veio para o funeral e o fazendeiro viu-se obrigado a sacrificar a vaca, para alimentar todo aquele povo.

Espreitando pelo buraco da parede, o ratinho assistiu a todas estas cenas...

Na próxima vez que ouvir dizer que alguém está diante de um problema, não seja tão lesto a dizer que não é nada consigo.
Lembre-se desta história...



P.S.: alerta!

A MAÇONARIA É RADICALMENTE CONTRA A VIOLÊNCIA E A CORRUPÇÃO.

Falam, falam, falam, mas não fazem nada. Refiro-me, obviamente, ao CRESCIMENTO DA CRIMINALIDADE EM NOSSA CIDADE E EM NOSSO PAÍS.

VAMOS COLABORAR EM DEFESA DE UMA SOCIEDADE MAIS SAUDÁVEL E FELIZ. AJUDEMOS AOS GOVERNANTES E AUTORIDADES PÚBLICAS.
ESTAMOS EMPENHADOS EM MUDAR O RUMO DAS INVERSÕES DOS VALORES MORAIS ORA EM VOGA.
O FUTURO DE NOSSOS JOVENS DEPENDE DE NOSSA CONTRIBUIÇÃO. SOMOS RESPONSÁVEIS PELA IMPLANTAÇÃO DA DECENCIA E DA ORDEM DOS QUE TRABALHAM.
ACREDITAMOS QUE AS AUTORIDADES DE NOSSO BRASIL SEJAM COMPETENTES E HONESTAS NO SUBLIME CUMPRIMENTO DO DEVER.

QUE O GADU NOS ABENÇOE E FORTALEÇA NA PRÁTICA DO BEM.
SEJAMOS ESPERTOS, SEJAMOS MAÇONS.
SFU A TODOS.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

DECLARATION DE PRINCIPES DE LA GRANDE LOGE DE FRANCE



Déclaration de principes



DECLARATION DE PRINCIPES DE LA GRANDE LOGE DE FRANCE

(décembre 1953)

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- I -

La Grande Loge de France travaille à la Gloire du Grand Architecte de l’Univers.

- II -

Conformément aux traditions de l’Ordre, trois Grandes Lumières sont placées sur l’autel des Loges : l’Équerre, le Compas et un Livre de la Loi Sacrée. Les Obligations des Maçons sont prêtées sur ces trois Lumières.

- III -

La Grande Loge de France proclame son indéfectible fidélité et son total dévouement à la Patrie.

- IV -

La Grande Loge de France et ses Loges ne s’immiscent dans aucune controverse touchant à des questions politiques ou confessionnelles. Pour l’instruction des Frères, des exposés sur ces questions, suivis d’échanges de vues, sont autorisés. Toutefois, les débats sur ces sujets, ne doivent jamais donner lieu à un vote, ni à l’adoption de résolutions, lesquels seraient susceptibles de contraindre les opinions ou les sentiments de certains Frères.

- V -

En ce qui concerne les principes autres que ceux définis ci-dessus, la Grande Loge de France se réfère aux Anciens Devoirs, notamment quant au respect des traditions de la Franc-maçonnerie et quant à la pratique scrupuleuse et sérieuse du Rituel et du Symbolisme en tant que moyens d’accès au contenu initiatique de l’Ordre.

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Copyright GLDF

Quelques mots d’explication.

- I -

Sur le Grand Architecte de l’Univers : un principe et un symbole .

La Grande Loge de France n’exige pas de ses membres la croyance en « Dieu et sa volonté révélée » comme le font d’autres obédiences.

Elle fait référence en revanche à un principe créateur / organisateur de l’univers, que la langue du 18ème siècle a appelé « Grand Architecte de l’Univers », et que l’on a conservé sous cette forme pour respecter les textes fondateurs de la maçonnerie traditionnelle.

Le principe.

Il est assimilable à ce que les scientifiques qualifient aujourd’hui de « principe d’unité du monde physique, et qui fait que cet univers tient ensemble et se soutient, en dépit des forces opposées qui le traversent ».

La Grand Architecte de l’Univers n’est donc pas pour les FM de la GLDF une définition anthropomorphique, théologique ou religieuse, mais un principe dont la référence manifeste leur intérêt pour une démarche de construction de sens, en dehors de l’affirmation des seules valeurs intellectuelles ou éthiques, ouvrant ainsi la voie à une recherche et une construction spirituelle libre, non religieuse, non dogmatique et non autoritaire.

Le symbole.

Mais dans le souci permanent du respect de la liberté de conscience, la GLDF laisse la possibilité à chaque FM de la GLDF de sublimer ce principe en un symbole de son choix et de sa sensibilité, par définition librement interprétable dans son for intérieur : il peut devenir alors le symbole transcendant ou immanent de sa religion – et ceci sans exclusive - en s’interdisant toutefois de vouloir contraindre la conscience des autres membres à se plier à son propre choix.

La liberté de conscience préservée .

Cette démarche affirme ainsi une fois de plus le respect de liberté de conscience dont bénéficie chaque membre de la GLDF et la volonté de l’inscrire dans un projet de contribution à l’émancipation progressive et pacifique des êtres humains par delà les formes religieuses ou idéologiques particulières.

- II -

Sur l’autel des serments

L’Équerre, le Compas et un Volume de la Loi Sacrée composent ce que l’on appelle les Trois Grandes Lumières de la Maçonnerie de Tradition. Ils se trouvent placés sur l’autel des serments et sont symboliquement ouverts et fermés au début et à la fin des travaux pour marquer la nécessaire mais provisoire rupture avec le monde profane.

Ces symboles placent d’emblée la prestation de serment des FM de la GLDF dans la triple dimension de la rationalité, de la spiritualité et de l’éthique qui caractérisent le Rite pratiqué en GLDF.

Ce sacré souligne l’importance du serment maçonnique, son caractère intangible et inviolable.

Ils signifient également, par leur association dynamique, (les trois à la fois) que cette dimension sacrée n’est pas confondue avec le sacré d’une religion particulière, car ce Volume est considéré dans son association avec l’équerre et le compas, comme le symbole d’une Tradition et d’une culture et non celui d’une référence théologique.

Il s’agit une fois encore de préserver en ce domaine la liberté de conscience de chacun de ceux qui s’engagent en GLDF et de les encourager à construire des relations humaines tolérantes et respectueuses de la diversité des cultures et des civilisations.

- III -

Sur la Patrie.

L’obédience manifeste ici clairement son attachement aux valeurs de Liberté, Égalité, Fraternité qui fondent la Nation française et dont la Patrie est une figure au nom de laquelle, au cours de l’histoire, certains – Maçons et non Maçons - ont fait le sacrifice de leur vie.

Fondé sur des valeurs d’émancipation ce patriotisme ne saurait être confondu avec un nationalisme agressif qui voudrait s’imposer aux autres nations. Pas plus qu’il ne saurait accepter des valeurs, non-conformes à ces principes de liberté, et que l’on voudrait lui imposer de quelque façon que ce soit.

- IV -

Sur les controverses politiques et / ou confessionnelles.

La Grande Loge de France et ses Loges considèrent que les controverses politiques ou religieuses n’ont pas leur place dans les travaux en Tenue afin de préserver la volonté de l’institution d’être un centre d’union entre les hommes.

Pour autant, et dans un but pédagogique, elles n’interdisent pas les exposés et débats sur ces questions, refusant en revanche de les conclure par des votes ou des prises de position qui contraindraient la conscience religieuse ou citoyenne des Frères.

Il va de soi que dans le monde profane chaque Frère de la GLDF est libre de participer activement à la vie politique ou d’assumer un engagement religieux – et beaucoup le font - en respectant les principes fondamentaux de respect et de liberté des êtres humains, excluant ainsi par définition les extrémismes politiques ou religieux.

- V -

Sur la Tradition et les Anciens Devoirs

Cette référence situe bien la Grande Loge de France dans le respect des principes de la Franc-maçonnerie traditionnelle, qui ne veut en aucun cas se réduire à une dimension philosophique, idéologique, scientifique ou religieuse, mais comme une démarche initiatique ayant son périmètre spécifique d’intelligence, non assimilable par aucune autre forme culturelle.

Fonte: LA GRANDE LOGE DE FRANCE 


































































































domingo, 26 de junho de 2011

O Futuro Maçom


O Futuro Maçom

 
Preparemos homens para a Maçonaria e não Maçonaria para os homens!

A Maçonaria não discrimina qualquer pessoa, por causa de sua opção religiosa. Nossa Ordem sabe que assim o fazendo ela se torna uma instituição de regeneração da alma humana, independentemente do credo religioso, de raças, de condições sociais de seus integrantes, numa grande confraternização em todo o mundo.

Quando alguém é proposto para Iniciação, nossa Sublime Instituição exige que a vida, passada e presente do Candidato seja levantada com zelo e cuidado, procurando descobrir se o identifica no mundo profano, pela sua autoridade moral, pela sua dignidade, pela sua decência, correcção, decoro, pontualidade nos seus compromissos, pelo seu respeito à própria família e à família de outrem, pela sua humildade e coragem, que lhe dão personalidade marcante, estado de consciência que o tornará um autêntico obreiro da paz, do amor, da solidariedade.

A Maçonaria sempre teve a estimulá-la, os objectivos e causas humanitárias, nobres e sensibilizadoras. No Brasil lutou inicialmente pela nossa Independência. Proclamada esta, voltou-se para a sua consolidação. Mais tarde passou a lutar pela abolição da escravatura elaborando praticamente, todas as Leis que pavimentaram o “13 de Maio”, com a Proibição do Tráfico, a Lei do Ventre Livre, a Lei dos Sexagenários, todas elas elaboradas e votadas sob suas influências.

Voltou-se mais tarde para a proclamação da República, tendo sido os dois primeiros ministérios, o de Deodoro e o de Floriano Peixoto formados inteiramente por Irmãos Maçons.

Hoje, a Maçonaria é Universal e os Maçons devem voltar suas preocupações para o Homem de todas as pragas. Não se limita a resolver, apenas, problemas de seus Irmãos de Loja ou de sua comunidade, mas colabora intensamente para a construção de um mundo melhor. E isto acontecerá quando tivermos Fé na grandeza de nossa missão. Quando partirmos à prática de uma Maçonaria mais abrangente, completa, onde a Fraternidade for praticada dentro e fora do Templo, onde o Irmão for tanto ou mais valorizado que o amigo profano.

Sabemos que a Maçonaria não é Instituição de Caridade. Ela praticará a Beneficência enquanto houver necessidade, mas, sua missão, pela garantia da Liberdade e da Igualdade, é dar aos homens condições decentes de vida. Assim, amanhã, quando o mundo for mais justo, a Maçonaria não perderá sua razão de ser, por não ter mais beneficência a praticar.

A Iniciação só é possível na vontade e na determinação de cada um em nascer para o mundo da verdade, da tolerância, da sabedoria, da fraternidade e do amor. A Iniciação é um redireccionamento de nosso espírito na caminhada que nos poderá tornar mais merecedores das bênçãos e da luz do Grande Arquitecto do Universo.

Quando somos Iniciados Maçons, nossa Ordem sonda nossa alma, nosso carácter, nosso coração e nossa inteligência, procurando saber se somos realmente livres. Livres de preconceitos, da preguiça de trabalhar ou de procurar a verdade. A Maçonaria não nos impõe sua verdade. Ao contrário, concita-nos a investigá-la, pois, sabiamente, nossa Instituição entende que cada um de nós procura a sua verdade pessoal.

Julga-se membro de uma corrente espiritual desejosa de fazer a todos felizes. Nesse sentido começa a observar objectivos definidos, sonhos a serem concretizados, alvos a serem atingidos, para justificar a razão de suas reuniões, basta constatar mais de perto a multidão de desamparados que agoniza, miseráveis sem sorte, sem teto, doentes e esquecidos que tropeçam e caem, gemem de dor sem a escora de alguém; o morador de rua na vastidão da noite que recebe por leito o chão de cimento frio da calçada de ninguém. Mais adiante, fila de doentes em torturante espera, implorando socorro pelo mal que os atormenta, recolhendo somente a dor que os dilacera. E os dependentes do álcool e das drogas que nem sabem explicar o mal que os consome. E nas veredas da vida, aquela multidão sem fé, sem apoio, sem nome, que em penúria implora um trocado para matar a fome. Se confiar em Deus, caríssimo Irmão, trabalhe, sirva, jamais censure o que padece.

Somos todos convidados a auxiliar quanto podemos. A conduta recomendada que apraz ao Grande Arquitecto do Universo é a caridade cheia de amor que procura o infeliz, que o reergue sem humilhá-lo. O verdadeiro Maçon se reconhece por suas obras. O valor social do homem se mede pelo grau de utilidade que ele representa na sociedade. Procuremos as oportunidades de acção que nos propiciem o prazer de auxiliar a alguém, de ajudar uma boa causa.

Consideremos todas as criaturas como irmãs. Partilhemos o sofrimento de nossos semelhantes, respeitando-lhes sempre a maneira de vida e o modo de ser. Veja que é fácil verificar que existem na nossa Ordem, inúmeras oportunidades de servir, de trabalhar.

Todos os que agem com amor, que sabem respeitar seus semelhantes e que se compadecem de seus sofrimentos, merecem o reconhecimento da Maçonaria. São verdadeiros filhos do Grande Arquitecto do Universo que vieram atestar a suprema bondade do Criador.

O verdadeiro objectivo da Maçonaria é a busca da Verdade, quer no sentido filosófico, quer no sentido religioso. Para o Maçom, a investigação da Verdade é contínua, é algo que começa com a sua entrada em Loja como Aprendiz, mas não acaba quando atingiu os Graus mais elevados.

A essência doutrinária maçónica é apoiada na razão. A razão é a “liberdade do pensamento” que elabora o conhecimento, após momentos de meditação. A Maçonaria, que é filosoficamente eclética, usa a razão com equilíbrio, aliando-a ao significado esotérico dos símbolos. O símbolo quer dizer o que conduz. É uma forma sábia de transmitir ensinamentos, levando o indivíduo ao esforço de entendê-lo por si mesmo. Por isso, sabemos que quem traz ganha; quem vem apenas buscar, perde. Se trabalharmos, merecemos um salário. (Sendo os maçons obreiros alegóricos da construção do Templo da Verdade, da Ciência e da Razão, o salário é pago por meio de novos conhecimentos que visam o aperfeiçoamento gradual do Maçom, não se tratando, pois, de salário material, mas de sua instrução iniciática). Não é por acaso que os Maçons são chamados de Obreiros.

O trabalho na Maçonaria exige maior dedicação e comprometimento de todos os que assumiram responsabilidades, impondo renúncias que muitas vezes sacrificam o convívio familiar e outras relações sociais. No entanto, é uma grande oportunidade de trabalho, crescimento espiritual e pessoal, pois, à medida que lidamos com as dificuldades que o trabalho maçónico exige, vamos estabelecendo relacionamentos cada vez mais fraternos, desenvolvendo habilidades e atitudes que nos tornam pessoas melhores e mais felizes. Não podemos deixar de levar em consideração que o cumprimento de um dever, cria a possibilidade de níveis mais altos de integração, dos quais somos os maiores beneficiados.

A Loja é simbolizada por uma Colmeia, sendo o Avental Maçónico, do labor, pois lembra que um Maçon deve ter sempre uma vida activa e laboriosa. O Maçon assíduo aos seus trabalhos é digno de receber o Salário Maçónico, como um direito a quem se faz jus. Porém, a máxima franciscana do que é dando que se recebe deve servir de norma para o maçom.

O Candidato deve ser persuadido com razões, argumentos e fatos que a Maçonaria o levará a conquistar a paz interior, para adquirir confiança em si próprio, para beneficiar sua família ante as vibrações de Paz e de Amor. Ele nunca se atreverá a usar nossa Instituição para ludibriar a quem quer que seja ou para tirar proveito pessoal imerecido de qualquer coisa. Deve ser cientificado de que somos uma grande família e que a convivência harmoniosa entre membros da Irmandade tem um papel importante na formação do Maçom.

Prestamos um juramento de modo livre, sem coação, de combatermos a ignorância, os erros, a injustiça e de glorificarmos o amor, a justiça, o direito e a verdade.

Procuremos conhecer a nossa Doutrina. Pratiquemo-la e estaremos servindo a Deus, ao homem, descortinando a Verdade e construindo a Justiça.

Respeitemos as diferenças individuais. Convençamo-nos da impossibilidade da uniformidade, mas busquemos a Unidade. Dos menores serviços comunitários aos grandes movimentos nacionais e mundiais, sempre visando o bem-estar comum, juntos estaremos em perfeito sincronismo, acreditando nos nossos ideais maiores.

Preparados interiormente provaremos que fomos, somos e seremos a força da paz e da harmonia. Na escuridão nasce a esperança de uma nova Luz na luta pelo Conhecimento, pela Solidariedade que devem ser a constante preocupação dos “homens livres e de bons costumes”.

Valdemar Sansão – M:. M:.



sábado, 25 de junho de 2011

A Arma Infalível


AMAR


A Arma Infalível

Certo dia, um homem revoltado criou um poderoso e longo pensamento de ódio, colocou-o numa carta rude e malcriada e mandou-o para o chefe da oficina de que fora despedido.

O pensamento foi vazado em forma de ameaças cruéis.

E quando o diretor do serviço leu as frases ingratas que o expressava, acolheu-o, desprevenidamente, no próprio coração, e tornou-se furioso sem saber porque. Encontrou, quase de imediato, o subchefe da oficina e, a pretexto de enxergar uma pequena peça quebrada, desfechou sobre ele a bomba mental que trazia consigo.
Foi a vez do subchefe tornar-se neurastênico, sem dar o motivo. Abrigou a projeção maléfica no sentimento, permaneceu amuado várias horas e, no instante do almoço, ao invés de alimentar-se, descarregou na esposa o perigoso dardo intangível.
Tão-só por ver um sapato imperfeitamente engraxado, proferiu dezenas de palavras feias; sentiu-se aliviado e a mulher passou a asilar no peito a odienta vibração, em forma de cólera inexplicável. Repentinamente transtornada pelo raio que a feriara e que, até ali, ninguém soubera remover, encaminhou-se para a empregada que se incumbia do serviço de calçados e desabafou.
Com palavras indesejáveis inoculou-lhe no coração o estilete invisível.

Agora, era uma pobre menina quem detinha o tóxico mental. Não podendo despejá-lo nos pratos e xícaras ao alcance de suas mãos, em vista do enorme débito em dinheiro que seria compelida a aceitar, acercou-se de velho cão, dorminhoco e paciente, e transferiu-lhe o veneno ponderável'>imponderável, num pontapé de largas proporções.
O animal ganiu e disparou, tocado pela energia mortífera, e, para livrar-se desta, mordeu a primeira pessoa que encontrou na via pública.
Era senhora de um proprietário vizinho que, ferida na coxa, se enfureceu instantaneamente, possuída pela força maléfica. Em gritaria desesperada, foi conduzida a certa farmácia; entretanto, deu-se pressa em transferir ao enfermeiro que a socorria a vibração amaldiçoada. Crivou-se de xingamentos e esbofeteou-lhe o rosto.
O rapaz muito prestativo, de calmo que era, converteu-se em fera verdadeira. Revidou os golpes recebidos com observações ásperas e saiu, alucinado, para a residência, onde a velha e devotada mãezinha o esperava para a refeição da tarde. Chegou e descarregou sobre ela toda a ira de que era portador.

- Estou farto! - bradou a senhora - é culpada dos aborrecimentos que me perseguem!
Não suporto mais esta vida infeliz! Fuja de minha frente ! ...
Pronunciou terríveis. Blasfemou. Gritou, colérico, qual louco.

A velhinha, porém, longe de agastar-se, tomou-lhe as mãos e disse-lhe com naturalidade e brandura:
- Venha cá, meu filho! Você está cansado e doente! Sei a extensão de seus sacrifícios por mim e reconheço que tem razão para lamentar-se.
No entanto, tenhamos bom ânimo!
Lembremo-nos de Jesus! ... Tudo passa na Terra. Não nos esqueçamos do amor que o Mestre nos regou ...

Abraçou-o, comovida, e afagou-lhe os cabelos!
O filho demorou-se a contemplar-lhe os olhos serenos e reconheceu que havia no carinho materno tanto perdão e tanto entendimento que começou a chorar, pedindo-lhe desculpas.
Houve então entre os dois uma explosão de íntimas alegrias. Jantaram felizes e oraram em sinal de reconhecimento a Deus.
A projeção destrutiva do ódio morrera, afinal, ali, dentro do lar humilde, diante da força infalível e sublime do amor.


Néio Lúcio








sexta-feira, 24 de junho de 2011

A Viagem


A Viagem

O aprendiz chegou ao recanto de antigo orientador da vida cristã e perguntou, em seguida às saudações costumeiras:
- Instrutor, posso acaso receber as suas indicações quanto ao melhor caminho para o encontro com Deus?
A resposta do mentor não se fez esperar:
- A viagem para o encontro com Deus é repleta de obstáculos por vencer... Espinheiros, precipícios, charcos e pedreiras perigosas...
Silenciando o interpelado, o moço prosseguiu:
- Isso tudo conheço... Já visitei vários templos da Índia, quando estive por vários dias na intimidade de faquires famosos, todos eles revestidos de faculdades supranormais; arrisquei-me a cair nos despenhadeiros do Tibet para conviver com os monges santos; orei na grande Pirâmide do Egito; demorei-me na Palestina, procurando registrar impressões da paisagem na qual Jesus viveu, no entanto, estou saciado de excursões à procura da Divina Presença...
O orientador escutou com humildade e esclareceu, em seguida:
- Sim, é verdade que todas essas peregrinações e práticas auxiliam na busca do Supremo Senhor, mas, ao que me parece, há um engano de sua parte...
E arrematou:
- A viagem para o encontro com Deus é para dentro de nós.


MARCOS CASTILHO ALEXANDRE - M.'.M'.



quinta-feira, 23 de junho de 2011

SILÊNCIO

Silêncio

SILÊNCIO



Platão disse uma vez aos seus discípulos: “Os homens e os vasos de terracota se conhecem do mesmo modo: os vasos, quando tocados, têm sons diferentes; os homens se distinguem facilmente pelo seu modo de falar”.

Na etimologia da palavra, silêncio vem de silentium, de silens (silere) que significa estar em repouso, tranqüilidade, descanso.

O pensamento do filósofo Iniciado oferece-nos uma excelente oportunidade para uma profunda reflexão. Nem sempre nos damos conta de como nos tornamos prisioneiros das palavras que proferimos. Por serem expressão do nosso pensamento, por traduzirem as idéias e os sentimentos, as palavras se tornam um centro emissor de vibrações, tanto positivas quanto negativas. A palavra é o elemento que identifica o Homem e é a síntese de todas as forças vitais; é o elemento que interliga todos os planos, do mais denso ao mais sutil. A palavra está intimamente ligada ao silêncio, outra sublime expressão da psique humana. No mundo profano a palavra - falada ou escrita - é usada indiscriminada e abusivamente. O Homem Utiliza a palavra por vezes como uma lança.

As palavras ofendem , humilham, magoam e denigrem a honra do próximo. Infelizmente por vezes “abusa-se” do uso das palavras, não só no mundo profano como também no Mundo Maçônico. Tal situação é inconcebível em um Irmão Maçom, pois no estudo dos símbolos ele aprende a refletir sobre o conteúdo oculto das palavras que, em última análise, refletem a essência interior do ser humano. Não é por acaso que a Ordem Maçônica reserva o silêncio aos seus membros, de acordo, aliás, com uma tradição Messiânica e mais recentemente Pitagórica.

A Escola Iniciática de Pitágoras tinha um sistema de três graus: o de Preparação, o de Purificação e o de Perfeição. O neófito no grau de Preparação, equivalente ao grau maçônico de Aprendiz, era proibido de falar; era só ouvinte e cumpria um período de observação de três anos, durante o qual a regra era calar e meditar (pensar) no que ouvia. No grau de Purificação, equivalente ao de Companheiro Maçom, o silêncio prolongava-se por mais dois anos, adquirindo este Irmão o direito de ouvir as palestras do Mestre. Assim, para atingir o grau de Perfeição, equivalente ao de Mestre Maçom, quando então os Irmãos podiam fazer uso da palavra, era necessário praticar o silêncio durante cinco anos. Nas reuniões maçônicas, sem dúvida, constitui uma prova de sabedoria saber ouvir e manter o silêncio. Chílon, um sábio da Grécia Antiga, quando questionado sobre qual a virtude mais difícil de praticar, respondia: “calar”. No mundo maçônico, a dimensão da palavra falada e escrita não é diferente.

Ao entrar em nossa Sublime Instituição encontramos, na ritualística, referências à sacralidade da palavra que, como meio de expressão dos pensamentos e dos sentimentos, deve ser sempre doseada, moderada, e deve espelhar o equilíbrio interno do orador. Em nossa Ordem, a palavra deve ser usada com ponderação e cautela empregada com um sentido de ensinamento e orientada apenas aquele que a consegue escutar. O silêncio, a meditação e o raciocínio, são a única via que leva à libertação das paixões. Além de exercitar a autodisciplina, em seu silêncio o Maçom apreende com muito maior intensidade tudo o que ouve e tudo o que vê. Assim, a voz do Irmão que se mantém em silêncio é a sua voz interior, quando ele dialoga consigo mesmo e, neste diálogo, analisa, critica, tira suas próprias conclusões e aprimora o seu caráter. Em suma, pelo silêncio, a Maçonaria estimula os Irmãos a desenvolver a arte de pensar, a verdadeira e nobre Arte Real...

O silêncio absoluto já não está conectado ao tempo; está para além dele.

A música nasce do silêncio e retorna ao mesmo. Existe um silêncio antes e depois, como o nascimento e a morte. O silêncio inicial é uma promessa ou ameaça. O silêncio terminal designa talvez o nada ao qual a vida retorna. O silêncio é ele mesmo Iniciação .

O silêncio é indispensável e decisivo no processo de lapidação da Pedra Bruta e no aperfeiçoamento do seu Templo Interior. Ao Bater três vezes á porta do Templo , trazendo consigo a liberdade total de expressão, sem as restrições que lhe impõem a moral e a razão, o novo Maçom aprende a controlar os seus impulsos, pela prática Messiânica do silêncio. Assim ele aprimora o seu caráter e prepara-se para ser um líder, numa sociedade na qual prevaleçam a Liberdade responsável, a Igualdade de oportunidades e a Fraternidade solidária.

Para os egípcios o poder do silêncio vai mais longe, personificando este em um Deus – Harpocrates, tornando assim a omissão da “palavra” num ato Poderoso de veneração poder e respeito.

Harpocrates è retratado sendo amamentado por Ísis ou por Hátor. Ambas amamentaram-no e criaram-no justamente para que pudesse vingar-se de seu tio Seth, o rei mau do Alto Egito que matara seu pai Osíris.

Também podia ser identificado com o deus-Sol que renascia a cada manhã, dissipando as trevas, sendo, então, mostrado a emergir de uma flor de lótus que flutua sobre as águas celestiais. Ele simbolizava o incessante renovar da vida, a eterna juventude, tudo aquilo que perpetuamente renasce devido às alternâncias da vida e da morte.

Num período mais tardio (c. 712 a 332 a.C.), essa divindade tornou-se bastante popular e aparecia representada como uma criança nua em pé sobre um crocodilo, tendo nas mãos cobras e escorpiões. Ficou, então, conhecido como um deus com poder de curar as pessoas que tivessem sido mordidas por cobras ou picadas por escorpiões. Ainda podia personificar segundo alguns autores, os germens que começam a brotar, já que seu pai era uma divindade agrária, ou o Sol debilitado do inverno.

Entretanto, Plutarco afirma: "Não se deve imaginar que Harpócrates seja um deus imperfeito em estado de infância, nem grão que germina. Assenta melhor considerá-lo como o que retifica e corrige as opiniões irreflexivas, imperfeitas e truncadas no concernente aos deuses, e tão difundidas entre os homens. Por isso, e como símbolo de discrição e silêncio, esse deus aplica o dedo sobre os lábios."

Se usares da palavra, faz com o coração, em silêncio...

Desaprendemos o valor do silêncio e fazemos de tudo para preenchê-lo – nem que seja com discursos vazios. Ter discernimento ao falar e aprender a calar são, mais que uma meta, um caminho para a paz interior. -- Lao Tzu

Tenho dito!



Ricardo Jorge, M.’.M.’.
GOB - Brasil




quarta-feira, 22 de junho de 2011

A Maçonaria e a Igreja

Inocência

A Maçonaria e a Igreja

1-Introdução



Embora não me considere a pessoa mais indicada para a desenvolvê-lo, julgo ser este um tema privilegiado para a elaboração de um trabalho, dado que provoca grande interesse tanto dentro como fora da Maçonaria.



Analisando a questão concluí que podemos partir de duas afirmações que parecem inquestionáveis, são elas:

• A Maçonaria foi muito próxima da igreja e da religião;

• Hoje a Maçonaria está muito distante das igrejas, mas, na grande maioria das lojas, ainda está próxima da religião.

Estas duas afirmações sugerem uma pergunta:
- Por que este processo de distanciamento se deu?



Ao pesquisar o tema deparamo-nos facilmente com manifestações agressivas contra a Maçonaria emitidas por clérigos, religiosos e simpatizantes. Nestas circunstâncias nos ocorre uma segunda questão: - Qual o motivo desta agressividade para com a Maçonaria?



Foi com o objetivo obter alguma luz sobre estas duas questões que este trabalho foi escrito.





2-A Origem da Maçonaria: Próxima da Igreja



As referências

Qualquer um que tenha prestado mínima atenção aos ritos maçônicos perceberá com facilidade a grande quantidade de referências bíblicas contidas nestes. Ao se aprofundar um pouco o estudioso de assuntos maçônicos poderá verificar que aqueles que criaram os rituais certamente eram grandes conhecedores da Bíblia. Assim, a leitura da Bíblia é certamente uma forma de obter esclarecimentos sobre as origens de algumas referências muito constantes no meio maçônico. Alguns exemplos são os seguintes:

• A expressão "a Maçonaria é viúva", ou os maçons são "os filhos da viúva", é derivada do fato de que Hirão era filho de uma viúva (1 Reis, 7,14).;

• A nomenclatura dada às colunas pode ser encontrada nos livro dos Reis;

• Em Mateus no capítulo 1 lê-se: Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Estudando a genealogia pode-se constatar que Jesus descende de Salomão, seria Ele a quadragésima geração de Abraão. O nome de uma das colunas aparece nesta seqüência genealógica como um dos antepassados de Salomão e Jesus.

Construindo Catedrais

Outra conhecida evidência de proximidade é a história da maçonaria operativa. Estes maçons foram os mestres e os operários construtores da Idade Média, associados em guildas, foram os verdadeiros artistas que ergueram as majestosas catedrais românicas e góticas, os grandes castelos e as fortificações, verdadeiros monumentos arquitetônicos que ainda hoje podem ser admirados em tantas cidades da Europa. Por conseguinte, tinham a Igreja Romana como sua principal cliente.



Templários

No livro "Born In Blood: The Lost Secrets of Masonry [Nascida em Sangue: Os Segredos Perdidos da Maçonaria]" o historiador John J. Robinson demonstra as relações de origem da Maçonaria entre "Os Pobres Cavaleiros de Cristo", que era como se autodenominavam os Templários, uma ordem militar eminentemente católica destinada a proteger os peregrinos que rumavam à Terra Santa. Relata também como esta ordem foi perseguida por reis e papas depois que amealhou grande riqueza.



Destas três relações de proximidade histórica podemos concluir que, com grande probabilidade, ou Maçonaria se originou do seio da Igreja ou dela recebeu enorme influência no seu início.





3-A visão das igrejas;



Católicos

A Igreja Católica tem uma longa história de manifestações oficiais condenando a Maçonaria. Desde o Papa Clemente XII, com a Constituição Apostólica de 1738, até nossos dias, a Igreja tem proibido aos fiéis a adesão à Maçonaria ou associações maçônicas. O Código de Direito Canônico de 1917 previa pena de excomunhão a quem ingressasse na Maçonaria. Após o Concílio Vaticano II, em 1963, houve quem levantasse a possibilidade de o católico, conservando a sua identidade, ingressar na Maçonaria. Para superar essa interrogação, um documento da Congregação para a Doutrina da Fé, com data 1983, esclarece que é vedado a todos católicos, eclesiásticos ou leigos, ingressarem nessa organização e quem o fizer, está "em estado de pecado grave e não pode aproximar-se da Sagrada Comunhão". O novo Código de Direito Canônico, também de 1983, assim se expressa: "Quem se inscreve em alguma associação que conspira contra a Igreja, seja punido com justa pena; e quem promove ou dirige uma dessas associações, seja punido com interdito" (cânon 1374). Vale destacar que a Maçonaria é considerada uma destas associações que conspiram contra a Igreja. Ao todo existem na história mais de 15 condenações oficiais.



Abaixo transcrevo parágrafo da Encíclica Dall´Alto Dell´Apostolico Seggio, do Papa Leão XIII sobre a Maçonaria na Itália, que representa o teor do pensamento católico no passado:



"Agora é desnecessário colocar as seitas Maçônicas em julgamento. Elas já estão julgadas; seus fins, seus meios, suas doutrinas, e sua ação, são todos conhecidos com indisputável certeza. Possuídos pelo espírito de Satanás, cujos instrumentos eles são, eles ardem como ele com um ódio mortal e implacável a Jesus Cristo e Sua obra; e eles se esforçam por todos os meios para derrubá-la e acorrentá-la".



Como manifestação individual recente de um eclesiástico católico poderíamos citar, entre vários outros autores de mesma origem que escrevem sobre a questão, Dom Boaventura Kloppenburg que, em sua obra "Igreja e Maçonaria: conciliação possível?" conclui no capítulo XI, que existe uma "frontal oposição de doutrinas" entre a Maçonaria e a Igreja católica, o que é motivo suficiente para a condenação da primeira.



Outras Igrejas

Pelo lado das igrejas evangélicas não há a unicidade de pensamento expressa pelo posicionamento de um poder central como o Vaticano. Estas igrejas, quando comparadas à Católica são muito fracionadas administrativamente e em sua visão teológica, além de possuírem um menor número de fiéis. No entanto, isto não impede que as frações mais organizadas manifestem-se formalmente acerca do assunto. Infelizmente, várias destas manifestações seguem a linha de pensamento dos católicos.



O padre Estevão Bettencourt em seu opúsculo "Por Que Não Sou Maçom?" relata detalhadamente que Metodistas Ingleses, Anglicanos, Luteranos americanos e cristãos ortodoxos possuem condenações oficialmente manifestadas à Maçonaria.



Manifestações de simpatizantes:

Se as igrejas, católica ou evangélicas, pelo menos em tempos mais recentes, apresentam um certo comedimento em suas condenações à Maçonaria, o mesmo não pode ser dito de seus seguidores e simpatizantes. Sejam estes de que origens forem, muitas vezes, demonstram-se fortemente agressivos e hostis à Maçonaria. A título de exemplo desta atitude reproduzimos abaixo algumas frases retiradas de "sites" mantidos por evangélicos e católicos na Internet:

• "Maçonaria... uma religião muito mal disfarçada! O fato que nos interessa aqui é comprovar aos olhos de todos que a maçonaria é exatamente o que os seus adeptos negam. Ela é um grupo religioso com propósitos espirituais bem definidos e contrários à Palavra de DEUS." Instituto de Pesq. Teológicas (http://www.ipet.com.br/esot/mac_001.html);

• "Fontes Satânicas Afirmam Que os Cavaleiros Templários Eram Satânicos! Mais Evidência Que a Maçonaria Também Seja Satânica!" (http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?Id=179);

• "O Sr.Fedeli informa-me que o Padre é membro da maçonaria ocidental, e que ambas as maçonarias estariam unidas nessa empreitada pois, assim como judeus e romanos uniram-se para crucificar o Cristo, agora também as forças maçônicas do oriente e do ocidente uniram-se movidas pelo interesse comum de impedir a vitória do cristianismo. " (http://www.olavodecarvalho.org/textos/fedeli4.htm)

• Na "Scarants Home Page" (http://www.netpar.com.br/scarant/orare.htm) pode-se encontrar várias orações de renúncia a Maçonaria, uma entre as várias contidas no site é a seguinte: -"Pertenço" ao Senhor Jesus Cristo, corpo, alma espírito. Seu Sangue me protege de todo o mal. No nome de Jesus, confesso agora que tenho sido culpado do pecado de idolatria na Loja Maçônica (1Jo 1.9). Concordo com o Senhor, chamo a esse envolvimento de pecado, e peço-lhe para removê-lo completamente da minha e das vidas dos meus familiares". No mesmo site é possível ler um pequeno texto explicando: "O papel da Maçonaria na existência do 666", o número da Besta.



4-A visão da Maçonaria;



Depois de pesquisar, consegui obter muito pouco que represente especificamente uma posição pública e oficial da Maçonaria acerca da Igreja Católica ou das demais igrejas. Assim sendo, o que podemos mencionar são princípios gerais e postulados, iguais aos da Maçonaria Universal, respeitados por potências nacionais como o GOSP ou o GOB. Alguns destes referenciais parecem ser especialmente apropriados para orientar a posição nas controvérsias com igrejas e religiões. São eles, a Maçonaria:

• Afirma que o sectarismo político, religioso ou racial é incompatível com a universalidade do espírito maçônico. Combate à ignorância, a superstição e a tirania;

• Proclama que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas;

• Defende a plena liberdade de expressão do pensamento;

• Supõe existência de um princípio criador, o Grande Arquiteto do Universo;

• Proíbe a discussão ou controvérsias sobre matéria político partidária, religiosa ou racial, dentro dos templos ou fora deles, em seu nome;

Independente das posições públicas das instituições maçônicas acerca das igrejas e das questões religiosas, devemos reconhecer o fato de que as relações inamistosas com a Igreja Católica, pelo menos no Brasil, decorrem de atitudes agressivas de ambas as partes. Isto ocorre de longa data. Na época da questão religiosa e nos anos seguintes (1872-1880) os ataques ao clero eram constantes, violentos e publicados no Boletim Oficial do Grande Oriente do Brasil (diga-se, a bem da verdade, que, nesta época, os ataques do clero aos maçons não eram menos constantes).



Este tipo de relação não se ateve a ataques verbais. O livro "O crime do padre Sório: maçonaria e igreja católica no Rio Grande do Sul" conta a história do espancamento, castração e morte do padre Antônio Sório em 1900. As razões que motivaram o crime misturam-se ao violento enfrentamento entre a Igreja Católica e a Maçonaria ocorrido no Brasil e mais especialmente no Rio Grande do Sul, nos primeiros 30 anos do século XX. Em meio à problemática local de uma comunidade de imigrantes, essa tese demonstra as complicadas relações de poder estabelecidas entre a Maçonaria e os governos do Partido Republicano Riograndense entre 1893-1928. Nesse mesmo período a Igreja Católica no Rio Grande do Sul, passa por um processo de grande centralização e reforma. Todos estes fatores são estudados para buscar compreender como se estabeleceu o discurso mítico, formulado pelos padres palotinos, responsabilizando a Maçonaria pelo crime cometido contra o Padre Sório, quando esta responsabilidade nunca chegou a ser provada.



Opiniões individuais

Vários são os maçons que se manifestam publicamente acerca da Igreja e das relações desta com a Maçonaria. Curiosamente nenhuma destas manifestações de que tomei conhecimento tem um caráter virulento e hostil como aquele manifestado por alguns católicos e evangélicos. Normalmente não há agressão e o teor tende a ser descritivo (consubstanciado em fatos), opinativo e analítico.



Para ilustrar transcrevo abaixo parte de um texto de autoria de Renato Brenner Napoleão -M.'. I.'. Loja Atlântica N° 15 publicada no Jornal "O Templário" em abril de 1998:



"A CNBB há alguns anos vem realizando com a presença de bispos e sacerdotes, bem como um grupo de maçons convidados, estudo cujo assunto principal era saber se a doutrina católica, era ou é compatível com a doutrina maçônica. Após inúmeras discussões, que duraram anos, os maçons não conseguiram obter nenhuma declaração favorável à maçonaria. Sempre esbarraram nos cânones do Vaticano, em vigor até hoje. Na última reunião, realizada no dia 13/10/1997, o tema conciliabilidade entre maçonaria e igreja católica foi abandonado e foi agendado: o simbolismo dos três primeiros graus, com interpretação católica e interpretação maçônica. Por tudo o que já foi apresentado documentadamente, preferimos concordar com o Padre Jesus Hortal:

"Maçonaria e Igreja Católica são simplesmente inconciliáveis, com uma inconciliabilidade que não depende de conjunturas históricas, nem de ações particulares, mas que é intrínseca à própria natureza de ambas as instituições".".





5-Algumas razões das para divergências entre Maçonaria e as Igrejas.



O Conflito de Interesses: A História reporta que a Maçonaria no passado possuiu em seus quadros grande número de religiosos. O convívio deste com pessoas de outros credos e formas de pensamento representava uma fonte de influência sobre o pensamento e comportamento destes religiosos. Para evitar que isto continuasse se contrapondo aos interesses da Igreja "a partir do Papa Pio IX, alguns representantes da Igreja quiseram dar um basta na intromissão dos maçons nas irmandades religiosas e na influência que ela exercia nos próprios padres e através deles, na sociedade" e passaram a ter uma atitude ostensiva de distanciamento.

(http://www.ars.com.br/projetos/ibrasil/1999/textref/texto21.htm)





A Essência: Uma instituição que preconiza a liberdade religiosa, o respeito às divergências filosóficas, que defende a plena liberdade de expressão do pensamento, que proclama a tolerância como princípio cardeal nas relações humanas certamente em nada colabora com as pretensões de quaisquer religiões, que, via de regra, se proclamam como detentoras inquestionáveis da "única verdade aceita". Simultaneamente, ao defender o combate a ignorância, à superstição e à tirania a Maçonaria coloca-se em rota de colisão com quase todas as igrejas e religiões.



O Desconhecimento: o Pe. Valério Alberton afirma acerca de seu livro: "Realizei este trabalho também para cumprir com um elementaríssimo dever de justiça... De fato, esta reparação é uma necessidade, já que ataquei, não poucas vezes, a Maçonaria e os Maçons, sem muito conhecimento de causa e parcialmente, praticando injustiças e erros objetivos".

(http://www.atrolha.com.br/asp/trabalhos.asp?id=176)





6-Conclusão



O Ir.'. Fadel David Antonio Filho descreve em poucas linhas o que parece ser a síntese do pensamento de muitos maçons acerca desta questão: "a Maçonaria sempre foi um desses alvos prediletos de muitos ditadores, padres, bispos e pastores religiosos que enxergam em toda parte o perigo e o demônio. Vêem na Maçonaria o Anticristo, a seita demoníaca que luta contra suas posições pretensamente divinas. Na realidade, são posições autoritárias, medievais e mesquinhas. Afinal, a Maçonaria sempre lutou contra a tirania, pela liberdade do homem e contra os usurpadores, os medíocres e os fanáticos". (http://grandeloja-pb.org.br/letras_masonreligiao.htm)



De fato, concordando com o Ir.'. Fadel, devemos lembrar que a política de criar inimigos fictícios sempre foi usada pelos mais diversos lideres como forma de manter a aglutinação da massa de liderados. Assim sendo poderíamos dizer que a Maçonaria pode ser um "demônio ou inimigo útil" para as igrejas, que nela podem evidenciar um possível centro de atividades anticristãs a ser combatido.



Por outro lado, algumas características da filosofia maçônica, como já dito, tendem a provocar conflito com os crédulos de toda espécie. A tendência ao racionalismo, o combate à ignorância e às supertições colocam a maçonaria em posição antagônica às igrejas.



Por fim, infelizmente, enquanto a Maçonaria possuir um caráter de sociedade secreta, o que é parte de sua essência, ela será alvo de manifestações desinformadas, maldosas, preconceituosas e detratoras, independentemente daquilo que os maçons praticarem em loja ou fora dela.

Fonte: Blog Maçonaria, Loja Maçônica e Maçom